4 dicas para curtir a cultura nordestina em São Paulo

4 dicas para curtir a cultura nordestina em São Paulo

Muitas mãos de migrantes nordestinos fizeram crescer a cidade de São Paulo. A jornalista Lívia Lima indicam que contam essas histórias e celebram a cultura nordestina.

Por Lívia Lima

08|04|2022

Alterado em 08|04|2022

A cidade de São Paulo cresceu e se desenvolveu com a ajuda de muitas mãos de migrantes nordestinos, que habitam diferentes regiões e deram vida para as nossas periferias. 

Nesta semana indicamos algumas atividades que contam essas histórias e celebram a cultura nordestina na cidade de São Paulo.

Bora?!

Mares e Sertões

No sábado, dia 9, estreia o espetáculo Transpondo Mares e Sertões da Companhia Canto de Omiô na zona leste da cidade de São Paulo. 

O espetáculo é um movimento híbrido de dança, poesia e performance e aborda questões da formação étnico-racial e social brasileira a partir da zona da mata pernambucana e a migração nordestina para o sudeste a partir da década de 50 e propõe uma releitura do Modernismo que vai muito além do movimento antropofágico de Oswald de Andrade. 

A Companhia Canto de Omiô, nome que faz referência às iabás das águas, divindades femininas do panteão iorubano, se apresenta como um projeto de estudo e desenvolvimento das artes indígenas, afro-brasileiras e das manifestações da cultura popular tradicional por meio da oralidade e da dança.

A peça circulará por diversos espaços culturais até o dia 30 de abril e os ingressos são gratuitos. No sábado, o grupo se apresenta às 15h na Casa de Cultura Raul Seixas, em Itaquera, e às 19h no Teatro Flávio Império, em Cangaíba. 

Rios invisíveis

Até o dia 29 de maio, aos domingos é possível participar da viagem-teatro “A cidade dos rios invisíveis” do Coletivo Estopô Balaio. O espetáculo é itinerante, percorre quase 40km no vetor centro-leste da cidade de São Paulo e conduz o espectador pela linha 12 – Safira da CPTM e pelas ruas do bairro Jardim Romano até o córrego Três Pontes, um braço do rio Tietê. 

O espetáculo “A cidade dos rios invisíveis” recebeu o Prêmio Shell na categoria Inovação em 2020, pelo trabalho desenvolvido no Jardim Romano, que valoriza a memória do migrante. Ele finaliza a Trilogia das Águas, iniciada em 2012 pelo coletivo, a partir das histórias de enchentes e alagamentos vividas pelos moradores do bairro. 

Com um elenco de cerca de 30 pessoas em cena, a viagem teatral se inicia nos vagões do trem, onde os passageiros munidos por fones de ouvido e MP3, observam as paisagens através das janelas. Ao desembarcar, as intervenções artísticas – dança de rua, rap, teatro, poesia e performances – se entrelaçam com o cenário cotidiano dos moradores do bairro Jardim Romano e com as histórias dos grafites e das enchentes que assolaram o bairro. 

A cidade é o cenário do espetáculo e os moradores e o bairro os protagonistas. O espetáculo “A cidade dos rios invisíveis” é inspirado no livro “As Cidades Invisíveis”, de Italo Calvino.

As saídas acontecem da estação Brás da CPTM às 14h. Os ingressos “conscientes” para apoiar a companhia podem ser adquiridos no site do Coletivo Estopô Balaio. O valor não inclui o custo da passagem do transporte. 

Fuá da Bahia

No sábado, 9 de abril, a partir das 15h, o Grajaú recebe a Festa Fuá da Bahia no Sankofa Hub da Rede Nois por Nois. O projeto promove intercâmbio cultural e é possível participar com direito à hospedagem. Uma viagem mesmo! 

Haverá muita comida boa, como moqueca, acarajé, além de roda de samba do Pagode dos Primos. Para participar é necessário garantir os ingressos antecipadamente pelo formulário, com valores entre R$60 e R$140, sem ou com hospedagem. 

Afro Nordestina

Dá para curtir em casa o novo álbum Afronordestina da cantora e atriz Caetana, lançado mês passado na Aparelha Luzia. 

Natural de Recife, Caetana é atriz, coreógrafa, performer-intérprete, compositora e percussionista. Já trabalhou com artistas como Deize Tigrona, Luciane Dom, Jhonny Hooker, Iara Rennó, Getúlio Abelha, Juliana Linhares e outros.

Seu primeiro álbum é fruto de reflexões sobre a sua história e a necessidade de inclusão da diversidade social, racial e de gênero no universo da música. 


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