Centenário da Semana de 22

Centenário da Semana de 22: dicas de artistas negras para acompanhar

Confira cinco sugestões para conhecer e valorizar artistas negros no centenário da Semana de 22.

Por Beatriz de Oliveira

11|02|2022

Alterado em 11|02|2022

Há 100 anos, no Theatro Municipal de São Paulo, um grupo de artistas realizava um evento que mudaria o rumo da arte no país. Era a tratava da Semana de Arte Moderna e seu objetivo foi confrontar o conservadorismo vivenciado até então, produzindo uma arte efetivamente brasileira. E para isso, os modernistas não economizaram nas experimentações e uso de novas linguagens.

Em 1922, o Brasil passava por um processo de urbanização e de modernização, além de ser o centenário da Independência do país. O festival contou com exposição de cerca de 100 obras, apresentações de música e declamações de poesia. Nomes como Anita Malfatti, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Víctor Brecheret participaram do evento que ocorreu entre os dias 13 e 17 de fevereiro.

Apesar de sua importância, artistas negros e de outros estados não ganharam destaque na história da semana e do início do modernismo no país. Neste centenário da Semana de Arte Moderna, te convidamos a conhecer e acompanhar quatro artistas negras das áreas de artes visuais e literatura. E ainda uma iniciativa que promove a arte decolonial.

Com produções em vídeo, vídeo-performance, pintura e fotografia, a artista visual Juliana dos Santos realiza exposições no Brasil e no exterior. A também arte-educadora nasceu na zona norte da cidade de São Paulo e tem especialização em cultura afro-brasileira. Sua exposição “Entre o azul e o que não me deixo/deixam esquecer”, é fruto de pesquisa sobre essa cor e suas qualidades metafísicas e terapêuticas, a partir da flor Clitória Ternátea.

Juliana dos Santos (@julianadossantosarts)

Com produções em vídeo, vídeo-performance, pintura e fotografia, a artista visual Juliana dos Santos realiza exposições no Brasil e no exterior. A também arte-educadora nasceu na zona norte da cidade de São Paulo e tem especialização em cultura afro-brasileira. Sua exposição “Entre o azul e o que não me deixo/deixam esquecer”, é fruto de pesquisa sobre essa cor e suas qualidades metafísicas e terapêuticas, a partir da flor Clitória Ternátea.

Renata Felinto (@fenix_negra_purpurinada)

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Renata também se dedica a pesquisar a arte feita por mulheres e homens de ascendência negro-africana.

©Renata Felinto

Artista, professora e pesquisadora, Renata Felinto atua há 20 anos na área de artes visuais. Vencedora do Premio PIPA  em 2020, prêmio brasileiro de arte contemporânea, a artista tem como foco em vários de seus trabalhos a relação entre identidade e gênero. É o caso da série “Afro-Retratos”, que reuniu pinturas com referências a adornos femininos de variadas culturas para gerar reflexões sobre a identidade da mulher negra no Brasil. Renata também se dedica a pesquisar a arte feita por mulheres e homens de ascendência negro-africana.

Cidinha da Silva (@cidinhadasilvaescritora)

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A mineira também ministra cursos, oficinas e palestras.

©divulgação

A escritora Cidinha da Silva tem mais de 10 livros publicados, os quais passam pelo gênero da crônica, conto, ensaio e infantil. Questões relacionadas à raça, gênero e direitos humanos estão entre os temas de seus escritos. Foi finalista do prêmio Jabuti em 2019, e mais recentemente, em janeiro de 2022, ganhou o prêmio APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte de São Paulo) com o livro infantil “O mar de Manu”, que conta a história de um menino que pescava estrelas. A mineira também ministra cursos, oficinas e palestras.

Helena Silvestre (@helenitaluta)

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Helena Silvestre começou a participar de movimentos sociais aos 12 anos de idade.

©reprodução/Instagram

Escritora, educadora popular e militante, Helena Silvestre começou a participar de movimentos sociais aos 12 anos de idade. É uma das fundadoras do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e do Movimento Luta Popular. Editora da revista Amazonas, teve seu livro “Notas sobre fome” indicado ao prêmio Jabuti em 2020. A obra parte de suas vivências como ativista afroindígena.

Decolonizarte (@descolonizarte)

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O Decolonizarte foi fundado pela jornalista Bárbara Alves.

©arquivo pessoal

A última dica é de uma revista digital sobre artes visuais. Fundada em 2019, a Decolonizarte se propõe a divulgar a produção de artistas racializados e periféricos. Ao entrar no site é possível ler entrevistas, reportagens, artigos de opinião, análises e indicações. No texto “A ótica violenta na leitura de obras não brancas” a autora Nazura problematiza a história da arte centrada na Europa e discute a responsabilidade de quem escreve sobre artistas não brancos.


Reportagem publicada originalmente no portal Expresso Na Perifa – Estadão