Visibilidade trans: confira artistas e filmes para celebrar a data
O Dia Nacional da Visibilidade Trans foi criado para celebrar o orgulho e relembrar as lutas da população transexual e travesti.
Por Mariana Oliveira
20|01|2023
Alterado em 20|01|2023
Desde 2004, no dia 29 de janeiro celebramos o Dia Nacional da Visibilidade Trans. A data foi definida durante um ato no Congresso Nacional e desde então, chama atenção para os crimes de ódio que são cometidos contra a população trans e travesti no Brasil. Anualmente, durante a efeméride, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (ANTRA) divulga um relatório com balanço de assassinatos, violação dos Direitos Humanos contra a população trans e travesti e outros dados. O dossiê com a síntese de pesquisa e números de 2022 estará disponível no próximo dia 29.
Com a intenção de visibilizar produções feitas ou protagonizadas por mulheres trans, listamos aqui algumas músicas, filmes e séries para assistir não só no mês de janeiro, mas o ano todo.
Para ouvir:
Liniker
Nascida em Araraquara, no interior de São Paulo, a cantora e compositora mistura ritmos como o samba rock e o blues, trazendo uma nova roupagem para a música MPB (Música Popular Brasileira).
Liniker ficou conhecida pelo EP “Cru” (2015). Em 2019, o disco “Goela Abaixo” foi indicado ao Grammy Latino. Em 2021, com “Indigo Borboleta Anil”, recebeu três indicações ao Grammy Latino e levou o prêmio de “Melhor álbum de Música Popular Brasileira”, se tornando a primeira artista transgênero a ganhar um Grammy.
Linn da Quebrada
Linn da Quebrada é uma cantora e compositora. Lançou sua primeira música, “Enviadescer”, em 2017. O primeiro disco, “Pajubá”, saiu no ano seguinte. Linn define seu estilo como “música feita para pensar e dançar”.
A cantora ganhou ainda mais destaque após passagem pelo reality show Big Brother Brasil (BBB), em 2022. Como atriz, Linn já recebeu prêmios no New York ‘s’ LGBTQ Film, POC Awards e de Cinema de Toronto.
As Baías
O trio que surgiu em 2011 ganhou popularidade tocando em festas universitárias, porém se separaram em 2021 para seguirem em carreiras solo. Ainda é possível acompanhar os trabalhos anteriores, que misturam MPB ao blues, na internet. Quando na ativa, o grupo foi indicado duas vezes ao Grammy Latino, em 2019 e 2020.
Urias
A mineira Urias vem ganhando cada vez mais espaço no pop nacional. Começou na música cantando covers e publicando na internet. Conquistou destaque em 2019 com o lançamento de “Diaba”, hoje o clipe tem mais de 17 milhões de visualizações no Youtube.
Kim Petras
A cantora alemã teve sua primeira repercussão na internet ainda aos 13 anos, ao passar pela cirurgia de readequação sexual, desde então é representante da comunidade LBGTQIA+ no país. Na música, começou compartilhando covers no Youtube. Ao lado de Sam Smith (não-binárie), com o hit “Unholy” foi a primeira mulher trans no topo das paradas do Spotify Global em 2022.
Para assistir
Pose (Star+)
Com três temporadas, a série é ambientada na cidade de Nova York, no final dos anos 1980 e atualmente é utilizada como uma das principais referências à cultura LGBTQAP+. Inspirada nos bailes da época, a trama aborda o desafio de Blanca em reunir e acolher pessoas LGBTQAP+ rejeitadas por suas famílias. Além disso, há destaque no enfrentamento de dificuldades financeiras, no mercado de trabalho e como o surgimento da Aids afetou a comunidade.
Pose contém diversas indicações em premiações, entre as de maior destaque, dois Globo de Ouro por “Melhor Série Dramática” e o de “Melhor Ator em Série Dramática”.
Manhãs de Setembro (Prime Video)
Protagonizada pela cantora Liniker, a série acompanha Cassandra, uma motogirl e cantora em busca de uma vida independente. A reviravolta se dá quando sua ex-namorada aparece com um filho.
Em 2021, “Manhãs de Setembro” foi indicada ao Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos Teatrais) como “Melhor Seriado/Minissérie”. Nas categorias de “Melhor Série” e “Melhor Atriz em Série” no Prêmio F5 (premiação de entretenimento da Folha) e na categoria “Maratonei” do MTV Millennial Awards Brasil.
Orange Is The New Black (Netflix)
A série ficcional retrata a vida de mulheres encarceradas nos Estados Unidos. O destaque aqui vai para Sophia Burset, interpretada por Laverne Cox. Sophia é uma cabeleireira que cumpre pena em uma penitenciária feminina, em sua trajetória é retratada suas experiências na prisão, a negligência no tratamento de transição de gênero e a transfobia.
Em 2022, Laverne foi homenageada com a primeira Barbie trans lançada pela Mattel, em celebração aos 50 anos da atriz.
Bixa Travesty (GloboPlay)
O documentário autobiográfico “Bixa Travesty” (2018) conta a história e trajetória, pessoal e profissional, da cantora e atriz Linn da Quebrada. Com narrativa intimista, ele exibe a luta de Linn contra o câncer e as cirurgias de redesignação. O longa recebeu o Teddy Awards como “Melhor Documentário Estrangeiro”, em 2018
Uma Mulher Fantástica (Netflix)
O filme gira em torno de Marina, uma garçonete transexual tentando sobreviver enquanto busca o sonho de ser cantora. O longa argentino foi o primeiro filme protagonizado por uma pessoa trans a ganhar um Oscar, na categoria “Melhor Filme Internacional”, em 2018, além de outros prêmios.