5 contribuições de Sueli Carneiro para o povo brasileiro
No aniversário de Sueli Carneiro, listamos lutas em que a feminista negra se envolveu ao longo da vida; confira!
Por Beatriz de Oliveira
23|06|2023
Alterado em 23|06|2023
Aparecida Sueli Carneiro Jacoel completa 73 anos em 2023. Nasceu em 23 de junho de 1950, e foi registrada no dia seguinte: 24 de junho. Por isso, costuma comemorar o aniversário durante esses dois dias. Sua trajetória como filósofa, escritora, feminista e ativista do movimento negro brasileiro é motivo de celebração, por ter dedicado sua vida à luta pelos direitos da população negra do país.
Quem faz aniversário é Sueli Carneiro, mas quem ganha somos nós! Entendendo que toda conquista é coletiva, confira cinco contribuições da filósofa para a população brasileira.
A Casa Sueli Carneiro realiza durante todo o mês de junho um festival com variadas atividades para comemoração do aniversário da filósofa. A programação pode ser conferida no site.
5 contribuições de Sueli Carneiro para o povo brasileiro
1987 – Coordenação do Programa Mulher Negra
Em 1987, Sueli Carneiro assumiu a coordenação do Programa Mulher Negra do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), órgão do Ministério da Justiça, em Brasília, onde realizou o projeto Tribunal Winnie Mandela, que abordou o centenário da abolição da escravatura sob a perspectiva de mulheres negras.
1988 – Fundação do Geledés – Instituto da Mulher Negra
Em 30 de abril de 1988, fundou juntamente com outras mulheres negras (Edna Maria dos Santos Roland, Maria Lúcia da Silva, Aparecida Solimar Carneiro, Deise Benedito, Elza Maria da Silva, Sonia do Nascimento, Ana Maria Silva, Eufrosina Teresa de Oliveira, Lucia Bernades de Souza) o Geledés – Instituto da Mulher Negra, uma organização que denuncia e combate discriminações sofridas por mulheres negras no Brasil.
Sueli Carneiro também desempenhou um papel importante no debate da Constituição Federal de 1988, durante o período de redemocratização do país, contribuindo para a inclusão da criminalização do racismo, uma reivindicação do movimento negro.
1992 – Criação do Projeto Rappers
Entre os anos de 1992 e 1998, o projeto Rappers sediado no Geledés – Instituto da Mulher Negra atendeu às demandas de segurança de grupos de rap da periferia da cidade de São Paulo, onde eram frequentes agressões policiais a esses artistas. O projeto se transformou em uma plataforma de articulação cultural e política que usava o movimento hip hop como forma de conscientizar a juventude negra. Uma conquista do projeto foi a criação da revista Pode Crê!, primeiro veículo segmentado para os jovens negros do país.
2012 – Lei de Cotas
Em 2012, Sueli Carneiro foi uma defensora ativa da a Lei nº 12.711, conhecida como Lei de Cotas, que reservou 50% das vagas para o Ensino Superior a estudantes que cursaram integralmente o Ensino Médio em escolas públicas, com uma reserva destinada exclusivamente aos estudantes autodeclarado pretos, pardos e indígenas.
Ela participou de audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF) em que defendeu a constitucionalidade da medida e refutou argumentos contrários às cotas.
2023 – Publicação do livro Dispositivo de Racialidade
Em março de 2023, Sueli Carneiro lançou o livro “Dispositivo de racialidade: A construção do outro como não ser como fundamento do ser” baseado, em sua tese de doutorado defendida há 18 anos. “Me deixou bastante satisfeita tentar oferecer às novas gerações a possibilidade de leitura de compreensão da questão racial no Brasil no ápice da sua complexidade. Espero ter conseguido contribuir”, disse a intelectual em coletiva de lançamento do livro. Além, disso, suas contribuições podem ser encontradas nos livros “Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil” e “Escritos de uma vida (2019).
Leia mais:
No episódio “Você pegaria o bastão de Sueli Carneiro?” do podcast Conversa de Portão, o Nós, mulheres da periferia entrevista mulheres que pegaram o bastão da luta da filósofa. Entre elas, Bianca Santana, jornalista e escritora da biografia “Contínuo preta: A vida de Sueli Carneiro”. Há ainda a participação da jornalista e pesquisadora Maitê Freitas, a arquiteta urbanista e pesquisadora Gabriela Gaia e Juliana Gonçalves, jornalista e ativista.
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