Da periferia de SP para a Irlanda: desafios das babás brasileiras em Dublin

Mulheres não recebem nem o mínimo exigido por lei no país e trabalham mais de 40h por semana

Por Jéssica Moreira

02|03|2016

Alterado em 02|03|2016

Atualmente, brasileiras e brasileiros são mais de 11 mil na Irlanda, pequena ilha europeia com aproximadamente 5 milhões de pessoas.  Morei de 2014 a 2015 em Dublin, capital do país. A cada esquina, é possível cruzar com um de nossos conterrâneos. Passei alguns dias pulando de casa em casa, morando com amigos, até finalmente encontrar um flat de dois cômodos, onde dividia o quarto com mais três meninas.
Morava no centro, a cinco minutos do mercado, da balada ou da escola. Mas sabe como é moça vinda da periferia, né? Saímos dela, mas ela nunca sai da gente (que bom!). Comecei, então, a buscar pela periferia de Dublin. Para minha tristeza, de menina vinda do extremo norte da capital paulista (Perus), não havia um território periférico como conhecemos aqui. Ao ir para longe dos centro, os sobrados sem portão eram bonitos e havia tudo por perto. A periferia não era geográfica, mas sim “humana”.
Descobri  no intercâmbio que periferia é um conceito que vai muito além da questão territorial. Periferia não é apenas a borda que se faz em torno da cidade, como temos na capital paulista. Periferia é também estar à margem, estar longe de direitos básicos ou, muitas vezes, nem saber que eles existem. Eu, meus vizinhos, e cada um dos imigrantes daquela cidade, formávamos  a periferia de Dublin. Mas isso a partir do meu olhar: de quem saiu da periferia, mas a periferia permaneceu dentro de mim.

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Rio Liffey, Dublin, Irlanda| Claudia Vieira


Estamos à margem, quando não temos direito ao voto em questões importantes. Estamos à margem quando os nossos empregos são sempre de mão-de-obra barata. Ajudante de cozinha. Babá. Limpeza geral. Estamos à margem quando nossa língua não é compreendida e não conseguimos expressar nossa insatisfação. Estamos à margem quando somos praticamente obrigados a aceitar condições precárias e salários abaixo do padrão para continuar mantendo aceso um sonho: de falar inglês fluentemente, de somar novas experiencias à nossa bagagem.
Au pairs: à margem da margem
Dentre esse grupo, à margem, há um que merece nossa atenção. O das babás (ou como chamam na Europa,  au pair, explicamos mais abaixo). Sem muitas habilidades com a língua e com a tarja de “cidadã-imigrante-não-europeia”, as primeiras opções de trabalho para nós, brasileiras recém-chegadas na Irlanda, são os cuidados com criança.
A maioria das meninas nunca cuidou dos pequenos antes, mas o fato de morar junto a uma família nativa e não pagar pelo aluguel atrai cada vez mais a atenção dessas moças, em uma cidade que o custo de vida não é nada baixo.
O problema, no entanto, é que a maior parte das que exercem essa atividade não recebem nem o mínimo exigido por lei no país, que, desde janeiro deste ano, subiu de 8, 65 para 9,15 euros por hora (o que equivale, mais ou menos, a R$ 40).
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Campanha “Labour of Love”, promovida pelo Au Pair Rights


Durante o ano que morei no país muitos foram os relatos de amigas  que chegavam a receber 80 euros por semana, trabalhando oito horas por dia, o que não equivalia nem a dois euros por hora. Foi ao passar pela biblioteca perto de minha casa que li a primeira vez sobre os desafios das trabalhadoras domésticas e babás, em artigo publicado por jornal gratuito de lá. Fazia apenas dois meses que estava no país, mas queria me envolver em alguma causa, já que sentia falta da efervescência de movimentos sociais em São Paulo.
Por meio do jornal, descobri o Centro de Direitos do Imigrante na Irlanda (Migrant Rights Centre Ireland – MRCI) e, consequentemente, o grupo de Direitos das Au pairs  (Au pair Rights Association Ireland) no Facebook. Procurei na internet, mandei mensagem com meu péssimo inglês e logo me chamaram para a primeira reunião. Era um domingo à tarde, chuvoso (como sempre), mas eu fui mesmo assim. Fizemos algumas dinâmicas. A maior parte era de brasileiras. Eu, jornalista, estava em busca de pauta, mas, sem querer, acabei sendo indicada para uma vaga de babá. Dali em diante, eu não era só a jornalista-observadora, mas também uma delas. Lá, conheci a líder do movimento, Jane Xavier, uma brasileira, negra, que morava em Sapopemba (zona leste de São Paulo) e há dez anos vive na Ilha Esmeralda.
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Jane Xavier em passeata em Dublin| Foto: Fantin Al Tamimi


