ilustração mulheres

Cuidadoras Ancestrais: dois olhares sobre o lixo

O último episódio de Cuidadoras Ancestrais apresenta duas mulheres que atuam no enfrentamento à questão do lixo

Por Beatriz de Oliveira

27|04|2023

- Alterado em 28|04|2023

O terceiro e último episódio da série “Cuidadoras Ancestrais – elos entre a cidade e a floresta pela justiça ambiental” já está disponível nas plataformas de áudio. A produção é feita a partir de parceria entre o Nós, mulheres da periferia e a Rede Wayuri, com apoio do fundo Puentes, através do “Narremos La Utopia” que nos convida a imaginar futuros a partir da justiça ambiental.

Neste episódio os ouvintes são convidados a conhecer Francy Baniwa e Francieli Silva, que trazem dois olhares diferentes sobre a questão do lixo.

Francy Baniwa é da comunidade indígena Assunção do Içana, no município de São Gabriel da Cachoeira (AM). É doutoranda em Antropologia Social e também se dedica ao projeto Amaronai-Ita, formado por mulheres indígenas e não indígenas que produzem absorventes ecológicos.

O projeto tem o objetivo de diminuir a quantidade de lixo nas comunidades, o que inclui os absorventes descartáveis, e também tem a preocupação do cuidado com o corpo de quem vai usar. “Se a gente deixar de usar o absorvente descartável vamos contribuir com o solo e com a floresta”, afirma.

Francieli Silva é catadora de materiais recicláveis e vive em São Paulo (SP). Conta que através desse trabalho desenvolveu consciência sobre a importância do cuidado com o meio ambiente, e tem passado esses ensinamentos para sua filha mais nova.

“É um trabalho digno, estamos limpando as cidades, limpando o planeta, que não tem mais onde colocar lixo. A palavra de hoje é sustentabilidade, não dá mais pra ficar produzindo lixo e achar que está tudo bem. Eu tive consciência disso através da carroça. Hoje eu não jogo o meu lixo em qualquer lugar”, conta.