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Em sabatina, Pablo Marçal afirma que não tem plano para inclusão de história afro-brasileira nas escolas

O candidato do PRTB participou de sabatina sobre educação municipal realizada pelo Centro do Professorado Paulista (CPP)

Por Beatriz de Oliveira

06|08|2024

Alterado em 06|08|2024

Em sabatina realizada nesta segunda-feira (05), o candidato à prefeitura da cidade de São Paulo (SP) Pablo Marçal (PRTB) comentou sobre suas propostas para a educação municipal. O evento, realizado pelo Centro do Professorado Paulista (CPP), contou com a participação de jornalistas convidados dos veículos Nós, mulheres da periferia, Desenrola e Não Me Enrola, Folha de São Paulo e SBT. O candidato respondeu perguntas sobre escolas cívico-militares, ensino de história e cultura afro-brasileira, acesso à pré-escola e violência nas escolas.

Segundo pesquisa divulgada pela Quaest no dia 30 de julho, Pablo Marçal está com 12% das intenções de voto. Antes dele, aparecem Ricardo Nunes (MDB), com 20%; Guilherme Boulos (PSOL), com 19% e José Luiz Datena (PSDB), com 19%.

Durante a sabatina, o candidato afirmou que tem paixão pelo ensino, que falta inteligência emocional nas escolas e proferiu frases como “na escola a gente tem raiva de rico” e “a gente não tem educação no ensino público”. 

Questionado sobre sua visão acerca das escolas cívico-militares, afirmou que elas demonstram o caráter de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo. Acredita que esse modelo será bem sucedido, pois “disciplina muda comportamento”. Em maio deste ano, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou a criação do Programa Escola Cívico-Militar na rede pública de ensino.

Marçal defendeu a transformação das escolas municipais de São Paulo em “escolas olímpicas”, com a promoção de identidade esportiva aos alunos. No entanto, não explicou como isso seria feito e o que mudaria na estrutura das escolas.

Em relação à violência nas escolas, prometeu ampliar o efetivo de guardas municipais para 21 mil e inclusão de ensino de inteligência emocional.

O candidato respondeu que não tem plano para aplicar a Lei 10.639, de 2003, que estabeleceu a inclusão obrigatória da história e cultura afro-brasileira no currículo oficial da rede de ensino. Entretanto afirmou que, junto ao secretário de Educação, vai avaliar as experiências bem sucedidas e aplicar a lei nas escolas em até seis meses de governo.

Pesquisa de 2023 do Instituto Alana e Geledés – Instituto da Mulher Negra, mostrou que mais de 70% das escolas municipais do país não cumpriam a Lei 10.639, de 2003.

Sobre ampliação do acesso à pré-escola, Marçal afirmou que pretende levar escolas para as favelas da capital paulista. Segundo pesquisa de 2023 da ONG Todos Pela Educação, quase 180 mil crianças brasileiras, de quatro e cinco anos, não frequentam a escola porque têm dificuldade de acesso.

“Nós vamos capilarizar o ensino, o ensino vai pra dentro aí da sua favela, isso é um compromisso meu”, disse.

Pablo Marçal nasceu em Goiânia (GO), é empresário, influenciador digital, coach e vende cursos de desenvolvimento pessoal nas redes sociais. Já tentou ser candidato à presidência da República e deputado federal pelo partido PROS, mas teve a candidatura barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na época, declarou patrimônio de R$16,9 milhões à Justiça Eleitoral, posteriormente retificado para R$96 milhões.