Festival Latinidades

Dicas para celebrar o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha

No Brasil, o Dia da Mulher Negra foi instituído em 2014, em homenagem à líder quilombola Tereza de Benguela

Por Lívia Lima

22|07|2022

Alterado em 22|07|2022

Na próxima segunda-feira, dia 25 de julho, é celebrado o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha. A data relembra o 1º Encontro de Mulheres Negras da América Latina e Caribe, na República Dominicana, em 1992. 

No Brasil, o Dia da Mulher Negra foi instituído em 2014, em homenagem à líder quilombola Tereza de Benguela. Esta semana destacamos algumas atividades em homenagem a esta data especial para todas nós. Confira!

Latinidades

Entre os dias 22 e 24 de julho acontece em Brasília (DF) o Festival Latinidades, o maior festival de mulheres negras da América Latina promovido pelo Instituto Afrolatinas. O evento acontece no Museu Nacional da República, Setor Cultural Sul, Lote 2  (próximo à Rodoviária do Plano Piloto). 

Em um projeto multi-linguagens que celebra memória, força e legados, o festival promove há 15 anos a produção artística e intelectual de mulheres negras e tem sido um grande encontro da cultura negra produzida em África e diáspora e também uma plataforma de impulsionamento de trajetórias de mulheres negras nos mais diversos campos de atuação.

A programação completa e os ingressos gratuitos estão disponíveis no site do Instituto Afrolatinas.

A edição Latinidades 2022 tem como slogan: “Mulheres negras: todas as alternativas passam por nós”. Dentre os destaques, shows de Drik Barbosa, MC Carol, Dona Onete e Lia de Itamaracá, homenagens para Sueli Carneiro, Conceição Evaristo, dentre outras.

Encontro Internacional

Na sexta e sábado, dias 22 e 23, acontece em Salvador (BA) o VI Encontro de Mulheres Negras Urbanas e Quilombolas. Organizado pela Associação Protetora dos Desvalidos, traz como tema “Mulheres Negras Urbanas e Quilombolas Articulando Empoderamento Social e Político”.

O evento acontece das 8h30 às 17h na Casa de Angola, no Largo do Cruzeiro de São Francisco, no centro histórico de Salvador e também terá transmissão no Canal do Youtube da Associação Protetora dos Desvalidos. Além de debates, acontecerá um desfile da grife Nega Negona no encerramento. 

Criola

A Ong Criola, organização que há 30 anos atua na defesa e promoção dos direitos das mulheres negras, realiza o curso de atualização “A teoria e as questões políticas da diáspora negra nas Améfricas”

A aula inaugural do curso acontece no sábado, dia 23, às 14h, com o tema ‘Trajetórias e desafios do movimento de mulheres negras nas Américas”, com participação da afro-caribenha Ochy Curiel.

Ochy é antropóloga, ativista do movimento lésbico-feminista, antirracista, do feminismo autônomo, e uma das referências do feminismo decolonial. Nascida na República Dominicana, atua como professora-pesquisadora da Universidade Nacional da Colômbia e da Universidade Javeriana de Bogotá, Colômbia.

A aula será transmitida pelo YouTube da Ong Criola e não é necessário inscrição. Além da atividade inaugural, estão previstas outras ações abertas ao público. 

Flores de Baobá

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Registro de escritoras negras na escadaria do Pacaembu, em São Paulo

©Arquivo pessoal

No sábado, dia 23, às 10h, o Coletivo de Escritoras Negras Flores de Baobá organiza a sessão de uma foto história só com autoras negras na Escadaria do Bixiga, na rua 13 de maio, no centro de São Paulo.

A iniciativa surgiu após a realização da foto de escritoras mulheres no Pacaembu, em junho, inspirada na fotografia pioneira estadunidense “Um dia no Harlem”. A ação irá acontecer também em outras cidades, como em Brasília, liderada pelo Coletivo Mulheres Pretas que Escrevem – DF.

O Coletivo Flores de Baobá espera que todas as escritoras negras que estiverem em São Paulo levem suas publicações: livro solo, antologia, coletânea,  zine, revista, blog, etc.

Marcha das Mulheres Negras

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A Marcha das Mulheres Negras de São Paulo acontece desde 2016

©Arquivo Pessoal

Após dois anos de pandemia, nesta segunda-feira, 25 de julho, a Marcha das Mulheres Negras de São Paulo volta a ocupar as ruas da capital. Às 17h30, as mulheres dão início à concentração para o ato que acontecerá na Praça da República, de onde sairão em caminhada pela rua São Luiz até o Theatro Municipal.

Ao longo da manifestação, mulheres negras vitimadas pela Covid-19 e integrantes da Marcha que faleceram por outras causas serão homenageadas. Entre tantas, a poetisa e atriz Tula Pilar, a jornalista Helena Nogueira e a técnica de enfermagem e parteira Angélica Ferreira Paim (a Preta Jaya). 

Integrantes do Ilú Obá de Min, tradicional cortejo feminino para Xangô, participam mais uma vez da Marcha. A abertura do ato contará com performance de Débora Marçal e o Bando Macuas.

A Marcha volta a ocupar os espaços públicos com o lema: “Nem fome, nem tiro, nem cadeia, nem Covid: Parem de nos matar! Mulheres negras nas ruas e nas urnas para derrotar o fascismo, o racismo, a LGBTfobia e o genocídio! Por comida, emprego, educação, saúde e demarcação das terras quilombolas e indígenas! Por nós, por todas nós, pelo Bem Viver!”

Articulação suprapartidária, supra-religiosa, autônoma e independente de governos, a Marcha das Mulheres Negras de São Paulo propõe um retorno à unicidade da luta das mulheres negras, cis e transgêneras, contra as opressões racistas, machistas e decorrentes da estrutura social capitalista, articulando as perspectivas de gênero, raça e classe em apoio à causa indígena e quilombola.