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Mulheres indígenas pautam debates no Acampamento Terra Livre

Demarcação de terras indígenas está entre as demandas reivindicadas no Acampamento Terra Livre, que acontece em Brasília

Por Beatriz de Oliveira

27|04|2023

Alterado em 27|04|2023

“Nossa presença enquanto mulheres no ATL é sempre para trazer nossas pautas específicas”, afirma Braulina Baniwa, antropóloga e ativista pelos direitos dos povos indígenas. Braulina é uma das seis mil pessoas que se deslocaram até a Praça da Cidadania em Brasília (DF) para participar do Acampamento Terra Livre (ATL), maior mobilização indígena do Brasil.

Este ano o acampamento ocorre entre os dias 24 e 28 de abril com o tema “O futuro indígena é hoje. Sem demarcação não há democracia!”. Entre as principais demandas do movimento estão a demarcação das terras indígenas, enfrentamento do racismo ambiental e das violações de direitos causadas pelas mudanças no clima.

Organizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e outras articulações indígenas, o Acampamento Terra Livre está em sua 19° edição.

Entre as ações já realizadas está o lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas no salão nobre da Câmara dos Deputados, além da marcha em frente ao Congresso Nacional pelo enfrentamento a projetos de lei anti-indígenas.

A programação é variada e permite também a participação de não indígenas. Há rituais de espiritualização, noites culturais, atos contra o marco temporal e plenárias de assuntos diversos.

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Demarcação de terras indígenas está entre as demandas reivindicadas no Acampamento Terra Livre © Daniele Guajajara/ANMIGA

O Acampamento Terra Livre (ATL) é a maior mobilização indígena do Brasil. © Daniele Guajajara/ANMIGA

Mulheres indígenas pautam debates no Acampamento Terra Livre © Daniele Guajajara/ANMIGA

Seis mil pessoas participam do movimento © Daniele Guajajara/ANMIGA

Mulheres indígenas e a defesa da biodiversidade foi o tema tratado em uma das plenárias. A conversa foi proposta pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA), da qual Braulina Baniwa é cofundadora. A mesa também teve o propósito de debater a III Marcha das Mulheres Indígenas, que acontecerá entre os dias 7 a 9 de setembro deste ano, também em Brasília, com o tema “Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade pelas Raízes Ancestrais”.

Braulina destaca que a presença de mulheres indígenas é fundamental no ATL para tratar questões que as atingem diretamente.

“Para gente colocar que a violência de gênero impacta nosso corpo, a falta de demarcação de terras impacta nosso corpo-território enquanto mulheres indígenas. Então, nossa pauta é para além de demarcação, é para também falar dessa dor causada pela violação dos nossos direitos”

Braulina Baniwa