Sete mulheres trans para acompanhar nas redes sociais
Na moda, literatura, política, jornalismo e empreendedorismo, as mulheres trans têm ocupado os espaços que lhes são de direito
Por Mariana Oliveira
11|09|2023
Alterado em 12|09|2023
Em 2022, o Brasil se manteve no posto, pelo décimo ano seguido, de país que mais mata pessoas trans e travestis. O relatório anual da Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (ANTRA), registrou 131 homicídios de pessoas trans e travestis no país.
O dossiê apontou que a expectativa de vida para essa população é de 35 anos no Brasil, nesse aspecto, já parou para pensar sobre quantas mulheres transexuais e travestis você acompanha em suas redes sociais? Destacamos cinco mulheres trans de diversas áreas para apoiar diariamente – não apenas no mês da visibilidade, e que transcende a pauta da violência contra a população LGBTQIAP+.
Mulher trans ou travesti?
Segundo explicação da consultoria Transcendemos, o termo trans é utilizado para se referir a uma pessoa que não se identifica com o gênero ao qual foi designado em seu nascimento. Sendo assim, podemos denominar como “mulher trans” ou “pessoa transfeminina” alguém que foi designado homem, mas se entende como mulher.
Já o termo travesti foi historicamente usado de forma pejorativa para se referir a mulheres trans, mas hoje vem sendo ressignificado. Por seu peso político, algumas mulheres optam por se definir como travestis.
A dona do carrinho de tapiocas em São Sebastião, litoral de São Paulo, Pauleteh, ganhou notoriedade nas redes ao disponibilizar vagas de emprego temporárias para pessoas da comunidade LGBTQIAP+. Na política, tornou-se em 2022 a primeira vereadora trans de São Sebastião pelo Partido Progressistas (PP). Em 2023, tomou posse como secretária parlamentar da deputada federal Erika Hilton (PSOL).
Atuando como jornalista e especialista em comunicação organizacional, Alana Rocha se destaca em noticiários policiais veiculadas na TV aberta, em Riachão do Jacuípe (BA), sendo a primeira mulher transexual formada em Jornalismo, nesta posição. Alana também compartilha suas reportagens em seu canal do Youtube.
Como escritora, professora de literatura e ativista, Amara Moira é a primeira travesti a obter o título de Doutora em Teoria Literária pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Entre seus livros, vale destacar “E se eu fosse puta” (Hoo Editora, 2016), obra autobiográfica sobre sua transição e experiências como profissional do sexo.
A estilista Isa, fundadora da marca Isaac Silva conhecida pela linha de roupas “Acredite em seu Axé” é natural de Barreiras (BA) e encontrava refúgio para discriminação sofrida na infância em ateliês de costura. Assim desenvolveu sua paixão pela moda, se especializou na área e em 2015 montou sua própria marca em uma região nobre de São Paulo, atualmente conhecida por desenvolver roupas sem distinção de gênero.
Advogada, pesquisadora em direitos humanos e colunista do Nós, mulheres da periferia. Victória foi a primeira travesti a se formar no curso de Direito na Universidade de São Paulo, em 191 anos de instituição. Mesmo com essa conquista, ela considera “revoltante” ter levado todo esse tempo para ter uma travesti colando grau. Ela destaca que essa vitória é fruto de esforço coletivo e anseia ver mais mulheres trans e travestis em espaços acadêmicos.
Dona do bordão “mis bombones”, a criadora de conteúdo digital Estrella Smith, fala sobre estilo de vida em suas redes sociais. Em seu canal do YouTube, podemos encontrar desde dicas de receitas à histórias de mulheres trans e travestis ocultadas ao longo da história.
Estrela Smith, conhecida por popularizar o bordão “mis bombones”, tem se destacado nas redes sociais ao abordar temas diversos em seu canal do YouTube. Sua presença digital abrange desde a partilha de receitas e dicas valiosas até a exploração de histórias que destacam mulheres trans e travestis, cujas vidas foram frequentemente ignoradas pela história convencional. Estrella também é clarividente e especialista em leitura de oráculos.
Lorrayne Braz tem mais de 100 mil seguidores no TikTok e tem se dedicado a compartilhar sua rotina e experiências ao viver fora do país como profissional do sexo. Sua presença online oferece uma perspectiva única sobre a vida no exterior e os desafios enfrentados por quem atua nesse campo.
Além de suas atividades no TikTok, Lorrayne Braz também mantém um canal no YouTube.