Gira Samba: pedagoga cria jogo sobre protagonismo de mulheres sambistas
Criado por Agnis Freitas, o jogo Gira Samba convida participantes a conhecerem melhor o gênero musical
Por Beatriz de Oliveira
05|05|2023
Alterado em 19|05|2023
Um jogo de tabuleiro cooperativo que apresenta a trajetória do samba e a história de mulheres sambistas. Uma brincadeira sem um só vencedor, mas que possibilita a troca de “axé” – pontuação do jogo – entre os participantes. Essa é a proposta do jogo Gira Samba, criado pela pedagoga e pesquisadora de relações étnico-raciais Agnis Freitas.
Agnis explica que se trata de um jogo cooperativo. Ele termina quando todos os participantes têm sete “axés”. Ao longo das jogadas, é possível conhecer 16 sambistas que marcaram a história do gênero musical, como Alcione, Elza Soares, Dona Ivone Lara, Jovelina Pérola Negra, Clementina de Jesus, Luana Bayô, Nega Duda e Dona Dalva.
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“Essas mulheres são a sorte do jogo, todas as cartas delas envolvem ganhar axé. O jogo também tem cartas que contam desafios históricos do samba e cartas do samba gira, que são de brincadeiras e convites de pesquisa sobre samba”, explica.
A ideia do jogo surgiu em 2019 enquanto cursava a faculdade de Pedagogia. No trabalho final de uma disciplina de história e geografia, Agnis viu a oportunidade de realizar seu desejo. “Eu conhecia pessoas que criam jogos e eu sempre gostei muito”, conta. O resultado foi o projeto de um jogo de tabuleiro simples sobre Clementina de Jesus. Após a entrega do trabalho, a pedagoga manteve o desejo de desenvolver melhor aquela ideia inicial.
Em 2022, inscreveu o projeto no edital público do Programa de Ação Cultural (Proac) e conseguiu recursos. Começou então a trajetória de pensar regras e caminhos para um jogo interessante para pessoas de diferentes idades.
O lançamento do Gira Sampa aconteceu em abril de 2023, junto à comemoração dos 10 anos do projeto Samba Sampa, que propõe ações coletivas sobre tradições e culturas do samba e do protagonismo da mulher negra; é idealizado pela pesquisadora Maitê Freitas, irmã de Agnis.
Sobre a expectativa com o futuro do Gira Samba, Agnis espera que o jogo passe todas as gerações, esteja em espaços de rodas de samba, e principalmente em escolas, devido ao seu caráter educativo. “Quando falamos em jogo as pessoas pensam em crianças, mas assim como o samba, em que temos desde a ala das crianças até a velha guarda, também quero que com o Gira Samba seja assim”.
Por enquanto, exemplares do Gira Sampa não estão à venda. Mas Agnis tem feito vivências com o jogo em escolas de samba, espaços culturais e cursinhos. Para agendar essa atividade basta entrar em contato com o projeto Samba Sampa.