Sua primeira profissão foi a de babá, mas também já foi faxineira, ajudante de cozinha, funcionária de fast food e cuidadora de crianças em creches. Hoje, continua cuidando de crianças, mas também cursa Ciências Socias. Atual líder do grupo que luta por direitos de babás, Jane faz das redes sociais um meio de informar as meninas sobre seus direitos. Não admite ver anúncio de vagas que não pagam o salário mínimo.
Escreve artigos sobre o tema em jornais irlandeses (leia aqui), representa o grupo em conferências internacionais e já bateu de escola em escola para conscientizar estudantes e explica as dúvidas que, diariamente, aparecem pelos grupos no Facebook. Mas moça vai para as ruas também, puxando campanhas pelos direitos das babás e também contra  o racismo.
“Há muitas brasileiras sendo exploradas trabalhando em residências na Irlanda. As Au Pairs, que cuidam de crianças e moram nas casas das famílias. Elas devem receber o salário mínimo por hora, porém, muitas famílias pagam apenas uma fração disso. A necessidade de um lugar para morar aliada ao medo de terminar o dinheiro as tornam vulneráveis à exploração”, aponta. (veja aqui o relato de Jane sobre sua experiência como imigrante na Irlanda).
Durante 6 meses cuidei de duas meninas, de cinco e dois anos. Tive sorte. Além de ganhar o mínimo exigido, minhas atividades eram de apenas quatro horas por dia, permitindo o momento de estudo da língua inglesa. No meu caso, fui apenas nanny, já que não morava com a família e não trabalhava mais que quatro horas por dia.  Fui respeitada e a troca cultural aconteceu naturalmente, no dia a dia com as crianças, com a vizinhança, com os pais, que foram minha ponte com a cultura irlandesa.
Infelizmente, a minha experiência é uma vírgula fora da curva e a exceção, como dizem, só confirma a regra. Estudo realizado em 2012 pelo Centro de Direitos do Imigrante na Irlanda, Part of Family? Experiences of Au Pairs in Ireland (Parte da Família? Experiências de Au Pairs na Irlanda), com 53 mulheres, mostrou que 75% das entrevistadas excedem as horas de trabalho recomendadas pelo Comitê Europeu de Aupairs (Ecaps), de 30 horas semanais.
A mesma pesquisa apontou que 43% são imigrantes de fora da Europa, predominantemente brasileiras. Vinte e seis por cento das entrevistadas trabalham entre 40 e 60 horas por semana e 17% recebem menos de 100 euros por semana e 49% são pagas entre 100 e 119, ou seja, todas são mal pagas. (Acesse aqui resumo do estudo em Português).
Conheci a Gisele Ferreira, 34, moradora do Capão Redondo (zona sul de SP) logo em minha primeira semana na cidade. Bancária, Gisele buscava por uma vida diferente daquela que tinha em São Paulo, além de aprender inglês e viajar. Era uma das meninas com quem dividia a casa, até ela encontrar seu primeiro emprego como au pair.
giseleferreiraEm um de nossos encontros, Gisele mandou bem a real de como a experiência tinha sido. Todos os dias ela fazia tudo igual. Acordava às 6h30 da manhã. Já limpava a sala e dava comida aos cachorros. Às 7h, a criança acordava chorando. Era a hora do café. Às 8h30, a menina devia estar pronta para ir para a creche, onde ficava até as 16h. Enquanto isso, ela e sua companheira de trabalho tinham que se virar aos avessos para deixar a mansão feito um brinco.
Às 18h30, o jantar já posto na mesa. A mãe não ficava nem uma hora com a filha, que às 9h ia para a cama. Mas o trabalho só acabava quando o novo dia chegava, já que a pequena acordava pelo menos três vezes durante a madrugada. No fim da semana, as mais de 12 horas de trabalho diários, resultando 60 horas por semana, rendiam 85 euros. O que não equivale nem a 1,50 euro por hora.  (Leia aqui o relato completo escrito por Gisele Ferreira).
Brasileiras no front por direitos
Conheci Adelita Monteiro [na busca por movimentos sociais em grupos de brasileiros no Facebook. Ela já havia voltado ao Brasil, mas em férias de Natal passeou pela Irlanda e conseguimos nos encontrar na casa de sua sogra. Adelita chegou em Dublin em 2007, já nos idos da crise econômica mundial. Sem muitas alternativas, au pair foi a primeira oportunidade que encontrou para fazer uma grana. Sem muitas informações, aceitava lavar, passar, cuidar das crianças, inclusive aos sábados, sem ganhar adicional por isso. Mas a primeira vez que disse que não trabalharia em um feriado, a família ‘pediu’ ela passar aspirador na casa antes de sair.
“Ela ficou com raiva de mim algumas vezes, gritou comigo e me chamou de estúpida e me pediu para ir embora, depois de alguns minutos ela pedia desculpas e dizia que suas filhas me adoravam e me pedia para ficar. Uma manhã bem cedo ela invadiu meu quarto gritando que eu era inútil e não fazia nada. Naquela manhã de segunda-feira eu não fui para a escola, eu fiquei passando roupas até 14h e, à tarde, levei as crianças para a escola de música na cidade até 18h da noite. Naquela noite, eu informei a ela que eu iria embora”, conta Adelita que, percebeu aí os problemas que rondavam a profissão. (leia aqui o depoimento de Adelita completo).
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“Aquela experiência me machucou e senti que a coisa não estava certa e que algo precisava ser feito”. Em 2013, ela e outras brasileiras se juntaram e fundaram o Au pair Rights Association Ireland, liderado hoje por Jane Xavier.
A primeira constatação foi a diferença entre as trabalhadoras domésticas e as babás. Enquanto o primeiro é um ofício reconhecido por lei e protegido pelos direitos trabalhistas irlandeses, as au pairs  não são consideradas nem  trabalhadoras nem entram no grupo das  domésticas. Porém, elas atuam no ambiente doméstico, cuidam das crianças, fazem tarefas domésticas, têm horário de entrada e saída, recebem um salário e são subordinadas a um superior. Por que, então, as Au pairs não são consideradas trabalhadoras?
