Foto mostra um homem e uma mulher, os dois negros, sorrindo dentro de um ônibus

As cinco linguagens do amor nas periferias

Conheça o conceito cunhado por Gary Chapman e entenda como você pode demonstrar afeto pelo seu amor no Dia dos Namorados e em todos os outros.

Por Amanda Stabile

07|06|2022

Alterado em 07|06|2022

E se alguém te dissesse que para ter sucesso na vida amorosa é preciso ser poliglota ou falar pelo menos duas línguas? Mas calma que não é preciso ter inglês fluente no currículo, senão o amor seria para apenas 1% dos brasileiros e mais um buraco na estrada da vida da população mais pobre – e, se tem uma coisa que a gente tem de sobra, é afeto.

Estamos falando das 5 linguagens do amor, teoria cunhada pelo escritor estadunidense Gary Chapman que, em 1992, lançou um livro homônimo para ajudar pessoas a expressar e experimentar esse afeto mútuo. Estas foram as linguagens identificadas por ele: palavras de afirmação, tempo de qualidade, presentes, atos de serviço e toque físico. 

Segundo o autor, para fazer uma relação entre pessoas completamente diferentes dar certo é necessário, antes de tudo, saber qual a linguagem que você gosta de ser amado e qual a do seu amor – ou amores. Podem ser várias, mas sempre há uma principal. Identificando, todos entendem o que fazer para o outro se sentir acolhido, satisfeito, amado e contemplado, sem frustração e compreendendo os diferentes gestos de carinho de quem está ao lado.

No livro, Gary até dá exemplos de situações em que podemos enxergar cada uma dessas linguagens na prática. Mas as vivências do autor podem ser muito diferentes das nossas, já que os afetos nas periferias brasileiras são subjetivos e transpassados por diversas questões sociais e vivências singulares que também influenciam nossa forma de demonstrar e receber carinho.

Por isso, vamos explicar as cinco linguagens do amor com exemplos das realidades das periferias para você identificar e começar a falar o idioma do seu amor.

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Conheça o conceito cunhado por Gary Chapman.

©WilPunt/Istock

Palavras de afirmação: incentive a sua parceria

A linguagem primária de algumas pessoas é a afirmação verbal. Elas se sentem amadas quando recebem elogios, por exemplo, e quando ouvem palavras que as motivam e encorajam a desenvolver interesses que já têm. Essa é uma poderosa comunicação do amor porque o encorajamento exige empatia: olhar o mundo pela perspectiva do outro.

Sabe aquele negócio que o seu amor está estudando abrir há muito tempo? Incentive a sua preta empreendedora! E pode não ser apenas com palavras, mas com ações: leia seu plano de negócios, envie aquela matéria que acabou de passar na sua timeline, se interesse e diga que ela vai conseguir.

E, no dia a dia, não deixe de apontar suas qualidades. Pode deixar bilhetinhos colados na geladeira, mandar mensagem, ligar ou dizer pessoalmente. Comunicar amor nunca é demais, seja fluente nessa linguagem.

Tempo de qualidade: dê atenção ao seu amor

Esse é o time das pessoas que prezam por receber atenção completa: conversar olhos nos olhos, sair pra passear, comer fora. Para oferecer tempo de qualidade não basta estar na mesma sala, é preciso dedicar atenção focada ao seu amor, especialmente em tempos de tantas distrações. Nada de celular na mão!

A conversa de qualidade também é muito bem vinda: aquele diálogo em que se compartilha experiências, pensamentos, sentimentos e desejos. “Aprender a ouvir pode ser tão difícil quanto aprender outro idioma, mas é necessário se quisermos comunicar amor”, aconselha o autor.

Pode ser sobre assuntos aleatórios, mas ouça com atenção e faça perguntas quando sua parceria chegar te contando as coisas que aconteceram no seu dia, sua raiva por mais uma ação do presidente ou sobre um assunto que ela gosta tanto que chegue a brilhar seus olhos.

Vá com ela à pracinha mais próxima só pra tomar sorvete enquanto olham as crianças brincando, leve ela ao shopping ou até mesmo na feira para comer pastel, acompanhe ela até em casa, leve ela pra praia. A ideia principal é: esteja presente e concentre sua atenção no seu amor.

Presentes: dê mais de si mesmo

O que importa para as pessoas dessa linguagem do amor não é o preço, mas o significado. É preciso pensar em alguém para presentear e o presente é tido como um símbolo visual do amor – algo que é mais importante para uns do que para outros. Mas além das coisas materiais, elas valorizam o presente da presença: estar presente quando seu par precisa de você.

Se seu amor é apaixonado por chocolate e você a presenteia com um daquela sua colega de trabalho que vende trufa, saiba que esse gesto a deixará extremamente feliz – e você só gastou R$2,50. Uma coisa que custa ainda menos é apenas estar presente quando algo a deixou abalada e ela pede sua companhia.

Atos de serviço: faça algo pela sua periférica/o/e

Fazer algo pelo outro demonstra que você investiu energia, tempo, dedicação, esforço e planejamento para fazer algo que o agradasse. E tudo isso é ainda mais valorizado por pessoas que se sentem amadas por meio de atos de serviço. Além disso, demonstra atenção aos de seu par, ao fazer coisas que você sabia que ele gostaria.

Sabe aquele dia que seu amor está voltando de um péssimo dia de trabalho, cheio de sacolas e só quer chegar em casa e tirar os sapatos? Busque ele de carro na estação de metrô ou no ponto de ônibus. Se não tem carro, tudo bem – tanto porque a gasolina está um absurdo -, você pode pelo menos carregar as suas sacolas.

E para quem já mora junto: nada de esperar pedidos para começar a arrumar a bagunça da casa. Isso é básico, mas ainda mais valorizado por essas pessoas. Você também pode cozinhar algo que ela esteja com vontade de comer, pintar aquela parede que ela reclama da cor desde que vocês se mudaram e diversas outras coisas.

Toque físico: conchinha é indispensável

Dos cinco sentidos, o tato é o único que não se limita a uma área localizada, o que permite que o toque físico tenha uma infinidade de possibilidades. Mas cuidado: pessoas sensíveis a essa linguagem do amor podem interpretá-los como amoroso ou hostil. Insistir em toques que os deixam desconfortáveis comunica o oposto do amor. 

Há pessoas que se sentem amadas em público quando andam de mãos dadas – mas nada de fazer isso dentro do metrô e muito menos na escada rolante. Para demonstrar o seu afeto, você também pode se sentar ao lado enquanto ela assiste sua série favorita, dar abraços em momentos aleatórios, dormir de conchinha, fazer massagem nos pés após um longo dia de trabalho.