mulher negra sorrindo

Eleições 2024: conheça 10 candidatas negras a vereadoras em SP 

Municípios votam no dia 6 de outubro; cerca de 430 mil pessoas concorrem ao cargo de vereador

Por Beatriz de Oliveira

10|09|2024

Alterado em 12|09|2024

As eleições municipais de 2024 serão realizadas no dia 6 de outubro; neste dia, os brasileiros irão às urnas para escolher prefeitos e vereadores. Cerca de 430 mil pessoas concorrem à vereança. Para te ajudar na escolha das representantes para as câmaras municipais, o Nós, mulheres da periferia selecionou dez mulheres negras candidatas a vereadoras em São Paulo (SP).

A definição das pessoas eleitas para o cargo de vereador são realizadas por meio de sistema proporcional. Segundo esse modelo, é o partido que recebe as vagas, e não candidatas e candidatos. Após as votações, cada partido que conseguir um número mínimo de votos, terá entre as suas candidaturas mais votadas, os nomes que ocuparão as vagas destinadas à legenda. De modo geral, os vereadores são responsáveis por elaborar as leis municipais e fiscalizar a atuação do Executivo.

No contexto da política institucional, as mulheres negras seguem sub representadas. Nas eleições de 2020, segundo levantamento do Gênero e Número, elas foram apenas 6% dos eleitos para vereança e prefeitura; apesar de maior grupo demográfico do país (28%).

Conheça algumas mulheres que se propõem a furar a barreira das estatísticas!

Keit Lima (PSOL – 50300)

mulher negra sorrindo

Keit Lima se define como “uma mulher preta, favelada, nordestina e ativista política”.

©reprodução internet

Keit Lima se define como “uma mulher preta, favelada, nordestina e ativista política”. Nasceu em Recife (PE) e vive na Brasilândia, periferia da zona norte da capital paulista. É graduada em Direito e em Administração, com especializações em Ciências Políticas e em Gestão Pública e Urbanismo Social.

A candidata do PSOL é cofundadora da Labóra – Oficina de Política, além de participar de organizações como a Educafro, a Marcha das Mulheres Negras de São Paulo, a Iniciativa Mulheres Negras Decidem e a RENFA – Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas.

Entre suas propostas estão a educação integral, investimento da formação e melhoria de salário dos professores, mutirões de alfabetização, ampliação da tarifa zero no transporte público, urbanização e melhorias habitacionais em regiões periféricas. Para saber mais, clique aqui.

Elaine Mineiro (PSOL – 50020)

mulher negra em favela

O Quilombo Periférico é um mandato coletivo liderado pela vereadora Elaine Mineiro

©reprodução internet

O Quilombo Periférico é um mandato coletivo liderado pela vereadora Elaine Mineiro e pelos co-vereadores Débora Dias, Julio Cesar e Alex Barcellos. Entre os projetos aprovados na Câmara Municipal durante o atual mandato estão a criação de datas importantes, como o Dia da Pessoa Trancista e Dia Miguel de Combate ao Racismo e ao Genocídio contra Crianças e Adolescentes Negros.

Além disso, o grupo fez acompanhamento e orientação para denúncia de caso de racismo nas escolas municipais da cidade de São Paulo. Também enviaram, em emendas parlamentares, mais de 800 mil reais para Assistência Social e mais de 2 milhões para a estruturação de equipamentos de saúde nas periferias da cidade, bem como protocolaram o PL 531/2024, que institui a Marcha das Mulheres Negras no calendário oficial da cidade de São Paulo.

“Unidos pela luta contra o racismo e pela construção de uma São Paulo inclusiva, que valorize suas periferias tanto quanto seu centro, trabalhamos incansavelmente para promover a educação, a cultura, e políticas públicas que celebrem e elevem as vozes e as vidas da nossa comunidade”, diz o site do coletivo. Para saber mais, clique aqui.

Simone Nascimento (PSOL – 50123)

mulher negra com o punho levantado

Simone Nascimento é coordenadora estadual do Movimento Negro Unificado (MNU) em São Paulo

©reprodução Instagram

De Pirituba, zona noroeste, Simone Nascimento é coordenadora estadual do Movimento Negro Unificado (MNU) em São Paulo, atualmente é co-deputada estadual da Bancada Feminista. Formou-se em Jornalismo na PUC-SP através do Prouni.

A candidata a vereadora é uma das fundadoras do coletivo nacional RUA – Juventude Anticapitalista e foi diretora da União Nacional dos Estudantes (UNE).

“Agora, em 2024, temos a oportunidade de erguer uma São Paulo onde sejamos protagonistas do nosso próprio futuro, ter nossa cara e voz no centro das decisões. Para isso, vamos precisar de muita força nessa missão de ampliar e aquilombar a Câmara de Vereadores, para derrotar a política dos bolsonaristas”, diz o manifesto da campanha. Para saber mais, clique aqui.

Carmen Silva (PSB – 40300)

mulher negra sorrindo

Carmen Silva é liderança do Movimento Sem Teto do Centro (MSTC)

©reprodução Instagram

Professora e urbanista, Carmen Silva é liderança do Movimento Sem Teto do Centro (MSTC) e criadora da Cozinha Ocupação 9 de Julho. É natural de Santo Estêvão, na Bahia, e migrou para São Paulo à procura de melhores oportunidades.