“Para o público em geral, o fato de nomeá-las como “au pair” automaticamente as isenta de seus direitos, tais como férias, feriados, licença por motivos de saúde, dentre outros. Há também um novo termo chamado de “Au pair live out”, que é nada menos do que uma trabalhadora doméstica, mas por ser chamada Au Pair a família automaticamente se dá ao “direito” de oferecer salários de 3 euros por hora, em oposição ao mínimo requerido de € 9,15 / h”, explica Adelita.
O país  não possui um programa de au pair, como há nos EUA ou outros países da Europa, nem faz parte de tratados internacionais que regularizam a atividade. O termo au pair (do francês, ‘ao par’, igual) designa a pessoa vinda de um país estrangeiro para cuidar de crianças de uma família nativa, enquanto ela aprende uma nova língua e cultura. Se popularizou na Europa em meados da década de 1960, e, em tese, essa pessoa seria como uma irmã mais velha, que colabora apenas com pequenos cuidados da casa, mas o principal objetivo é a troca cultural, por isso mesmo a au pair não pode trabalhar mais que 30 horas semanais e deve ser tratada como membro da família, participando de refeições e viagens.
A troca cultural, no entanto, fica muito aquém do esperado e muitas vezes nem acontece. “Eu chorava direto. Ligava sempre para o meu namorado para desabafar. Eu continuava na casa por conta do dinheiro, pois senão eu iria ter que voltar para o Brasil. A mulher gritava todo o tempo, era muito grossa com a gente. Após três semanas, ela queria que eu deixasse o meu quarto para dormir no quarto da criança, em um sofá. Pois ela havia contratado mais duas au pairs espanholas para treinamento. Eu não aceitei, pois eu, que já não tinha privacidade na casa, ia perder mais ainda com isso. Ela não me pagou pelo serviço daquela semana, me levou de carro até um ponto de ônibus que eu nunca tinha estado antes. Me vi perdida, cheia de malas nas mãos. A única sorte é que eu ainda estava pagando o aluguel de meu antigo flat e pude voltar pra lá até encontrar outro trabalho”, relatou Gisele.
Trabalho de Amor
Em março de 2015, o Centro de Imigrantes liderou uma campanha chama Labour of Love, que, em tradução livre significa “Trabalho de Amor”, fazendo referência ao trabalho que envolve o cuidado com pessoas. Estive presente nas ações em frente aos prédios do governo, junto a mulheres de outros países, como Filipinas. O objetivo é que o governo irlandês reconheça as babás (au pairs) como trabalhadoras e estas possam ter, finalmente, seus direitos garantidos, como salário.
“Au pairs na Irlanda são trabalhadores, não participantes de programas de intercâmbio. Pela lei, au pairs têm os mesmos direitos que qualquer outro trabalhador. Na prática, no entanto,  nós estamos sendo usadas em horário integral tanto para cuidar quanto para as tarefas domésticas por apenas uma fração do que seria o salário mínimo. Nós precisamos garantir que as au pairs saibam de seus direitos e as famílias de suas obrigações”, disse Jane durante o lançamento da campanha (veja aqui o pronunciamento completo pela TV Trade Union)
O tema tem se tornado assunto em todo o território irlandês. Em dezembro do ano passado, a maior emissora de TV de lá, a RTÉ, realizou reportagem especial com duração de 46 minutos, onde entrevistou au pairs de diversos países que foram exploradas. No vídeo, elas citam, inclusive, o grande número de brasileiras envolvidas em condições precárias de trabalho.
Em declaração no site do Centro de Migrantes, a coordenadora Aoife Smith aponta que “as au pairs estão trabalhando longas horas em famílias em toda a Irlanda, oferecendo um essencial trabalho de cuidado com crianças em um país onde o o custo com creches é um dos mais altos da Europa e onde o estado não investe no sistema publico do serviço infantil”, aponta.
A luta continua
Em 2015, foram realizadas duas reuniões entre o National Employment Rights Authority (NERA) e Department of Jobs and Enterprise e Au Pair Rights Association Ireland em 2015. “Reivindicamos a necessidade de informacão sobre direitos das Au Pairs, principalmente relacionado a famílias que devem pagar o salário mínimo, férias e horas extras às Au Pairs, assim como a inspeçãoo de agentes do NERA (orgaão comparado a ministério do trabalho no Brasil) nas residências; e atuação de agências que não seguem as leis trabalhistas.
Até o momento as mudanças não foram atendidas. Com a ajuda do Centro de Migrantes, duas brasileiras denunciaram famílias que as exploraram e os dois processos trabalhistas foram ganhos. “Os desafios da Associação de Direitos das Au pairs na Irlanda (Au Pair Rights Association Ireland) são muitos, além de pressionar o governo através da mídia, temos que conscientizar as próprias au pairs que elas têm direitos – elas são empregadas domésticas e devem receber o salário mínimo vigente. Bem como, elas devem reportar famílias que as pagam como se o trabalho fosse programa de intercambio. Já que não existe legislação para tal na Irlanda”.
Outras histórias de brasileiras
Voltei para o Brasil em agosto de 2015. Além da saudades, trouxe na bagagem o desafio de escrever sobre a questão das babás em Dublin e dos desafios que rondam a vida das imigrantes brasileiras.  Nesse processo, conversei com outras amigas, pedi relatos nas comunidades em redes sociais e outras pessoas também acabaram procurando pelo Nós, mulheres da periferia para falar da questão.
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Thainar Nascimento| Arquivo pessoal


