Tabata Amaral afirma que, se eleita, educação será área com maior investimento
Em sabatina sobre educação municipal, a candidata à prefeitura de São Paulo (SP) respondeu a perguntas sobre escolas cívico-militares, ensino de história e cultura afro-brasileira e valorização dos professores
Por Beatriz de Oliveira
05|09|2024
Alterado em 05|09|2024
Em sabatina realizada nesta quarta-feira (04), a candidata à prefeitura da cidade de São Paulo (SP) Tabata Amaral (PSB) comentou sobre suas propostas para a educação municipal. O evento, realizado pelo Centro do Professorado Paulista (CPP), contou com a participação de jornalistas convidados dos veículos Nós, mulheres da periferia, Folha de São Paulo, Revista Educação e Jovem Pan. A deputada federal respondeu perguntas sobre escolas cívico-militares, ensino de história e cultura afro-brasileira, acesso à pré-escola, educação inclusiva e valorização dos professores.
Pesquisa do Datafolha divulgada em 23 de agosto, mostra Guilherme Boulos (PSOL) com 23% das intenções de voto, Pablo Marçal (PRTB) com 21% e Ricardo Nunes (MDB) com 19%. Tabata Amaral aparece com 8%, atrás de Datena (PSDB), com 10%.
Durante a sabatina, Tabata Amaral afirmou que pretende colocar “a educação no centro do debate” e que em seu plano de governo, o maior investimento previsto é destinado à essa pasta. Defendeu ainda a inclusão gradual da educação integral nas escolas municipais da capital paulista, a começar por aquelas que estão localizadas em regiões vulnerabilizadas.
Tabata se posicionou contra as escolas cívico-militares e afirmou que caso eleita, elas não serão implementadas na cidade de São Paulo. “Não funciona”, disse. Importante lembrar que em maio deste ano, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou a criação do Programa Escola Cívico-Militar na rede pública de ensino.
Questionada sobre a ampliação do acesso à pré-escola, a candidata propôs uma busca ativa e criação de critérios de qualidade nas escolas. Tabata também contestou a informação da atual prefeitura da cidade, liderada por Ricardo Nunes, sobre a fila da creche ter sido zerada. “Eu continuo encontrando nas ruas todos os dias pessoas que me relatam que seus filhos não estão na creche. Mas eu não posso ser leviana, tem um dado oficial que me diz que a fila foi zerada. Nos parece que há um problema de busca ativa, ou seja, mães que por conta da burocracia, dos empecilhos que são colocados, da distância não estão conseguindo acessar a creche”.
Segundo pesquisa de 2023 da ONG Todos Pela Educação, quase 180 mil crianças brasileiras entre quatro e cinco anos não frequentam a escola porque têm dificuldade de acesso.
Sobre a inclusão de ensino de cultura e história afro-brasileira, a deputada disse que essa implementação passa pela “formação dos professores e com adaptação do currículo dos materiais escolares”. Afirmou, ainda, que pretende trabalhar para diminuir a discrepância de resultado educacional entre alunos brancos e negros. “É isso que é racismo estrutural, é todo um sistema que faz que mesmo dentro da escola pública, exista uma desigualdade”.
Uma pesquisa de 2023 do Instituto Alana e Geledés – Instituto da Mulher Negra mostrou que mais de 70% das escolas municipais do país não cumpriam a Lei 10.639, de 2003, que estabeleceu a inclusão obrigatória da história e cultura afro-brasileira no currículo oficial da rede de ensino.
Além disso, a candidata se comprometeu a incluir a presença de psicólogos nas escolas municipais e a entregar 12 CEUs (Centro Educacional Unificado), bem como transformar esses espaços em pontos abertos à comunidade que ofereçam mais atividades de cultura, lazer e esporte.
Em relação à educação inclusiva, Tabata ressaltou que é preciso definir diretrizes sobre o que esse ensino significa e como será de fato aplicado. Sobre a valorização de professores, afirmou que pretende criar mecanismos de escuta ativa para criação de políticas públicas e “olhar” para a saúde mental desses profissionais.
Tabata Amaral é formada em Ciência Política e Astrofísica e se define como ativista em educação. A política se elegeu como deputada federal em 2018 e foi reeleita em 2022. É a primeira vez que disputa a prefeitura de São Paulo.