UMOJA: Encontro reúne mulheres quilombolas e periféricas para debater mudanças climáticas
Evento ocorre em Cachoeira (BA) e visa abordar alternativas de bem viver sustentável a partir das práticas e saberes tradicionais
Por Redação
29|11|2024
Alterado em 29|11|2024
Nos dias 29 e 30 de novembro acontece o UMOJA – Encontro de Mulheres Negras Quilombolas e Periféricas pela Resiliência Climática e Bem Viver, que vai reunir lideranças, ativistas e acadêmicas de comunidades quilombolas e periféricas para discutir os impactos das mudanças climáticas. O evento ocorrerá na cidade de Cachoeira, recôncavo da Bahia.
Performances culturais, vivência com produtores locais, palestras sobre educação atirracista e racismo ambiental compõem a programação do encontro que parte da premissa de que as consequências da crise climática recaem de forma desigual sobre grupos em territórios vulnerabilizados, onde mulheres negras, quilombolas e periféricas enfrentam os impactos de maneira desproporcional.
Um levantamento do Instituto Socioambiental (ISA) em parceria com a Coordenação Nacional de Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) mostrou que, embora as comunidades tradicionais estejam entre as áreas mais conservadas no Brasil, 98,2% dos quilombos estão ameaçados por obras de infraestrutura, mineradoras e sobreposições de imóveis particulares.
Tendo isso em vista, o UMOJA visa debater alternativas de bem viver sustentável a partir das práticas e saberes tradicionais; a relação entre justiça climática e questões de gênero e raça; o fortalecimento da resiliência comunitária; e o fomento a redes de apoio e aprendizado entre mulheres que enfrentam desafios semelhantes.
O encontro é realizado pela Associação Rede Elas Negras Conexões (AREC), organização que atua em educação, saúde, agroecologia e justiça social, com foco na preservação ambiental e no combate ao racismo ambiental.
“O UMOJA tem essa missão para cumprir. Reunir mulheres negras, quilombolas, periféricas, lideranças que estão nas suas comunidades, no front de luta. Vamos construir um documento, para ser utilizado durante as nossas agendas de 2025, principalmente a Marcha Nacional das Mulheres Negras e a COP30”, explica Pamela Batista, coordenadora executiva da Associação, em nota enviada à imprensa.