“Tirar a Lei do Papel” quer ensino da cultura afro nas escolas

Terceira edição da Campanha organizada pela AfroEducação debate desafios para tirar a lei do papel e levar a história e cultura afro brasileiras e africanas para as salas de aula.

Por Sâmia Teixeira

27|11|2020

Alterado em 27|11|2020

A Afroeducação realiza terceira edição da Campanha “Tirar a Lei do Papel“, que tem por objetivo avançar na aplicação da Lei Federal 10639/03 dentro das salas de aula no país levando a cultura afro para estes espaços.

A lei, que já completa 17 anos em vigor, ainda não encontra foi implementada de maneira efetiva na rede de ensino.

Os docentes revelam que enfrentam dificuldades para colocar a lei em prática, com pouca aceitação das direções para inclusão do conteúdo nos PPPs (Planos Político-Pedagógicos).

A campanha funciona, nesse sentido, para fortalecer uma rede de educadores dispostos a implementar o que prevê a lei nas aulas.

Image

Aplicação de conteúdo sobre cultura afro encontra resistência entre os próprios docentes.

©Arquivo/Agência Brasil

A luta da docência negra

A apresentação da campanha se dá por meio de um vídeo em que atores recriam uma reunião virtual de professores, em tempos de isolamento social.

Nesta conversa, são colocados os principais obstáculos para aplicar o que propõe a lei.

Como é visto, a resistência ao assunto acontece entre alguns dos próprios docentes, que não consideram o debate importante para a construção dos planos pedagógicos.

No vídeo, professoras e professores negros enfatizam que as culturas afro-brasileira e africana devem ser incluídas no conteúdo de ensino, não somente em períodos determinados, como novembro, mês da consciência negra.

Na peça da campanha – assista ao vídeo abaixo -, de modo geral, docentes brancos agem com pouco respeito ao tema e aos apontamentos de racismo.

Os diálogos tiveram como base relatos reais de professores do ensino público brasileiro.

Demanda diária

A Afroeducação atua na defesa da aplicação desta legislação durante todos o ano, tal qual a demanda imposta pela lei. Para a organização social, a discussão racial crítica tem que estar posta a todo momento, sobretudo nos espaços de educação.

Leia também

https://nosmulheresdaperiferia.com.br/nossas-vozes/onde-o-google-class-nao-chega-a-educacao-da-periferia-na-quarentena/