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Mulheres das periferias marcam presença na posse do Presidente Lula

Mulheres negras e periféricas contam suas expectativas em um um governo que escute, represente e formule políticas públicas específicas para elas. Confira depoimentos!

Por Redação

02|01|2023

Alterado em 02|01|2023

Por Dandara Maria, de Brasília

Com desmontes de políticas públicas do último governo presidencial, as mulheres negras e periféricas foram as mais impactadas com o desemprego, violências, insegurança alimentar, e até mesmo a fome.

Esperançosas na promessa de um novo governo que priorize o combate às desigualdades, mulheres de diversas periferias do Brasil não mediram esforços para participar e celebrar a cerimônia de posse do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, realizada, hoje, dia 1º de janeiro. 

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Petista foi empossado como 39º presidente do Brasil neste domingo (1º). Posse contou com atos na Esplanada dos Ministérios, Congresso e Palácio do Planalto.

©Sheyla Melo

Como é o caso da estudante de serviço social, Jordana Caroline, moradora de Palmas (TO). Para levantar recursos e garantir sua ida à posse, vendeu bolos de pote. Sua expectativa com o novo governo é de que suas pautas sejam representadas e escutadas, e também que a nova gestão tenha uma visão ampla de todas as expressões do Brasil: população negra, periférica, LGBTQIA+, ribeirinhas, sem terra.

“Temos muitas reivindicações, ainda mais por termos saído de um (des)governo Bolsonaro, que acabou com todas as políticas públicas das minorias e que provocou a fome no Brasil”, criticou. 

A moradora da periferia de São Paulo (SP), Luka Franco foi ao evento em caravana do movimento negro. Ela se diz emocionada e com o sentimento de reconstrução e representatividade, o qual mulheres e negros não tiverem no governo Bolsonaro.

“Eu espero que no futuro os direitos da minha filha possam ser assegurados. Temos muitas políticas para reconstruir, temos que rever a educação básica até a graduação. Rever a saúde, sobretudo no processo que foi durante a pandemia”,  explicou. 

A jovem Sara Abreu de Santa Maria, moradora do Distrito Federal, disse de forma emocionada que o sentimento é de ter alguém que possa lutar pelo que ela é: mulher negra e lésbica . “Me sinto livre, aliviada e muito feliz”, afirma. 

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Em seu discurso, Lula reafirmou o compromisso com a democracia, transmitiu uma mensagem de esperança e falou do desejo de reconstruir o país.

©Sheyla Melo

Discursos do novo Presidente

No Congresso Nacional, em seu primeiro discurso ao povo brasileiro como presidente, Lula enfatizou que é inadmissível que negros e pardos continuem sendo a maioria pobre e oprimida de um “país construído com o suor e o sangue de seus ascendentes africanos”. 

“Criamos o Ministério da Promoção da Igualdade Racial para ampliar a política de cotas nas universidades e no serviço público, além de retomar as políticas voltadas para o povo negro e pardo na saúde, educação e cultura,” disse.

Em seu segundo discurso após a passagem da faixa presidencial por representantes do povo brasileiro, o presidente afirmou que um dos compromissos é combater dia e noite todas as formas de desigualdade.

“Desigualdade de renda, de gênero e de raça. Desigualdade no mercado de trabalho, na representação política, nas carreiras do Estado. Desigualdade no acesso à saúde, educação e demais serviços públicos”, disse. 

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Exatamente 20 anos depois da primeira posse, Lula foi saudado por uma multidão.

©Sheyla Melo

Festival  do Futuro

Para comemorar a retomada da democracia com muita música e cultura, a Esplanada dos Ministérios conta com  o Festival do Futuro, que tem programação diversa até a madrugada.

Mais de 60 artistas nacionais participam de forma voluntária do festival. Entre os nomes confirmados estão Pabllo Vittar, Duda Beat, Gaby Amarantos, Maria Rita, Kléber Lucas, Martinho da Vila e muitos outros.

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Lula exalta em seu discurso a diversidade brasileira. “A alma do Brasil reside na diversidade inigualável da nossa gente”, afirmou.

©Sheyla Melo

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