Como seria se uma inteligência artificial alienígena caísse na Terra e convocasse as crianças para embarcar em sua nave e ensiná-la tudo o que sabem sobre o mundo? Essa é a ideia da série O mundo que sei, que teve seu primeiro episódio lançado nesta terça-feira (14), gratuitamente no site e no canal do Youtube do projeto.

“O que criou a Terra?” é uma das perguntas importantes para Jun Nishimata Arias, de oito anos, uma das crianças ouvidas pelo projeto. Já Julia Benoit, de 13 anos, questiona o modelo de ensino das instituições escolares. “A escola mostra o que você precisa mudar para conseguir fazer as coisas, mas por que a escola não pode mudar para os alunos?”, pergunta.

Idealizada pela Bebok, Social Docs e Bergamota, e dirigida por Victor Ribeiro, a série ouviu 23 crianças de diferentes realidades socioeconômicas em São Paulo, abordando questões que permeiam diferentes áreas da sociedade. Apesar de documental, a narrativa utiliza elementos ficcionais para estruturar a conversa e trazê-la de um modo lúdico e divertido para os pequenos.

Se queremos saber sobre o presente, temos de ouvir as crianças

Giuliana Bergamo, diretora de conteúdo e pesquisa.

“Elas também são o futuro, mas o futuro é ficção, é sonho, é plano. Todas as coisas que não podemos deixar de ter, mas para se concretizar temos de olhar para o presente”, acrescentou.

Paula Guedes, uma das produtoras da série e a mente que levantou a ideia de ouvir as crianças sobre o que pensam e sentem sobre o mundo, apontou que o projeto nasceu da necessidade de ter uma conexão mais direta com os pequenos. “Por essa necessidade de avisar o mundo sobre a importância de escutá-las, esse projeto tem uma estrela tão brilhante”, disse.

Durante o lançamento, as crianças que participaram da série foram convidadas a falar sobre suas partes favoritas do projeto

©Divulgação

O primeiro episódio da série já está disponível no Youtube do projeto e os demais serão lançados a cada 15 dias. Nele, Luis Fernando da Silva, de 12 anos, comenta o que pensa sobre as boas ações.

“Muitos ricos falam que é perda de tempo ajudar os outros. Sinceramente eu não acho isso porque se a gente ajuda uma pessoa, essa coisa boa acaba voltando pra gente. Você vai plantando e vai colhendo”, disse.

Já Hannah dos Santos, de 11 anos, põe em pauta a questão do preconceito com a comunidade LGBTQIAP+. “Praticamente todo menino que eu conheço no meu círculo social é meio preconceituoso nessa questão”, aponta. “Eu acho que isso acontece porque eles têm a masculinidade muito frágil e se ofendem por qualquer coisa que envolve esse tipo de coisa”.

Além dos vídeos, o projeto também disponibiliza episódios de podcasts no canal do “O Mundo Que Sei” no Spotify com personalidades e especialistas comentando e debatendo sobre as constatações das crianças.

Assista ao primeiro episódio: