Foto mostra criança sorrindo com a mão no rosto

As crianças são o presente: que elas vivam plenamente o agora

Para refletir sobre como (e se) estamos garantindo o bem-viver das crianças no país, confira alguns dados sobre diversos aspectos relacionados às infâncias brasileiras. Uma sociedade boa para as crianças é melhor para todos nós!

Por Amanda Stabile

11|10|2023

Alterado em 11|10|2023

Existem algumas expressões populares que às vezes repetimos sem ao menos refletir sobre o que querem dizer. E muitas delas dizem respeito às infâncias. Você já deve ter ouvido por aí que “as crianças são o futuro” mas, se pararmos para pensar, essa fala apenas adia nossa responsabilidade com os pequenos para um amanhã que nunca chega.

Além disso, cuidar das crianças pelo que podem vir a ser no futuro ou pelo retorno que trarão para a sociedade enquanto adultas, esvazia completamente o propósito de sociedade que escolhemos ser desde 1988. Junto com a promulgação da nova Constituição Federal, nos comprometemos a colocá-las como prioridade da nação e a salvo de toda forma de violência no agora.

É hoje que elas precisam comer, morar e ter todas as suas demais necessidades atendidas. Isso porque elas são a nossa forma mais potente, mas também mais vulnerável à falta de acesso à direitos. Como pontuou Míghian Danae, pedagoga e doutora em Educação na área da Sociologia da Educação, em entrevista ao Nós, mulheres da periferia:

A gente não quer que as crianças se desenvolvam para ser alguém no futuro. Todo esse desenvolvimento deve ser construído para que elas vivenciem a infância da maneira mais plena e integral possível no presente.

Para refletir sobre como (e se) estamos garantindo o bem-viver das crianças no Brasil, abaixo você confere alguns dados sobre diversos aspectos relacionados às infâncias brasileiras. Uma sociedade boa para as crianças é melhor para todos nós!

Ilustração com o texto: Em 2021, o Brasil era lar de mais de 20 milhões de crianças entre 0 e 6 anos de idade. Fonte: Ministério da Saúde - DataSUS | Organizado por Datapedia.info
Ilustração com o dado: Em 2021, 10,6 milhões de crianças de até 14 anos viviam em extrema pobreza, com renda domiciliar mensal per capita equivalente a R$275. Dessas, 72,9% eram negras. Fonte: Cenário da Infância e Adolescência no Brasil 2023, Fundação Abrinq.
Ilustração com o dado: Entre 2000 e 2021, a cobertura de vacinas obrigatórias a crianças menores de um ano de idade caiu de 81,2% para 73,7%. Fonte: Cenário da Infância e Adolescência no Brasil 2023, Fundação Abrinq.
Ilustração com o dado: A taxa de mortalidade de crianças de até 4 anos atribuída a fontes de água e condições de saneamento inadequadas e falta de higiene aumentou de 3,4 (óbitos para cada 100 mil habitantes) para 3,9 entre 2020 e 2021 . Fonte: Cenário da Infância e Adolescência no Brasil 2023, Fundação Abrinq.
Ilustração com o dado: Crianças pretas, pobres, residentes em zonas rurais, filhas de mães com baixa escolaridade e com empregos precários são aquelas com menores chances de frequentar a pré-escola. Fonte: Perfil socioeconômico das crianças entre quatro e cinco anos, segundo frequência escolar - 2018-2020, Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal e União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).
Ilustração com o dado: Em 2022, 75,8% das vítimas de estupro tinham menos de 14 anos e em 64,4% desses casos, os autores eram familiares. Fonte: 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública
Ilustração com o dado: Estima-se que pelo menos 500 mil casos de exploração sexual contra crianças e adolescentes aconteçam no Brasil anualmente. Desses, apenas 7,5% são denunciados. Fonte: Campanha Maio Laranja 2023.
Ilustração com o dado: Em 2022, 163.864 registros de nascimento foram emitidos somente em nome da mãe (nome do pai ausente), o que representa 6,3% do total. Fonte: Portal de Transparência do Registro Civil | Organizado por Datapedia.info