Conheça as ministras do governo Lula

O governo do presidente Lula (PT) nomeou 11 mulheres como líderes de ministérios para o próximo mandato. Confira quem são.

Por Mariana Oliveira

06|01|2023

Alterado em 06|01|2023

O governo do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nomeou 11 mulheres para liderar pastas dos ministérios até o final do mandato, em 2027. Este é o maior número de mulheres no primeiro escalão do governo.

Somente no segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), uma quantidade assim de mulheres liderando ministérios foi atingida com dez mulheres. Conheça abaixo quem são essas mulheres e sua respectiva pasta.

Daniela Carneiro (Turismo)

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A deputada federal Daniela Carneiro (União) assume o cargo de Ministra do Turismo

©Divulgação / Internet

A deputada federal Daniela Carneiro (União), é pedagoga e especialista em psicomotricidade, pela Universidade Cândido Mendes do Rio de Janeiro. Atuou como secretária de educação no Rio de Janeiro (RJ).

“Eu acredito em uma política de resultados que transforma a vida do povo. Fortalecer o turismo é significa gerar mais renda, mais emprego e combater a fome”, relatou Daniela em seu primeiro discurso como ministra.

Nísia Trindade (Saúde)

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A ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante cerimônia de investidura no cargo.

©Marcelo Camargo / Agência Brasil

Nísia é doutora em sociologia, mestre em ciência política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iesp), e a primeira mulher a ocupar o cargo de Ministra da Saúde. Em 2017 assumiu a presidência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Na instituição, liderou as ações de enfrentamento da pandemia de Covid-19 no país.

Durante cerimônia de posse do ministério, Nísia enfatizou que sua gestão “será pautada pela ciência e pelo diálogo com a comunidade científica”.

Em 2021, pelo Governo da França recebeu o grau de Cavaleira da Ordem Nacional da Legião de Honra da França, em reconhecimento ao seu trabalho de enfrentamento à pandemia.

Esther Dweck (Gestão e Inovação)

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Esther Dweck foi secretária do Orçamento Federal no governo Dilma, asume a pasta de Gestão e Inovação em 2023

©Evaristo SA / AFP

A economista Esther Dweck é professora na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em que também coordena o grupo de pesquisa em Economia do Setor Público. Em 2021 recebeu o prêmio de Mulher Economista, pelo Conselho Federal de Economia (Cofecon). Atuou no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, no governo Dilma Rousseff. Ocupou o cargo de Chefe da Assessoria Econômica e de Secretária de Orçamento Federal.

“Nós iremos ampliar a capacidade do Estado brasileiro de priorizar o combate às desigualdades estruturais da sociedade brasileira”, é o defendeu durante sua posse.

Luciana Santos (Ciência e Tecnologia)

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A engenheira, ex-prefeita de Olinda (PE) e presidenta do PCdoB, é encarregada da pasta da Ciência e Tecnologia

©Divulgação / Internet

A engenheira elétrica Luciana Santos foi a primeira vice-governadora de Pernambuco. Foi prefeita de Olinda (PE) durante dois mandatos nos anos 2000. Atualmente é presidenta do PCdoB. Enquanto deputada federal integrou as comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, Desenvolvimento Urbano e de Cultura. Agora, em 2023 repete a dose de “primeira mulher amulher”, ao liderar o Ministério da Ciência e Tecnologia.

Em seu discursodeposse, a ministra declarou que deverá, “relançar uma nova estratégia nacional de Ciência e Tecnologia que enfrente e supere os grande desafios do país”.

Margareth Menezes (Cultura)

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Após reativação do Ministério da Cultura, Margareth Menezes é a primeira mulher a ocupar o cargo

©José de Holanda

“[A pasta] está mais forte, com mais recursos e estruturas do que qualquer outro momento de sua história”.

Com mais de 30 anos de carreira, a cantora baiana é referência para a música brasileira. Em 2004, Margareth Menezes criou a Associação Fábrica Cultural (BA), desenvolvendo projetos nas áreas de educação, cultura e produção sustentável.

O presidente Lula restaurou a cultura como ministério, após a pasta ser dissolvida durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). A cantora assume o cargo com o objetivo de promover a diversidade cultural nacional.

Cida Gonçalves (Mulheres)

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Experiente em trabalhos de enfrentamento à violência de gênero, Cida Gonçalves assume a pasta de Mulheres

©Min. Turismo/Fotos Públicas

O currículo de Cida Gonçalves se concentra em trabalhos de enfrentamento à violência de gênero. Durante os governos Lula e Dilma Rousseff (PT) foi secretária de enfrentamento à violência contra a mulher, e trabalhou na criação do Ligue 180, a Central de Atendimento à Mulher.

