Fotógrafa registra cotidiano de crianças na Favela da Rocinha
Nascida e criada na Favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro (RJ), Salem fotografa o dia a dia da comunidade a fim de quebrar estereótipos e realçar potências. Por meio desse trabalho, ficou conhecida como a Fotogracria, “a cria que tira foto dos cria”. Entre os seus trabalhos, se destacam as fotos […]
Por Beatriz de Oliveira
09|10|2024
Alterado em 09|10|2024
Nascida e criada na Favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro (RJ), Salem fotografa o dia a dia da comunidade a fim de quebrar estereótipos e realçar potências. Por meio desse trabalho, ficou conhecida como a Fotogracria, “a cria que tira foto dos cria”. Entre os seus trabalhos, se destacam as fotos de crianças da favela.
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“Eu só via notícia ruim sobre as favelas. A arte, documentários, músicas que ousavam falar de nós, falavam só de coisa ruim. Me lembro de sentir muita vergonha de morar em favela. Cresci com esse incômodo”, conta.
Por volta de 2020, Salem começou a fotografar de forma amadora. “Como sempre, aqui no morro, a favela virou plano de fundo. Com o passar do tempo, ela se tornou a protagonista”, diz.
Ao tirar fotos das crianças da comunidade, a fotógrafa tem a intenção de colaborar com a autoestima delas. “Tento mostrar pra elas que elas já brilham, elas já são protagonistas, estão num lugar de adoração e potência”.
Salem lembra com carinho das primeiras crianças que fotografou: Breninho e Bryan. Conheceu-os em uma rua onde já morou e brincou com os meninos antes de fotografá-los. Numa das fotos, Breninho aparece sorrindo e segura uma lata de tinta spray; atrás dele há um carro da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) e casas da favela.
©@fotogracria
“Sem intenção, em uma foto mostrei que apesar da nossa vida ser difícil, com as mazelas de se viver em uma favela, temos um espírito livre e feliz. Não podem tirar a vontade de viver bem de nós. Isso teve um significado especial pra mim”, diz Salem.