Slam das Minas SP é um dos destaques do Festival MANA, em Belém
É por meio de palavras e rimas que as integrantes do Slam das Minas SP e Slam Dandaras do Norte irão fazer a ponte entre as periferias das duas regiões, na primeira edição do festival MANA ( Mulher, Arte, Narrativas e Ativismo), organizado por mulheres, que acontece de 29 de maio a 3 de junho, em Belém […]
Por Jéssica Moreira
30|05|2017
Alterado em 30|05|2017
É por meio de palavras e rimas que as integrantes do Slam das Minas SP e Slam Dandaras do Norte irão fazer a ponte entre as periferias das duas regiões, na primeira edição do festival MANA ( Mulher, Arte, Narrativas e Ativismo), organizado por mulheres, que acontece de 29 de maio a 3 de junho, em Belém do Pará (PA).
Slam das Minas SP | Divulgação
Gratuito, o evento irá acontecer em diversas áreas da capital paraense, com uma programação repleta de atrações artísticas, como teatro, cinema, música, oficinas e debates sobre o protagonismo da mulher na produção cultural. “São muitas as barreiras que encontramos para conseguir ocupar os espaços que ocupamos hoje no universo artístico – e que ainda são bastante restritos. Com o festival, queremos não apenas abrir espaço para que as artistas mostrem seu trabalho, mas também conectá-las, fortalecer redes e canais de produção”, comenta Roberta Carvalho, uma das artistas paraenses envolvidas no festival.
As minas na rima
Luz Ribeiro, representante do país na Copa Mundial de Poesia na França | Divulgação
Ansiosas para realizar o primeiro trabalho fora do estado paulista, o Slam das Minas SP irá ministrar oficina sobre o uso da poesia como ferramenta de resistência. A atividade contará com a presença de Luz Ribeiro, primeira mulher a vencer o Slam BR e representante do Brasil na Copa Mundial de Poesia, na França. As poetas Mel Duarte, Carolina Peixoto e Pamella Soares também estarão no encontro, que promete muitas trocas com as rappers e slammers paraenses.
Inspiradas pelas mulheres que realizavam esse tipo de batalha poética em Brasília (DF) desde 2015, o grupo articulou a versão paulista ainda em 2016. “O objetivo era criar um slam voltado para o gênero feminino, com o intuito de garantir uma vaga feminina para o Slam BR. Mas, para além disso, a gente construiu um espaço de acolhimento, de troca, de afeto, produzido e ocupado por mulheres para além da batalha”, explica Carolina Peixoto, uma das integrantes.
Reconhecido como um movimento, que, a cada ano, fica ainda mais robusto no Brasil, em 2017, outros três coletivos de batalhas nasceram pelo país, como os Slam das Minas BA e Slam das Minas RJ, assim como o Slam Dandaras do Norte, que também estará presente no festival.
Slam Dandaras do Norte | Divulgação
Para Shaira Mana Josy, do Dandaras do Norte, esta será uma grande chance para fazer um intercâmbio de experiências entre as manas de diferentes regiões. “É uma oportunidade de mostrar o que produzimos no norte, que infelizmente é tão estigmatizado e também sabe fazer um intercâmbio com SP, que é uma referência”.
Com uma história totalmente ligada ao movimento hip-hop no estado, os primeiros passos do Slam Dandaras foram dados ainda nos anos 90, quando Shayra Mana Josy iniciou projetos voltados para o estilo. De uns anos para cá, começaram a pipocar as primeiras batalhasnas ruas de Belém, com a Companhia H2F, um grupo de rima envolvendo homens e mulheres.
Shaira Mana Josy, do Slam Dandaras do Norte | Divulgação
Para contrapor as batalhas de MCs, que, em sua maioria, tinham um perfil racista, machista e homo-transfóbica, foi criado o Slam Dandaras, um espaço de protagonismo feminino que abriga tanto poetas quanto capoeiristas, grafiteiras, MCs e artesãs. ” Me sinto mais forte e feliz por saber que mais manas vão se empoderar depois do evento. E, principalmente, fico de alma lavada, porque eu sempre fui taxada como ‘louca’ quando enfrentava os caras. Agora, todos vão ver que eu tinha razão. Tem mulheres na arte, sim! Sempre teve e nós podemos fazer acontecer quando nos unimos”, afirma Shayra.
