4 filmes para refletir sobre direitos humanos no Brasil

Conheça filmes que te farão refletir sobre a luta por dignidade e pela garantia dos direitos humanos no Brasil

Por Lívia Lima

No dia 10 de dezembro celebra-se o Dia dos Direitos Humanos. Foi nesta data que, durante a Assembleia Geral da ONU de 1948, foi promulgada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, primeiro documento de caráter universal de proteção aos direitos humanos, em decorrência do pós-guerra, que inspirou constituições de Estados democráticos em todo o mundo. 

Esta semana destacamos alguns filmes que abordam questões para refletir sobre direitos humanos no Brasil. Prestigie!

Quem bom te ver viva (1989)

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Documentário brasileiro dramático lançado em 1989 e dirigido pela cineasta Lúcia Murat

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O filme aborda a tortura durante o período de ditadura no Brasil, mostrando como suas vítimas sobreviveram e como encaram aqueles anos de violência duas décadas depois. 

O documentário mistura os delírios e fantasias de uma personagem anônima, interpretada pela atriz Irene Ravache, com depoimentos de oito ex-presas políticas brasileiras que viveram situações de tortura. 

A diretora Lúcia Murat foi integrante da luta armada durante a ditadura civil-militar e ela mesma uma prisioneira política. O filme está disponível na Amazon Prime Video e Youtube.

Nise – O coração da loucura (2015)

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Baseado em fatos reais, o longa-metragem foi lançado em 2016

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O longa-metragem narra a história da médica Nise da Silveira (1905-1999), reconhecida mundialmente por revolucionar o tratamento psiquiátrico.  Nos anos 1950, retornando do exílio político, Nise, contrária aos tratamentos convencionais de esquizofrenia da época, é isolada pelos outros médicos.

Ela então assume o setor de terapia ocupacional em um hospital no subúrbio do Rio de Janeiro, onde inicia uma nova forma de lidar com os pacientes, eliminando o eletrochoque e a lobotomia, dando início a uma nova forma de lidar com os pacientes, através do amor e da arte. 

Com direção de Flávia Castro e Maurício Lossovsky, a atuação de Glória Pires é o destaque da produção, disponível para locação no Youtube, Google Play e no canal da HBO Max.

Silêncio das Inocentes (2010)

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O documentário amplia a visibilidade para casos de violência doméstica

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O documentário “Silêncio das Inocentes” mostra como se processa no Brasil a aplicação da Lei nº 11.340/2006, popularmente conhecida como Lei Maria da Penha, considerada uma das três leis mais completas do mundo no enfrentamento à violência contra a mulher.

A lei leva o nome da bioquímica e farmacêutica cearense, que ficou paraplégica após ser baleada pelo marido e pai de suas três filhas. Através de vários depoimentos de vítimas e especialistas, o filme apresenta o cotidiano das vítimas de violência doméstica.

Dirigido por Ique Gazzola, o documentário pretende ampliar a visibilidade desta situação enfrentada pelas mulheres, além de promover o debate e a reflexão sobre o tema. A proposta é contribuir para que esse discurso seja fortalecido a fim de ajudar a transformar a realidade. É possível encontrar o vídeo no Youtube

Auto de resistência (2018)

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O filme acompanha a trajetória de personagens que lidam com mortes causadas pelo estado

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O documentário, dirigido por Natasha Neri e Lula Carvalho apresenta um acompanhamento preciso dos casos de homicídios cometidos pela Polícia Militar do Rio de Janeiro classificados como “autos de resistência”, isto é, legítima defesa.

Durante a tramitação dessas ocorrências na justiça, fica evidente o padrão de imprudência da corporação em relação à elas: investigações esdrúxulas e perícias defeituosas, nas quais 98% dos inquéritos são arquivados.

O filme acompanha a trajetória de personagens que lidam com essas mortes em seus cotidianos, mostrando o tratamento dado pelo Estado a esses casos, desde o momento em que um indivíduo é morto, passando pela investigação da polícia, até as fases de arquivamento ou julgamento por um tribunal do júri. Vencedor do Festival ‘É tudo verdade’ de 2018. Está disponível no Vimeo.

Larissa Larc é jornalista e autora dos livros "Tálamo" e "Vem Cá: Vamos Conversar Sobre a Saúde Sexual de Lésbicas e Bissexuais". Colaborou com reportagens para Yahoo, Nova Escola, Agência Mural de Jornalismo das Periferias e Ponte Jornalismo.

Os artigos publicados pelas colunistas são de responsabilidade exclusiva das autoras e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Nós, mulheres da periferia.