“Mostra Excêntrica” apresenta a cultura LGBT em filmes, exposições e shows

Programação da Festa Excêntrica traz espetáculos consagrados como "Cartas à Madame Satã" e show com Rico Dalasam.

Por Redação

27|09|2018

Alterado em 27|09|2018

A Mostra Excêntrica, um dos maiores eventos de difusão da cultura LGBT+ em São Paulo, acontece de 2 a 27 de outubro na Oficina Cultural Alfredo Volpi, em Itaquera, zona leste de São Paulo De caráter multilinguagem e inteiramente gratuita, a programação da Mostra traz apresentações teatrais, exibição de filmes, exposição fotográfica, shows musicais, performances, oficinas e debates.
Desde a primeira edição o principal objetivo do evento é promover o diálogo sobre questões da população LGBT+,  provocando debates e questionamentos sobre Corpo, Sexualidade, Identidades e Arte.

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Fragmento do espetáculo “Cartas a Madame Satã, ou me desespero se notícias suas” da Cia Os Crespos. Em um quarto um homem negro se relaciona com a mítica figura de Madame Satã,

©divulgação

“Excêntrico, para nós, refere-se a aquele que incomoda, que está a margem, fora do padrão ou de um centro”, explica Rodrigo Mar, integrante do Coletivo Sankofa e um dos organizadores.
 

Confira a programação completa

  • 2 de outubro, terça-feira

19h – Coquetel de Abertura
19h  – Abertura da Exposição “Novas Mitologias” de Bruno Marcitelli e Acervo do Museu da Diversidade Sexual
O artista Bruno Marcitelli apresenta uma coleção de imagens inspiradas em pinturas clássicas. Recriadas sob a perspectiva da contemporaneidade, corpos gays, negros, trans e periféricos clamam para si o protagonismo das narrativas e reconfiguram de modo crítico e criativo a própria História da Arte.
20hs  – Roda de Conversa  – “Disputas de narrativas e resistências na Arte”
Com Erica Malunguinho (Aparelha Luzia) e Jefferson Mateus (Museu da Diversidade Sexual).
Classificação Indicativa: 14 anos
 

  • 3 de outubro, quarta-feira

20h – “Meninos também amama” direção. Rafael Guerche
Ser jovem, negro, LGBT e morar na periferia de uma grande metrópole: costurar esses marcadores sociais é o que faz o espetáculo teatral Picumã: asas de passarinho preto. O espetáculo é um depoimento poético que narra a história de Catatau, jovem que vivencia no corpo e na alma as dores do racismo e da homofobia.
Classificação Indicativa: 12 anos

  • 6 de outubro, sábado

17h – Roda de Conversa – “Espaços de referência e resistências na cidade”
Com Franklin Félix (Psicólogo e Militante), Bruno Oliveira (Casa Um) e Ana Caroline (Centro de Cidadania LGBTI Laura Vermont).
Classificação Indicativa: 14 anos
19h  – Monna Brutal – “Pocket Show
9/11, que é o álbum de lançamento da Monna Brutal, nessa sua nova fase da carreira, que veio para trazer um enigma, gerar questionamentos. São músicas que falam sobre a força da transfeminilidade, a luta das bichas afeminadas. Exalta a força ancestral de Satã, a qual as bichas-trans-pretas, como escória dessa sociedade, são lançadas para marginalidade, para a obscuridade e precariedade da vida. Monna encarna a voz das oprimidas pelo sistema patriarcal de gênero, evocando o poder das derrotadas e transformando cada lágrima em gasolina, para mandar versos incendiados de conteúdo que desvendam o sistema opressor contra corpos marginais, colocando vergonha e cobrando vingança por todo sangue derramado. Resistência é a palavra que define esse som.
Duração: 30 minutos

  • 10 de outubro, quarta-feira

20h – “Dama da Noite” com Luiz Fernando de Almeida
O ator Luiz Fernando Almeida vive Dama da Noite na adaptação do conto de Caio Fernando Abreu. Com direção de Andre Leahun, o monologo fala sobre um ser humano que vê o mundo e não sente-se inserido no que vê. Amor, Sexo, Solidão, AIDS, são alguns dos temas discutidos pela personagem.
Classificação Indicativa: 18 anos

  • 17 de outubro, quarta-feira

20h –  “Cartas a Madame Satã ou me desespero sem notícias suas” – Os Crespos
Fragmento do espetáculo “Cartas a Madame Satã, ou me desespero se notícias suas” da Cia Os Crespos. Em um quarto um homem negro se relaciona com a mítica figura de Madame Satã,
Classificação Indicativa: 14 anos