Uma delas é Thainar Nascimento, 24, de Taboão da Serra. Após rejeição da família e até sofrer com piadas machistas dos amigos que diziam que iria para Dublin para arrumar namorado, a moça está há quase um ano no país. Sua profissão também é a de au pair, além de fazer “um extra” limpando escritórios.  “Entreguei panfleto de casa em casa, oferecendo serviços de cleaner (limpeza geral). Sou cleaner também, aos sábados. Passei alguns fins de semana, sem sair do quarto mandando currículo até para o inferno, nisso tudo, me candidatei a vagas de Au Pair (meu atual emprego), achei. Sabia que seria complicado, mas eu não sabia o tanto. Chorei a primeira vez num emprego. Limpo a casa, passo roupa, faço o jantar das crianças, brinco com elas depois do jantar, dou comida para os cachorros e quando não está bom, os pais saem e me deixam como baby-sitter, só deixam trabalho, porque dinheiro que é bom, nada”. (Leia aqui o relato completo de Thainar Nascimento). 
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Claudia Vieira| Arquivo pessoal


Outra, ainda, é Claudia Vieira, da Vila Guacuri, zona sul de São Paulo. Fotógrafa de profissão, atualmente Claudia trabalha como “cleaner”, nome que se dá às mulheres que chamaríamos de diaristas ou ajudantes gerais aqui. “Você é formada no Brasil, tem faculdade, um bom emprego e conseguiu comprar até o carro desejado. Na Irlanda é diferente, mas você pode e tem todo o direito de procurar um emprego na sua área. Eu, como fotógrafa, tenho conseguido alguns poucos e bons trabalhos, desfruto disso, ainda assim não pagam as minhas contas. Com um visto de estudante, que te permite trabalhar 20 horas semanais, sendo 4 ao dia, você sente que fica mais limitado. As leis mudaram e você precisa se adequar”. (Veja aqui o relato completo de Claudia Vieira).
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Giliane Lima| Arquivo pessoal