Mãe de oito filhos, a candidata soma mais de 30 anos na luta por moradia, militância contra o racismo e pelo fim do feminicídio. “Silva como inúmeras brasileiras, Carmen entende que a habitação ultrapassa o direito por moradia: é uma causa pela dignidade de milhares de mulheres no nosso país”, diz o texto de sua campanha de arrecadação financeira. Para saber mais, clique aqui.

Neon Cunha (PSOL – 50111)

mulher negra usa camisa branca

Neon Cunha é uma mulher negra, ameríndia e transgênera.

©reprodução internet

Neon Cunha é uma mulher negra, ameríndia e transgênera. A ativista se estabeleceu como uma importante voz do LGBTQIAPN+. É também publicitária e diretora de arte e foi a primeira pessoa transgênera a discursar na OEA – Organização dos Estados Americanos, braço da ONU nas Américas, à convite do Geledés – Instituto da Mulher Negra.

Em 2016, a ativista pediu à Justiça o direito à morte assistida caso não pudesse mudar de nome e gênero. Além disso, reivindicou o seu direito de não ser “patologizada”. Isso porque, em 1990, a transexualidade foi considerada um transtorno mental e isso só mudou em 2019.

Neon se candidata à vereança de São Paulo com “projeto político ancorado no fundamento de gênero e raça para Transicionar a cidade rumo a uma sociedade que pertença a todes”. Para saber mais, clique aqui.

Claudete Alves (PT – 13777)

mulher negra sorrindo

Claudete Alves é professora, sindicalista, mestre em Ciências Sociais

©reprodução internet

Claudete Alves é professora, sindicalista, mestre em Ciências Sociais. Já foi vereadora por dois mandatos e é uma das autoras da lei 13.707/2003, que instituiu o 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra.

Entre suas pautas estão a defesa da educação, moradia e meio ambiente, bem como a luta por direitos da comunidade negra e de mulheres. “Queremos que São Paulo volte a ser uma cidade Educadora, inclusiva e garantidora do exercício da cidadania plena a todos que nela vivem”, diz o texto de sua campanha. Para saber mais, clique aqui.

Débora Lima (PSOL – 50110)

mulher negra com o punho levantado

Débora Lima é uma mulher preta e periférica, residente do Capão Redondo

©reprodução internet

Débora Lima é uma mulher preta e periférica, residente do Capão Redondo. Sua principal pauta é a luta por moradia e compõe a coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Mãe de quatro filhos, já atuou como cozinheira e professora. É uma das idealizadoras das Cozinhas Solidárias, projeto de alimentação gratuita para a população.

“Vamos lutar pelos direitos reprodutivos das mulheres e pessoas que gestam, pela saúde das famílias, por uma educação antirracista, pelo combate à fome e pelo direito a uma cidade solidária e inclusiva. Quando São Paulo for acolhedora e segura para as mães da periferia, será uma cidade boa para todas as pessoas”, diz uma parte de seu manifesto.

Entre suas propostas estão: defesa da implementação de pelo menos um centro de atendimento especializado em saúde da mulher por subprefeitura; proposta de que as escolas permaneçam abertas durante o período noturno e aos finais de semana; garantia de que a prefeitura realize a adequação dos domicílios existentes por meio de regularização edilícia para população de baixa renda. Para saber mais, clique aqui.

Luana Alves (PSOL – 50500)

mulher negra de tranças

©reprodução internet

Luana Alves é vereadora do PSOL, jovem negra, feminista, LGBT+, psicóloga do SUS e educadora popular da Rede Emancipa. Durante seu mandato, foi autora de projetos antirracistas e foi responsável pela denúncia que levou à primeira cassação de um vereador por racismo, em São Paulo.

Entre seus projetos de leis aprovados, estão a Política Municipal para Crianças em Situação de Rua e na Rua, Semana Municipal de Valorização dos Trabalhadores da Saúde e Escola Sem Racismo.

“Luana é hoje uma ponta de lança na oposição a Ricardo Nunes, e temos certeza absoluta, será imprescindível no próximo capítulo da história da nossa cidade, sendo base para a construção de uma São Paulo dos de baixo, dos e das trabalhadoras”, diz um trecho de seu manifesto. Para saber mais, clique aqui.

Sandra Petitto (PL – 22456)

mulher negra de blazer

Sandra Petitto se define como defensora da vida, dos direitos das mulheres e da inclusão social.

©reprodução Instagram/@sandrapetitto

Sandra Petitto se define como defensora da vida, dos direitos das mulheres e da inclusão social. É presidente do PL Mulher SP, e tem como bandeiras o fortalecimento das mulheres, das famílias e das comunidades, bem como o combate às desigualdades, na defesa da saúde pública de qualidade e na criação de oportunidades para todos. Para saber mais, clique aqui.

Pastora Sandra Alves (UNIÃO – 44000)

mulher careca sorrindo

A Pastora Sandra Alves é candidata a vereadora de SP

©reprodução Instagram/@sandraalvesoficial

A Pastora Sandra Alves defende pautas como inclusão da cultura afro-brasileira nas escolas, programas de educação financeira desde o ensino fundamental, garantia de castração gratuita de cães e gatos para tutores vulneráveis e distribuição de absorventes pelo programa de dignidade menstrual.​ “Cresci em um lar destruído pela bebida, pela pobreza, sofri abuso e abandono, mas Deus transformou toda a minha dor em esperança”, diz seu site de campanha. Para saber mais, clique aqui.