VÍDEO: ‘Ser cidadã é ter direito ao alimento e não ser discriminada’

O Nós, mulheres da periferia entra no dia a dia da dona Raimunda Boaventura, moradora de Taboão da Serra, município da grande São Paulo, e mostra quais são os desafios para que a população negra alcance uma cidadania real.

Por Semayat S. Oliveira

13|05|2021

Alterado em 13|05|2021

“Qual mulher que não tem o sonho de ver a sua casa com móveis novos, ajeitados e bonitos? Eu não tive ainda essa oportunidade na vida. Desde o início foi sempre um remenda aqui, conserta ali”. Essa frase é de Raimunda Boaventura ou Mãe Munda, como é chamada pelos netos e filhos.

Diante de uma realidade que insiste em ser dura, ela é uma mulher que insiste em sonhar. Em entrevista ao Nós, mulheres da periferia, dona Raimunda contou como tem driblado a insegurança alimentar e, ao mesmo tempo, dado um jeito de manter seus objetivos de pé. Desde fazer da sua casa o espaço que ela sempre quis até escrever um livro.

A população negra é a mais afetada pelo desemprego antes e depois da crise sanitária que chegou no Brasil em 2020. Um estudo publicado pelo Made-USP (Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da FEA-USP) mostrou que, antes da pandemia, 33% das mulheres negras estavam abaixo da linha da pobreza. Agora, essa porcentagem já está bem maior: 38%.

Matriarca de uma grande família que mora em Taboão da Serra, na grande São Paulo, no bairro Jardim Leme, sua única renda é a aposentadoria do seu companheiro, que corresponde a um salário mínimo. O desemprego, velho conhecido, é uma marca profunda na sua trajetória, assim como a sua busca pela sobrevivência. 

No dia em que a história do Brasil completa 133 anos de abolição, a entrevista com dona Raimunda mostra quais são os desafios para que a população negra alcance uma cidadania real.

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