Foto mostra mãe abraçando criança

Mães e crianças negras: sementes de comunidades vivas

Saiba mais sobre o evento online que contou com a participação de Juliana Prates e Adriana Arcebispo e deu início ao programa formativo “O papel do jornalismo periférico e antirracista na proteção das crianças negras”

Por Amanda Stabile

01|09|2023

Alterado em 01|09|2023

Na última quarta-feira (30), aconteceu o evento online Mães e crianças negras: sementes de comunidades vivas, que deu início ao programa formativo “O papel do jornalismo periférico e antirracista na proteção das crianças negras”, uma realização do Nós, mulheres da Periferia em parceria com Alma Preta Jornalismo, Marco Zero Conteúdo e apoio da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal.

Participaram do encontro a psicóloga Juliana Prates e a criadora de conteúdo Adriana Arcebispo, da Família Quilombo. Durante a conversa, as convidadas falaram sobre os desafios que permeiam o cotidiano de mães e os caminhos para garantir os direitos das crianças negras.

“Nós ressaltamos a importância da primeira infância no desenvolvimento, considerando que as experiências vividas no começo da vida têm um impacto no futuro. E por isso a mediação das experiências por meio de um cuidador principal, que na realidade são as mães, são fundamentais no processo de desenvolvimento”, apontou Juliana.

A psicóloga também ressaltou a necessidade de jornalistas e comunicadores pautarem esse tema, mas com cuidado para não reforçar um discurso que condena pessoas que não tiveram um bom começo de vida. “As primeiras relações importam, mas as crianças são resilientes”, disse.

Adriana é mãe de Dandara, de oito anos, e Akins, de 12. Há sete anos, junto de Josimar Silveira, seu marido, ela compartilha nas redes sociais o cotidiano de sua família. “Somos um formato possível de família – e família preta – desincentivada historicamente. Por isso, achamos importante usar nosso lugar de fala e as nossas vozes para comunicar a respeito da nossa experiência”, contou.

A influenciadora compartilhou suas vivências como mãe e algumas violências que sofreu. Aos 16 anos, no parto do primeiro filho, Adriana sofreu violência obstétrica e contou que teve de parir amarrada. “O Jonathan nasceu em uma experiência de muita dor e faleceu meses depois. Ele não pôde exercer o direito de nascer com qualidade, protegido”, desabafou.

Inscreva-se no programa formativo

A formação online “O papel do jornalismo periférico e antirracista na proteção das crianças negras” é gratuita é voltada para profissionais e estudantes de jornalismo da região nordeste do país. Serão selecionadas 35 pessoas para participarem de quatro encontros ministrados por especialistas nos temas de primeira infância e racismo, em parceria com as equipes do Nós, mulheres da periferia e Alma Preta Jornalismo.

As inscrições ficam abertas até 15 de outubro e os nomes dos selecionados serão anunciados em 30 de outubro. Saiba mais.