Talíria Petrone, Célia Xakriabá e Erika Hilton

95 mulheres tomam posse no Congresso Nacional nesta quarta-feira

Após a posse, parlamentares escolhem novos presidentes da Câmara e do Senado

Por Beatriz de Oliveira

01|02|2023

Alterado em 01|02|2023

Essa quarta-feira (1º) marca o início da nova composição do Congresso Nacional. Entre deputadas e senadoras, 95 mulheres assumirão novos mandatos.

Das 513 cadeiras da Câmara dos Deputados, 91 serão ocupadas por mulheres. O número é 18% maior em relação ao cenário de 2018, quando 77 mulheres foram eleitas. Já no Senado Federal, o número é de quatro mulheres para 27 vagas.

O dia também terá a eleição dos presidentes para as duas casas legislativas. Na Câmara, é dada como certa a reeleição de Arthur Lira (PP). Já no Senado, há disputa entre Rodrigo Pacheco (PSD) e Rogério Marinho (PL), apesar do primeiro ser favorito.

O número de parlamentares negros cresceu 8,5% em relação a eleição passada, são 141 eleitos, apontou reportagem da Folha de S. Paulo. Em 2023, as mulheres negras ocupam 29 cadeiras da Câmara dos Deputados, num crescimento de 123% em relação a 2018. No entanto, nenhuma mulher negra foi eleita para o Senado Federal.

A legislação eleitoral define que ao menos 30% das candidaturas dos partidos devem ser destinadas às mulheres, o mesmo percentual vale para o fundo eleitoral e tempo de propaganda para rádio e TV.

Bancada feminina da Câmara aumenta 18%

A atual composição da Câmara dos Deputados tem nomes simbólicos, como o de Erika Hilton (PSOL/SP) e Duda Salabert (PDT/MG), as primeiras mulheres trans a ocuparem o cargo.

Há também a presença de mulheres indígenas, com Célia Xakriabá (PSOL/MG). Sônia Guajajara (PSOL/SP) também foi eleita deputada, mas assumiu o Ministério dos Povos Indígenas.

São 36 deputadas reeleitas e 55 em novos mandatos. Entre as reeleitas, há nomes importantes no movimento negro, como Talíria Petrone (PSOL/RJ) e Benedita da Silva (PT/RJ). A acreana Marina Silva (Rede) também foi eleita deputada federal, mas aceitou o convite para assumir o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima no terceiro governo Lula.

Posse no Senado tem nome de mulheres ligadas ao bolsonarismo

O Senado recebe 27 novos parlamentares, o que representa um terço do total da Casa, que conta com mandatos de oito anos. Apenas quatro mulheres foram eleitas senadoras nas eleições de 2022, nenhuma delas é negra.

Somadas às senadoras já em atividade, a Casa contará com 10 parlamentares mulheres. O número é menor do que o visto no início da legislatura anterior, em 2019, quando haviam 12 mulheres ocupando cadeiras.

Duas das senadoras que tomam posse neste ano fizeram parte do governo Bolsonaro. Damares Alves (Republicanos/DF) foi ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, e Tereza Cristina (PP-MS) chefiou o Ministério da Agricultura. As outras duas eleitas são Teresa Leitão (PT-PE) e Professora Dorinha (União-TO).