A mulher na literatura periférica é tema de debate no Jardim São Luís

No dia 23 de novembro aconteceu na Fábrica de Cultura do Jd. São Luis, na zona sul de São Paulo, o 1º Congresso de Escritores Periféricos, promovido pelo coletivo Desenrola e não enrola com objetivo de reunir os escritores de periferia para refletir sobre suas produções, além de divulgar seus trabalhos. Dentre os temas das […]

Por Redação

02|12|2014

Alterado em 02|12|2014

No dia 23 de novembro aconteceu na Fábrica de Cultura do Jd. São Luis, na zona sul de São Paulo, o 1º Congresso de Escritores Periféricos, promovido pelo coletivo Desenrola e não enrola com objetivo de reunir os escritores de periferia para refletir sobre suas produções, além de divulgar seus trabalhos.
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Dentre os temas das mesas de debate, o incentivo à produção literária, mercado editorial, literatura negra e da mulher da periferia, além de uma discussão sobre o Plano Municipal Livro, Literatura e Biblioteca.
A mesa ‘A força da mulher na literatura’ foi conduzida pela cientista social e militante feminista Alessandra Tavares, moradora do Jardim Ângela e contou com a presença de Rose Dorea, da Cooperifa, Maria Vilani, poeta, membro do Fórum de Mulheres do Grajaú e fundadora da organização CAPS (Centro de Arte e Promoção Social) e Luciene Santos, moradora de São Mateus e professora aposentada que lançou recentemente seu primeiro livro.
Dentre as reflexões da mesa, a dificuldade da mulher em participar do círculo literário, a luta contra o machismo e o racismo e as temáticas de suas obras. Além disso, as mulheres apresentaram poemas e trechos de seus livros.
“Só o fato de haver a necessidade de uma mesa específica já mostra que as mulheres ainda não tem a mesma expressividade”, afirmou a mediadora Alessandra. “Entre tantos sofrimentos, a mulher fica relegada ao segundo plano e isso na literatura também”, comentou Maria Vilani.
“Tem gente que pensa como eu, mulher, pobre, negra e gorda, vou ser poeta?!”, relatou Rose sobre o preconceito que enfrentou atuando na Cooperifa”. “Mesmo trabalhado em escola ninguém me incentivou a escrever, apenas a reproduzir o conteúdo”, comentou Luciene, ao falar das dificuldades na produção literária.
Apesar das adversidades, todas concordaram que a abertura tem sido cada vez maior e que as mulheres estão se organizando mais para produzir literatura e serem reconhecidas por seus trabalhos. “A gente tem que escrever a nossa versão da história”, concluiu Alessandra.
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