5 formas para restaurar nossa sabedoria interior

Ao romper com as influências coloniais podemos honrar nossos antepassados e reconstruir nossa relação com o sagrado

27|07|2023

- Alterado em 27|07|2023

Por Pamela Ribeiro

A espiritualidade desempenha um papel fundamental na vida de muitas pessoas, fornecendo conforto, significado e orientação. Mas é essencial reconhecer que ela também pode ser permeada por influências coloniais que distorcem suas práticas e crenças.

Descolonizá-la é um movimento cada vez mais importante, que busca resgatar e valorizar as tradições espirituais, desvinculadas de opressões e apropriações culturais.

Neste artigo exploraremos a importância desse movimento, fornecendo dicas práticas para começar esse processo de reconexão com nossas raízes.

Descolonização na Espiritualidade

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Compreendendo a colonização da espiritualidade: A colonização trouxe consigo uma imposição cultural e religiosa sobre as populações nativas, desvalorizando suas práticas espirituais ancestrais. Isso resultou em uma perda de conexão com a sabedoria tradicional e na adoção de sistemas de crenças estrangeiros. Reconhecer e compreender essa colonização é o primeiro passo para descolonizar a espiritualidade.

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Reapropriando-se de uma espiritualidade autêntica: Descolonizar a espiritualidade envolve a redescoberta e a reapropriação das tradições espirituais de nossos antepassados. Isso pode ser alcançado por meio da pesquisa, do diálogo com membros das comunidades originárias e da participação respeitosa em cerimônias e práticas tradicionais.

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Questionando narrativas dominantes: As narrativas coloniais dominantes muitas vezes deturpam e estereotipam as tradições espirituais de povos marginalizados. É fundamental questionar essas narrativas, ampliar nossa compreensão e ouvir as vozes das comunidades indígenas e de pessoas que foram historicamente silenciadas.

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Evitando a apropriação cultural: Ao explorar diferentes práticas espirituais, é importante evitar a apropriação cultural. Isso significa reconhecer e respeitar a origem das tradições, buscando aprender com humildade e evitando utilizar símbolos sagrados de maneira inadequada ou superficial.

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Valorizando a diversidade espiritual: Descolonizar a espiritualidade também implica valorizar e celebrar a diversidade de crenças e práticas existentes. Isso envolve reconhecer que não há uma única forma correta de ser espiritual, e que cada tradição tem seu próprio valor e contribuição para o mundo.

Sendo assim, descolonizar a espiritualidade é um processo profundo e contínuo de reconexão com nossas raízes e um passo em direção à justiça cultural e espiritual. Ao romper com as influências coloniais, podemos honrar nossos antepassados, reconstruir nossa relação com o sagrado e desenvolver uma espiritualidade mais inclusiva.

Terapeuta reikiana, taróloga, astróloga, bruxa urbana e favelada. Autora do portal "A Bruxa Preta", em que escreve sobre espiritualidade, misticismo e universo holístico numa perspectiva decolonial e subversiva.

Os artigos publicados pelas colunistas são de responsabilidade exclusiva das autoras e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Nós, mulheres da periferia.

Larissa Larc é jornalista e autora dos livros "Tálamo" e "Vem Cá: Vamos Conversar Sobre a Saúde Sexual de Lésbicas e Bissexuais". Colaborou com reportagens para Yahoo, Nova Escola, Agência Mural de Jornalismo das Periferias e Ponte Jornalismo.

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