O encerramento do festival acontece no sábado (3/6), no Studio Pub, com uma batalha inédita entre o Slam das Minas SP e o Slam Dandaras do Norte, além de shows, perfomances das cantoras paraenses Aíla e Sammliz e discotecagem com a DJ TataOgan, do Rio de Janeiro.
Confira abaixo a programação completa abaixo
1/06 (Quinta-feira)
Local: Sesc Boulevard
GRÁTIS
9h às 12h
Oficina: Editais e Leis de incentivo: como impulsionar sua carreira com eles?
Com, Renée Chalu, realizadora dos festivais Se Rasgum e Sonido, ministra workshop sobre como estruturar projetos culturais para participar de editais e leis de incentivo, que podem viabilizar e impulsionar a carreira de mulheres artistas no Pará.
9h às 12h
Oficina: Direção Audiovisual: faça o que você quer ver!
Potencialize sua criatividade, a partir de um olhar honesto sobre expectativas criativas e projetos comercialmente viáveis. A oficina é realizada por Carolina Matos, uma das principais diretoras e roteiristas de videoclipes de artistas como Aíla, Felipe Cordeiro, Gaby Amarantos e Natália Matos.
13h30 às 14h30
Painel 1: Lugar de mulher é no rap, na discotecagem, na técnica. É onde ela quiser!
Lugar de mulher é em todo lugar. E nas artes, não é diferente. Este painel debate os diferentes lugares que podem – e devem – ser ocupados pelas mulheres. Com a participação de Shaira Mana Josy, do Slam Dandaras do Norte, DJ Méury, Daniele Queiroz e mediação de Aíla.
14h45 às 15h45
Painel 2: Guitarrada: onde estão as mulheres?
As guitarreiras, cantoras e compositoras paraenses Renata Beckmann, Elaine Valente e Lia Sophia apresentam o cenário da guitarrada realizada por mulheres e conversam sobre suas estratégias de inserção em um gênero musical tradicionalmente ocupado por homens. A mediação é da cantora Sammliz.
16h às 16h45
Pocket show – “Guitar-session das manas” convida Lia Sophia
Sucessos da música do Pará e músicas autorais comandadas pelas guitarreiras paraenses e multi-instrumentistas Renata Beckmann (Orquestra Pau e Cordista de Carimbó) e Beatriz Santos (Banda Feira Equatorial), com participação de Lia Sophia.
17h às 18h
Painel 3: Produção Cultural – Os impactos do assédio
Como as diversas facetas do assédio influenciam as atividades, carreiras e vida de artistas e produtoras. O papo é reto, com a mestre e doutoranda em Direito Político, Patrícia Brasil, a jornalista, documentaria e ativista Úrsula Vidal, a cantora e produtora Gláfira, a jornalista, produtora e cantora Priscila Duque. A mediação é da jornalista Márcia Carvalho.
18h15 às 19h15
Painel 4: Mulheres nas Artes Visuais
Quem são os nomes de artistas visuais que você se lembra? Quantos deles são mulheres? Neste painel, serão apresentadas as perspectivas e desafios da produção de artes visuais. Com mediação da artista visual Roberta Carvalho e participação da artista visual Cláudia Leão, da curadoria Vânia Leal e da pesquisadora Sissa Aneleh.
19h30 às 20h20
Pocket Show – Natália Matos
Natália Matos traz para o festival MANA o show que anuncia seu próximo álbum autoral, ainda em fase de produção, com lançamento previsto para setembro de 2017.
2/06 (Sexta-feira)
Local: Sesc Boulevard
Entrada franca
9h às 12h
Oficina: Slam das Minas: Poesia é resistência
(INSCRIÇÕES ENCERRADAS)
O “SLAM” é uma batalha de poesias e, em sua grande maioria, tem eventos idealizados e ocupados por homens. Para questionar esta lógica, ocupar espaços e promover a presença de mulheres nestas competições, surgem em todo o país movimentos como o Slam das Minas SP, que vem à Belém para compartilhar sua experiência bem sucedida na organização do Slam das Minas em São Paulo (SP). Com Luz Ribeiro, primeira mulher a vencer o Slam BR, Mel Duarte, Carolina Peixoto e Pamella Soares Araujo
9h às 12h
Oficina: É com elas! Produção de beats e discotecagem
(INSCRIÇÕES ENCERRADAS)
A DJ TataOgan comanda este workshop de produção de beats e discotecagem. Conceitos e contextos da discotecagem, técnicas para seleção de músicas e como utilizar os programas disponíveis na internet para a produção de beats fazem parte do conteúdo da oficina.