Dentre as meninas que encontramos nos grupos do facebook destinados a brasileiras. Giliane Lima foi uma das que se prontificaram a contar sua história não só como babá, mas também de todo o processo, antes e depois de chegar em Dublin. Nascida em Juazeiro do Norte, ela cresceu no bairro Elisa Maria, na Brasilândia (zona norte de São Paulo). “Acredito que todas as pessoas deveriam viver experiência do intercâmbio e eu gostaria muito de ver mais pessoas nascidas na periferia recebendo oportunidades reais de viver essa experiência”. (veja aqui o relato na íntegra da Giliane Lima)
A redação do Nós, mulheres da periferia questionou a Embaixada do Brasil na Irlanda para entender se há alguma ação bilateral entre os dois governos. No dia 4 de março o ministro-embaixador Luiz Cesar Gasses nos encaminhou os esclarecimentos abaixo: 
O Setor Consular da Embaixada do Brasil em Dublin não recebeu, até a presente data, solicitação de assistência por parte de nacionais brasileiras que tenham sido vítimas de regimes abusivos de trabalho como “au pair” na Irlanda.
A Embaixada não dispõe de estimativa oficial sobre o tema, mas está ciente de que número significativo de jovens brasileiras exerce a função no país. Por essa razão, a Embaixada mantém diálogo com representantes da “Au Pair Association Ireland” e colabora com a difusão, junto à comunidade brasileira, de informações sobre os direitos dos trabalhadores domésticos previstos na legislação irlandesa.
Em maio de 2015, o grupo “Au Pair Rights” foi convidado a participar com estande informativo no “Bazaar Brazil” (projeto beneficente organizado em prol da Associação de Famílias Brasileiras na Irlanda). Em julho do mesmo ano, a Embaixada publicou “post” no facebook informando sobre a campanha de conscientização “Labour of Love”, organizada pelo “Migrants Rights Centre Ireland” (MRCI), e disponibilizou folhetos informativos, em português e inglês, sobre o trabalho de aconselhamento prestado pelo MRCI.
A Embaixada continuará a acompanhar o assunto e transmitir informações relevantes sobre o tema por meio de seu perfil oficial no Facebook (Embassy of Brazil in Dublin) e de seu sítio eletrônico (dublin.itamaraty.gov.br). A Embaixada permanece à disposição para prestar orientações e todo o apoio cabível a nacionais brasileiras que venham a ser vítimas de regimes de trabalho incompatíveis com a legislação trabalhista local. Solicitações de informação e assistência podem ser encaminhadas para o endereço eletrônico assist.dublin@itamaraty.gov.br.