
Rendeiras de Alagoas mantém tradição do bordado de filé
Reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial de Alagoas, o bordado de filé é confeccionado a partir de redes de fios coloridos
Por Beatriz de Oliveira
13|06|2024
Alterado em 13|06|2024
À beira das Lagoas Manguaba e Mundaú, no estado de Alagoas, mulheres artesãs perpetuam a tradição do bordado filé. Confeccionadas com redes de fios coloridos atados em nós e semelhantes às redes de pesca, as produções resultam em roupas, toalhas de mesa, xales e bolsas.
“A marca do filé alagoano são as cores vibrantes que refletem a tropicalidade presente nas casas, nos barcos e nos figurinos das manifestações folclóricas regionais, como o maracatu, o coco e o guerreiro”, explica-se no site Instituto do Bordado de Filé (Inbordal)
O bordado de filé está entre as principais fontes de renda da população que vive no Complexo Estuarino das Lagoas Mundaú-Manguaba, formado por seis municípios: Maceió, Marechal Deodoro, Pilar, Coqueiro Seco, Santa Luzia do Norte e Satuba. Somente em Maceió, são cerca de “filezeiras” registradas, de acordo com o Inbordal.
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Para criar suas artes, as mulheres rendeiras tecem primeiro redes com fios coloridos e depois as esticam em um tear de madeira para realizar o bordado com diferentes sequências de pontos. Os pontos básicos levam nomes como: espinha de peixe, besourinho, jasmim, rosa, olho de pombo e casa de noca.
A renda de filé tem origem no termo francês filet, que significa rede. O uso é visto em países europeus como Portugal e Itália. Chegou ao Brasil no período colonial, provavelmente por meios de escolas cristãs. Se estabeleceu e ganhou cores vivas nas comunidades de pesca e costeiras de Alagoas.
Por sua importância local no estado nordestino, o bordado de filé foi classificado como Patrimônio Cultural Imaterial de Alagoas, em 2014.
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