“No governo anterior, passou a ser chamada de Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Foi uma usurpação, pois não cuidou das mulheres, das famílias nem dos direitos humanos. Este é um ministério que as reconhece e acolhe”, critica Cida.

Cida também tem passagem como secretária nacional do Enfrentamento à Violência contra a Mulher. No Mato Grosso do Sul (MS), foi por um ano assessora técnica e política da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas e assessora da Coordenadoria de Atendimento à Mulher entre 2001 e 2002.

Marina Silva (Meio Ambiente)

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Referência na área de meio ambiente, Marina Silva assume a pasta pela segunda vez

©Wanezza Soares / Carta Capital

Defensora do meio ambiente, Marina Silva (Rede) é historiadora e sindicalista. Marina foi vereadora, deputada estadual, senadora e Ministra do Meio Ambiente. Em 2013 fundou o partido Rede.

Este ano ocupa pela segunda vez o cargo de secretária do Meio Ambiente. Sua primeira passagem, em 1995, aconteceu quando era filiada ao PT. Marina recebeu alguns prêmios durante sua vida, entre os destaques estão o “Champions of the Earth”, concedido pela ONU (Organização das Nações Unidas), prêmio concedido anualmente pelo programa de meio ambiente da agência.

Em seu discurso de posse, Marina declarou, “vamos trabalhar juntos com a sociedade civil, trabalhadores, povos indígenas e tradicionais, artistas, cientistas e governos, para reconquistar a credibilidade do país”.

Anielle Franco (Igualdade Racial)

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Anielle Franco participou da equipe de transição para o gverno Lula, ocupa o Ministério da Igualdade Racial

©Divulgação / Internet

Ativista feminista e antirracista. Fundou o Instituto Marielle Franco após o assassinato da irmã, à época vereadora do Rio de Janeiro (RJ). Mestra em relações étnico-raciais pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (RJ) e jornalismo na Florida A&M University (EUA). Enquanto diretora no Instituto, coordena ações sociais com foco em mulheres negras e jovens periféricos.

“Esse será um ministério com abertura, participação, diálogo e troca com todos os ministérios, movimentos e todas as pessoas”,

conta Anielle após ser convidada para ser Ministra da igualdade racial.

Simone Tebet (Planejamento)

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A senadora pelo MDB e advogada assume o Ministério do Planejamento

A senadora do MDB, que este ano concorreu ao cargo de Presidente da República, assume o cargo de Ministra do Planejamento do governo de Lula. Ela afirma que, “os pobres estarão no orçamento público. Mas não somente eles: as crianças, os jovens, os idosos, estarão no orçamento. As mulheres, os negros, os povos originários, estarão no orçamento”.

Advogada e professora se envolveu com a política a partir de seu pai, Ramez Tebet, ex-governador, ex-senador do Mato Grosso do Sul e ex-ministro da Integração Nacional. Em 2004 foi a primeira prefeita de Três Lagoas (MS), e exerceu o cargo por dois mandatos.

Ana Moser (Esporte)

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Ana Moser é a primeiramulher assumir o Minstério do Esporte

©Divulgação / Instagram

Ana Moser é ex-jogadora de vôlei. Pela seleção brasileira, foi responsável por trazer a primeira medalha olímpica do vôlei feminino no país. Fundou em 2001 o Instituto Esporte & Educação para ensinar crianças e adolescentes de periferia, sobre diversidade, inclusão e coletividade através do esporte.

Durante sua posse, Moser afirma, “buscar estratégia e parcerias necessárias para implementar a prática de esporte em todas as camadas da população”, durante o mandato.

Sonia Guajajara (Povos Indígenas)

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Sonia Guajajara é a primeira ministra indígena. A partir de 2023 é responsável pela pasta de Povos Indígenas

©Divulgação / Internet

A militante foi a primeira deputada indígena eleita no estado de São Paulo pelo Psol. A pasta do Ministério dos Povos Indígenas é inédita, assim como uma mulher indígena a ocupar um cargo no ministério.

“Esse ministério é uma demonstração de respeito à nossa luta e vamos fazer de tudo para que ninguém nunca mais venha destruir ele”,

afirmou a ministra dias antes de assumir a pasta.

Guajajara é coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e membro do conselho da Iniciativa Inter-religiosa pelas Florestas Tropicais do Brasil, das Nações Unidas. A enfermeira e educadora ficou na lista das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2022, pela revista Time.