Ricardo Nunes fala ao microfone

“Está presente no nosso currículo a questão do combate ao racismo”, diz Ricardo Nunes em sabatina

Em sabatina sobre educação municipal, o prefeito respondeu a perguntas sobre escolas cívico-militares, ensino de história e cultura afro-brasileira, acesso a pré-escola e alimentação escolar.

Por Beatriz de Oliveira

22|07|2024

Alterado em 22|07|2024

Em sabatina realizada nesta quarta-feira (17), o prefeito e candidato à reeleição da cidade de São Paulo (SP) Ricardo Nunes (MDB) comentou sobre feitos e propostas para educação municipal. O evento, realizado pelo Centro do Professorado Paulista (CPP), contou com a participação de jornalistas convidados dos veículos Nós, mulheres da periferia, Agência Mural, Revista Educação, Carta Capital e Uol. O prefeito respondeu a perguntas sobre escolas cívico-militares, ensino de história e cultura afro-brasileira, acesso a pré-escola e alimentação escolar.

Pesquisa do Datafolha divulgada em 8 de julho, mostra o candidato Ricardo Nunes (MDB), com 24% das intenções de voto, empatado tecnicamente com Guilherme Boulos (PSOL), com 23%. Em seguida aparecem José Luiz Datena (PSDB), com 11%, Pablo Marçal (PRTB), com 10%, Tabata Amaral (PSB), com 7%, e Marina Helena (Novo), com 5%.

Questionado sobre ampliação ao acesso à pré-escola na capital paulista, Nunes afirmou: “nós temos hoje um dos menores índices de evasão escolar, temos ações como um valor de permanência pago aos professores para eles se fixarem em regiões mais periféricas, nós diminuímos a distância para atendimento do TEG (Transporte Escolar Gratuito), instituímos o Mães Guardiãs, em que contratamos mães de alunos para atuarem dentro das escolas e fazerem a busca ativa”.

Segundo pesquisa de 2023 da ONG Todos Pela Educação, quase 180 mil crianças brasileiras, de quatro e cinco anos, não frequentam a escola porque têm dificuldade de acesso.

Sobre a inclusão da história e cultura afro-brasileira no currículo oficial da rede de ensino, a resposta do candidato foi sucinta: “está presente no nosso currículo a questão do combate ao racismo, com todo o material pedagógico e instruções para os professores poderem lidar com esse tema”.

Pesquisa de 2023 do Instituto Alana e Geledés – Instituto da Mulher Negra, mostrou que mais de 70% das escolas municipais do país não cumpriam a Lei 10.639, de 2003, que estabeleceu a inclusão obrigatória da história e cultura afro-brasileira no currículo oficial da rede de ensino.

O atual prefeito afirmou ainda que não conhecia a Lei Municipal nº 16.140/2015, que define que até 2026 a alimentação escolar municipal deve ser composta em 100% por alimentos de origem orgânica, e pontuou que a cidade recebeu prêmios internacionais pela alimentação saudável presentes nas escolas.

Outro assunto debatido na sabatina foram as escolas cívico-militares. Em maio deste ano, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou a criação do Programa Escola Cívico-Militar na rede pública de ensino. Nunes afirmou que a capital deve aderir ao programa e que as escolas serão uma opção para os cidadãos. “Sou um extremista da democracia”, disse.

Questionado se acha justa a possibilidade de os militares que atuarem nas escolas terem salário superior ao de professores, ele disse “uma categoria ou outra, a que ganha mais ou a que ganha menos, acho que uma não elimina a outra”. Para os policiais militares que aderirem ao programa, os salários devem variar de 6 a 9 mil reais por 40 horas semanais. Os valores são acima do piso salarial dos professores, de R$ 5.300.

Ricardo Nunes se elegeu como vice-prefeito na chapa de Bruno Covas (PSDB) e assumiu o cargo de prefeito após a morte do tucano em 2021. Antes, havia sido vereador de São Paulo por dois mandatos (de 2013 a 2020).