13h30 às 14h30
Painel 5: Mulher, Arte, Amazônia: Inspirações e Desafios
O que significa ser mulher e artista na região amazônica? Quais são seus desafios e influências? Um bate-papo com as artistas paraenses Aíla, Roberta Carvalho, Jorane Castro e Wlad Lima, com mediação da jornalista Gil Sóter.
14h45 às 15h45
Painel 6: Marcas e Música – Um encontro potente
A parceria entre grandes marcas nacionais e artistas paraenses tem viabilizado projetos fundamentais para a valorização, consolidação e difusão da música do Pará. Na mesa de debate, será conversado como se dá esta relação na prática e quais os benefícios para as marcas. Convidadas: Marsuri Romero, representante da Vivo Telefônica, patrocinadora oficial do Festival M.A.N.A., Fernanda Paiva, gestora de apoios e patrocínios do programa Natura Musical, e Zara Gentil, representante da Lei de Incentivo à Cultura Semear (Pará), com mediação da cantora e radialista Ana Clara Matos.
16h às 16h45
Pocket show – Elas In Concert, com a Maestra Cibelle J. Donza
A maestra Cibelle J. Souza leva ao palco instrumentistas paraenses. No repertório, somente músicas de compositoras mulheres, a apresentação será uma oportunidade de conhecer ou rever a música de concerto, executada apenas por mulheres.
17h às 18h
Painel 7: Meet Up
O Meet Up é um encontro de mulheres da cadeia produtiva da cultura paraense. Uma oportunidade de criar e fortalecer uma rede de criação, colaboração e parceria entre mulheres da produção cultural. A mediação é da produtora Viviane Chaves.
18h15 às 19h15
Painel 8: Feminismos, com Djamila Ribeiro
A feminista negra e Mestre em Filosofia, Djamila Ribeiro, volta à Belém para conversar com as participantes do evento sobre a importância das mulheres construírem suas próprias narrativas nas artes e em vários outros espaços.
19h30 às 20h20
Pocket Show: Carimbó Feminista – Grupo Cobra Venenosa convida Lariza Xavier e Ádrian Neves
O Grupo reinventa um dos ritmos mais característicos e populares do Pará, o Carimbó, com versos contundentes de resistência e empoderamento feminista, antirracista e contra homofóbicos. Participam do show, as cantoras Lariza Xavier e Ádrian Neves.
20h30
Local: Espaço Aberto
Intervenção Roberta Carvalho: Projeções do feminino
A artista visual paraense apresenta no M.A.N.A. releitura inédita de seu trabalho “Projeções do feminino”, intervenção audiovisual mapeada que vai levar ao centro histórico de Belém diferentes narrativas de existência da mulher paraense.
3/06 (Sábado)
Local: Centro histórico
15h
Local: Boteco do Carmo (Praça do Carmo)
Arte Urbana
Artistas se reúnem para imprimir na cidade uma mensagem impactante relacionada aos temas debatidos no festival. A intervenção será comandada pela artista paraense Drika Chagas, com a participação de coletivos da periferia de Belém.
21h
Local: Studio Pub (Rua Pres. Pernambuco, 277)
*** NOITE DAS MANAS ***
UMA FESTA PARA TODAS, TODES E TODOS!
O encerramento do Festival M.A.N.A vai tremer as estruturas do Studio Pub com discotecagem, batalha de poesia e muita música. A noite trará um encontro inédito entre o Slam das Minas SP e o Slam Dandaras do Norte em uma batalha de rimas e poesias afiadas, Shows e perfomances efervescentes das cantoras paraenses Aíla e Sammliz, apresentando o repertório de seus álbuns recém lançados e super elogiados, e ainda discotecagem com a DJ TataOgan (RJ). IMPERDÍVEL!
NOVIDADE NA MEIA-ENTRADA!
Os ingressos para a Noite das Manas custam R$10 (meia-entrada) e R$20 (inteira).
Como garantir meia-entrada sem ser estudante?
É só você comprar aqui no Sympla a meia-entrada e, no dia do evento, levar um livro (novo ou usado, em bom estado) que será doado a uma instituição que divulgaremos em breve
Quer uma sugestão? Seria D-E-M-A-I-S se o livro fosse algum que fortalecesse as manas sobre as questões de gênero!!! Escrito por mulheres, e que fale sobre mulheres, sobre feminismo. Maaaaas, pode ser o que você preferir também, claro. Todos serão bem vindos e aproveitados.