Foto mostra Sonaira Fernandes sorrindo

Sonaira Fernandes: conheça a secretária de Políticas para Mulheres (SP)

Saiba mais sobre sua vida política, posicionamentos e ações enquanto vereadora de São Paulo

Por Amanda Stabile

05|01|2023

Alterado em 06|01|2023

A secretária estadual de Políticas para Mulheres de São Paulo já foi escolhida pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos): Sonaira Fernandes (Republicanos). Desde que seu nome foi cogitado para o cargo, a secretária tem sido criticada por parlamentares e grupos da sociedade civil por seu posicionamento abertamente antiaborto, contra o feminismo e a população LGBTQIA+.

Ao ser comparada à Damares Alves, Sonaira disse se sentir honrada e se inspirar nas ações da ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos na pasta. Para saber o que esperar de suas ações em prol das mulheres paulistas, conheça mais da trajetória da política:

Quem é Sonaira Fernandes?

Em 1990 nascia, em Riachão do Jacuípe, na Bahia, Sonaira Fernandes de Santana. A filha de  Augusto Martins de Santana Filho e Maria Ione Santos Fernandes foi apresentada, desde pequena, à fé cristã e aos valores da família. Assim, Sonaira se denomina em suas redes como uma humilde serva de Jesus Cristo.

Criada em Pé de Serra (BA), cidade com pouco mais de 10 mil habitantes, ela se mudou para São Paulo em 2012. E, antes de entrar na vida política, fez faculdade de direito. Enquanto cursava o ensino superior, em 2014, começou a estagiar na Polícia Federal de São Paulo.

Lá, trabalhou com o então escrivão Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro e Deputado Federal pelo Estado de São Paulo desde 2015. Sonaira, inclusive, participou do comitê de campanha do político em 2014 e, posteriormente, passou a integrar o gabinete do deputado.

Logo após, em 2019, deixou o cargo para assumir o posto de chefe de gabinete do deputado estadual Gil Diniz. Já em 2020, Eduardo Bolsonaro convidou Sonaira para concorrer a vereadora na Câmara Municipal de São Paulo. Ela então foi eleita com mais de 17 mil votos sob o slogan “a Vereadora da Família na cidade de São Paulo”.

Dentre as pautas que aponta defender estão: a liberdade econômica, dos pequenos empreendedores e trabalhadores, das famílias, da liberdade individual, da fé e dos princípios cristãos.

Ações como vereadora

Entre 2020 e 2022, Sonaira Fernandes foi autora e coautora de nove Projetos de Lei (PL) aprovados:

  • PL 01-00522/2022: dispõe horário de trabalho especial para servidores públicos do Município de São Paulo que tenham cônjuge, filhos ou dependentes com deficiência, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e atividades multidisciplinares com o da repartição;
  • PL 01-00189/2022: inclui o Dia de luta das Mães de Deficientes no Calendário oficial do Município de São Paulo;
  • PL 01-00522/2022: inclui, no Calendário Oficial de Datas e Eventos da Cidade de São Paulo, o JUNHO LILÁS, para esclarecimento e conscientização da população sobre as doenças raras e autoimune;
  • PL 01-00724/2021: inclui no Calendário Oficial de Datas e Eventos da Cidade de São Paulo o Dia Municipal do Teste do Pezinho, a ser comemorado anualmente dia 06 de junho;
  • PL 01-00763/2020: reconhece a prática da atividade física e do exercício físico como essenciais para a população no Município de São Paulo;
  • PL 01-00757/2020: assegura a pessoas com deficiência auditiva e surdas, internadas ou em observação, o direito a um acompanhante que se comunique em libras, seja um familiar ou atendente pessoal, ainda que decretado estado de calamidade pública em razão da pandemia de covid-19;
  • PL 01-00618/2020: inclui no Calendário de Eventos da Cidade de São Paulo o Dia do Esporte Paralímpico;
  • PL 01-00546/2020: institui a campanha Check Up Geral nas Mulheres para alerta e prevenção de todas as doenças;
  • PL 01-00410/2020: reconhece as atividades religiosas e locais de culto como serviços essenciais ao Município de São Paulo antes, durante e após tempos de crises ocasionadas por moléstias contagiosas ou catástrofes naturais.

Contra a esquerda

“A esquerda não me representa, pois no fundo sequer gostaria que eu existisse”. É o que diz o post fixado no perfil do Twitter de Sonaira. Dessa forma, desde que Lula (PT) assumiu a presidência, a secretária tem apontado, em suas redes, os atos do novo governo que não concorda.

Ações como a fala de Nísia Trindade, nova Ministra da Saúde, que deixou explícito que atuará em defesa dos direitos sexuais e reprodutivos:

A pauta antiaborto, aliás, é uma das bandeiras defendidas por Sonaira. Em março de 2022, a então vereadora fez parte do grupo de religiosos que se revezou, por 40 dias, na porta do antigo prédio do hospital Pérola Byington, em São Paulo, numa vigília contra o aborto.

Sonaira, além disso, não esconde sua oposição às demais pautas do movimento feminista. Para ela, “o feminismo é o grande genocida do nosso tempo” e “mata mais que guerras e doenças”. Nesse sentido, aponta, ainda, a incompatibilidade dos valores cristãos com o movimento:

Em relação à comunidade LGBTQIA+, em fevereiro de 2021, a secretária proferiu um discurso considerado transfóbico e preconceituoso.  Por conta disso, entrou em conflito com a vereadora paulistana Erika Hilton (PSol).

Durante a primeira sessão da Câmara Municipal de São Paulo daquele ano, Sonaira apontou que há “uma agenda globalista que pretende feminilizar o homem e masculinizar a mulher”. Além de que atualmente há “uma geração covarde e capada” e que Jesus de Nazaré seria o modelo ideal de masculinidade.

Em contrapartida, Hilton, que é uma mulher trans, declarou que “essa Casa tem que aceitar que haverá trans e travestis e não vamos nos intimidar com esse discurso de ódio. Não aceitaremos que uma pessoa seja usada para legitimar discurso de ódio e transfóbico”.

Próximas ações

Na última quarta-feira (4), Sonaira participou de reunião com Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Em suas redes, a secretária divulgou que construirão uma parceria contra a violência contra mulheres no estado. “É um compromisso declarado da Secretaria e peço a todo o povo de São Paulo que não se cale diante de agressões domésticas”, escreveu.