Tentaram nos derrubar, mas estamos de volta!

Conta do Instagram do Nós, mulheres da periferia foi invadida na manhã de hoje. Agradecemos o apoio de organizações, leitoras e leitores, e esperamos continuar com a ajuda de todos em defesa do jornalismo.

Por Redação

31|05|2021

Alterado em 31|05|2021

A conta do Instagram do Nós, mulheres da periferia foi invadida na manhã desta segunda-feira (31).

Nossas postagens, que são um acúmulo de sete anos de trabalho comprometido com as histórias e vozes das mulheres negras e periféricas, foram todas apagadas. No lugar, foram publicadas imagens aleatórias, inclusive de homens carregando armas.

Entramos em contato com a equipe do Instagram e, depois de seis horas, nossa conta foi finalmente recuperada. As postagens estão voltando aos poucos.

Não sabemos ainda a motivação da invasão, tampouco sua origem. No entanto, elas ocorreram em menos de 48h depois da cobertura dos atos realizados em todo o Brasil no dia 29 de maio. No próprio dia do Ato, durante a cobertura, recebemos comentários de apoio ao governo e até mesmo racista, como “negras, burras” em uma das postagens.

É importante evidenciar que esse tipo de invasão não ocorre de forma isolada. Outras mídias independentes tiveram suas contas e sites hackeados nos últimos tempos, como a Ponte Jornalismo e Portal Catarinas.

O Brasil ocupa a 107ª colocação no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa de 2020 estabelecido pela Repórteres sem fronteiras. Ao longo de 2020, 580 casos de ataques contra a imprensa foram registrados no monitoramento realizado pela RSF.

O Nós reafirma seus valores como mídia independente, negra e periférica, principalmente nesse momento de pandemia, no qual mulheres negras e da periferia são dos grupos mais atingidos pela crise sanitária. Por isso, precisamos continuar contando nossas histórias, para que mais mulheres tenham acesso à informação como um direito universal.

A organização Repórteres Sem Fronteiras, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, a Artigo-19, o MariaLab e todos os veículos reunidos na Associação de Jornalismo Nativo Digital (AJOR) e na Rede Jornalistas das Periferias também prestaram solidariedade compartilhando em suas redes ou sites.

Nossas leitoras e leitores também denunciaram as postagens e divulgaram em suas redes pessoais também chocados com o ocorrido. Assim como influenciadores, artistas e organizações da sociedade civil.

Diante desse cenário e do ocorrido na manhã desta segunda, entendemos a importância de reforçar nossa segurança digital. Estamos contando com o apoio da Repórteres Sem Fronteiras para criar e implementar um plano de segurança. Mas também precisamos de sua ajuda para custear os recursos necessários à continuidade do nosso trabalho. Apoie o jornalismo independente, periférico e feito por mulheres em www.catarse.me/nosmulheresdaperiferia