  • 19 de outubro, sexta-feira

19hs – “#2017-445” do Coletivo Bixa Pare
A performance é um memorial efêmero para fatos não efêmeros. Foram 445 vidas interrompidas por expressarem suas existências. A performance expõe o revoltante fato de termos 445 mortes registradas por LGBTfobia no ano de 2017. 445 vidas registradas apenas no ano de 2017. 445 vidas que foram interrompidas apenas por expressarem suas condições neste mundo. São estouros que alertam a nossa existência no país que mais mata a população
LGBTI+ do mundo. Existimos, resistimos e lembramos!
Classificação Indicativa: livre
20hs – “Economicamente Gay” de Adri Ona
“Economicamente Gay” é um documentário de 2011 produzido e idealizado por Adri Ona, jovem residente do bairro Jd. São Luiz, periferia de São Paulo. No curta-metragem investiga-se a questão da homossexualidade na periferia, a descoberta, a discriminação e o preconceito por uma população que, muitas vezes, tem seus primeiros contatos em relação a essa temática através do que as mídias, no geral, expõem. Frente a representação dos gays de classe média/alta, as demais identidades gênero dissidentes não são tão comumente retratadas nas pautas e grades de programação midiáticas e é essa “escolha” que o documentário cutuca, investigando na rua os efeitos da “representatividade escolhida a dedo”.
Classificação Indicativa: livre

  • 24 de outubro, quarta-feira

20h – “Gotas de Codeína” com Luiz Fernando de Almeida
Gotas de Codeína conta a história de Cesar, um homem comum, que aparenta estar contente com a vida que leva, mas que no fundo está profundamente deprimido. A peça revela intimidades de um homem casado que vive atrás de máscaras, sem coragem de assumir seu verdadeiro “Eu”. Cesar, como tantos outros, já não suporta mais continuar e pensa em acabar com a própria vida.
A plateia é convidada a vivenciar juntos, alguns momentos cotidianos do personagem, enquanto refletem sobre questões como amor, família, sexualidade e felicidade.
Até que ponto podemos fugir do que realmente somos? Vale a pena viver uma vida pela metade?
Classificação Indicativa: 18 anos

  • 27 de outubro, sábado

15hs – Performances Drag
A cultura drag ganha destaque nessa edição da mostra com as baphonicas  ALEXIA TWISTER, LAVINIA STORM, SASHA ZIMMER e AKIRA WERNECK. Com muito brilho e bateção de cabelo essas divas colocam as monas, manas e manos para dançar.
Classificação Indicativa: livre
16h30 –  “Pátria Amada” da  CiA dXs TeRrOrIsTaS
Pátria Amada é um atentado poético inicialmente projetado para a 21º Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo em parceria com o coletivo Diretores de Cena Brasil. Na tentativa de lavar uma bandeira de sangue, xs terroristas poéticos são marcados do mesmo vermelho que tinge o país que mais mata a população LGBT no mundo. Essa violência rodeada de um festejo que celebra, luta, mas também ignora as forças que estão em jogo nas periferias, onde o glamour é sentenciado, o glitternão brilha e as cores são desbotadas. Para aqueles em que o armário ainda é front de sobrevivência…
Classificação Indicativa: livre
19hs – Baile Helipa LGBT+
Helipa LGBT+ é o rolê chave das manas da quebrada na região da zona leste que pretende democratizar os fluxos para o público LGBT+ e, ao mesmo tempo, descentralizar as baladas gays de São Paulo. “As manas não precisam ir para o centro. É uma mistura de funk, brega-funk, pop, tribal house e outros bate-cabelos.
Classificação Indicativa: livre
20hs – “Pocket Show”  Rico Dalasam
Rico Dalasam Desafia a noção de normalidade na música e nas questões de gênero, inaugurando a cena queer rap do Brasil aos 25 anos de idade no fim de 2014, após já ter trabalhado como cabeleireiro e editor de moda, ingressou no rap nacional, tornando-se uma das principais apostas da música nacional contemporânea. Lançou, em 2015, seu primeiro trabalho, o EP Modo Diverso, reunindo 6 músicas autorais que narram suas experiências de vida enquanto jovem, negro e gay, morador da periferia da Grande São Paulo. Rico percorreu um longo caminho, construído novas narrativas até lançar seu primeiro álbum Orgunga ,onde conta seus melhores orgulhos .
Classificação Indicativa: livre
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