mulher com livro

Conheça as escritoras que marcaram os 45 anos dos Cadernos Negros

A série de publicações Cadernos Negros completa 45 anos disseminando a literatura negra; conheça 8 escritoras que passaram pela iniciativa

Por Beatriz de Oliveira

18|04|2023

Alterado em 18|04|2023

Neste ano, a série de publicações Cadernos Negros completa 45 anos de existência. A iniciativa promove a disseminação e valorização da literatura negra no país. Essa história começa em 1978, quando um grupo de jovens escritores negros criam uma publicação para expor seus textos. Desde então, a série reveza anualmente entre publicações de poemas e contos.

A organização e curadoria dos textos é feita pelo coletivo Quilombhoje Literatura. Pelas 44 edições dos Cadernos Negros, inúmeros escritores tiveram a oportunidade de ver contos e poemas publicados. No último lançamento, por exemplo, há 44 autores. Para alguns, a iniciativa foi o ponto de partida para uma carreira de maior visibilidade na literatura. É o caso de escritoras negras como: Esmeralda Ribeiro, Conceição Evaristo, Miriam Alves, Raquel Almeida, Joice Aziza, Elizandra Souza, Lia Vieira e Cristiane Sobral.

Salva de Prata, em reconhecimento ao trabalho pela visibilidade da produção literária de Em 14 de abril, o coletivo Quilombhoje recebeu, na Câmara Municipal de São Paulo, a autoras e autores negros.

Conheça essas cinco escritoras que já tiveram seus textos publicados nos Cadernos Negros.

Esmeralda Ribeiro

Image

Esmeralda Ribeiro é integrante do coletivo Flores de Baobá

©reprodução

A jornalista e escritora Esmeralda Ribeiro é integrante do coletivo Flores de Baobá, que reúne escritoras negras, e uma das organizadoras dos Cadernos Negros. Conheceu a Quilombhoje logo nas primeiras edições dos Cadernos Negros, se aproximou de outros escritores negros e ampliou sua visão sobre o racismo no país. Entre suas publicações está o livro “Malungos e Milongas”, publicado em 1988, que conta a história de uma família negra com quatro irmãos. Há também o Orukomi – Meu Nome, de 2007, em que um contador de histórias fala sobre um país no continente africano para um menino negro.

Conceição Evaristo

Image

Conceição Evaristo escreveu contos, romances e poemas

©Aline Macedo

Contos, romances e poemas compõem as obras da escritora Conceição Evaristo. Na década de 90, seus primeiros textos foram publicados nos Cadernos Negros. A partir daí sua escrita ganhou projeção, inclusive internacional. Em 2003, publicou seu primeiro romance, “Ponciá Vicêncio”. Outros títulos da escritora são “Becos da memória”, “Olhos D’Água” e “Canção para ninar menino grande”. Ganhou em 2015 o Prêmio Jabuti na categoria Contos e Crônicas, além de ser homenageada pela premiação em 2019.

Miriam Alves

Image

Miriam Alves é escritora, assistente social e professora.

©Amanda Neri/divulgação

Miriam Alves é escritora, assistente social e professora. Começou a integrar o coletivo Quilombhoje na década de 1980, tendo sua estreia na quinta edição dos Cadernos Negros. Em seus textos, a autora explora a relação entre poesia, ficção e metalinguagem. Entre suas publicações estão os livros: “Momentos de busca” (1983), “Estrelas no dedo” (1985), “Bará: na trilha do vento” (2015), “Maréia” (2019); “Mulher mat(r)iz” (2011) e “Juntar pedaços” (2021).

Raquel Almeida

Image

Raquel Almeida é cofundadora do coletivo “Elo da Corrente”, que realiza saraus em Pirituba

©reprodução/Facebook

A arte-educadora e produtora cultural Raquel Almeida é cofundadora do coletivo “Elo da Corrente”, que realiza saraus em Pirituba, zona noroeste de São Paulo. Publicou o conto “Minha cor” na edição de número 30 dos Cadernos Negros. Também assina, junto a escritora Soninha Mazo, a coletânea de textos em prosa e poesia “Duas gerações sobrevivendo no gueto”, de 2008. Entre suas publicações solo estão “Sagrado sopro – do solo que renasço” e “Contos de Yõnu”.

Joice Aziza

Image

Joice Aziza é autora do livro “Diário de Isolamento”

©divulgação

A professora de História e ativista Joice Aziza publicou poemas seus na edicão de número 43 dos Cadernos Negros. Em maio de 2022, lançou seu primeiro livro autoral: “Diário de Isolamento”. Na obra, composta por poemas, crônicas e relatos, a escritora narra atravessamentos da pandemia da Covid-19 para mulheres periféricas como ela.

Elizandra Souza

Image

Elizandra Souza é escritora, jornalista, ativista cultural e integrante do Sarau das Pretas

©reprodução/LinkedIn

Elizandra Souza é escritora, jornalista, ativista cultural e integrante do Sarau das Pretas. Seu processo de escrita começou com os diários pessoais, até que descobriu sua identidade de mulher negra e começou a escrever poemas e outros textos. Tem suas poesias publicadas em diferentes edições dos Cadernos Negros. Além disso, é autora dos livros “Águas da cabaça” (2012), “Filha do fogo: doze contos de amor e cura” (2020) e “Quem pode acalmar esse redemoinho de ser mulher preta?” (2021).

Lia Vieira

Image

Lia Vieira é pesquisadora, artista plástica, escritora e militante do movimento negro

©reprodução

Lia Vieira é pesquisadora, artista plástica, escritora e e militante do movimento negro. E 1990, publicou o livro “Eu, mulher – mural de poesias”; seus poemas também estão disponíveis na série de publicações Cadernos Negros. É autora da obra infantojuvenil “Chica da Silva – a mulher que inventou o mar” (2001) e do livro de contos “Só as mulheres sangram” (2011).

Cristiane Sobral

Image

Cristiane Sobral teve sua primeira participação nos Cadernos Negros em seu volume 23

©reprodução

A professora, contista, poeta e dramaturga Cristiane Sobral teve sua primeira participação nos Cadernos Negros em seu volume 23. Após colaboração em antologias e projetos de literatura, teve sua primeira obra individual publicada em 2010, com “Não vou mais lavar os pratos”. Também assina os livros “Só por hoje vou deixar o meu cabelo em paz” (2014), “O tapete voador” (2016) e “Terra negra” (2017).