A relação entre espiritualidade e sexualidade é um tema cada vez mais relevante para a discussão da liberdade e autonomia do corpo. Historicamente, a sexualidade foi vista como algo sujo, pecaminoso e a ser controlado, especialmente pelas forças colonizadoras, religiosas e patriarcais.

A partir disso, a espiritualidade torna-se um caminho para a reivindicação da sexualidade como algo natural, saudável e sagrado, permitindo a conexão com nossa essência erótica e a valorização dos nossos desejos e necessidades.

A descolonização do corpo é um processo que visa descontinuar ideias que nos limitam e oprimem em relação ao nosso corpo e sexualidade, para que possamos perceber que a sexualidade faz parte da nossa natureza, e não algo a ser escondido ou negado.

Essa conexão com a espiritualidade e a sexualidade é capaz de nos ajudar a questionar e desafiar normas sociais opressivas, como a heteronormatividade e o patriarcado, permitindo uma maior liberdade e autonomia na construção da nossa identidade sexual.

É importante ressaltar que essa relação é altamente subjetiva e individual, sendo que cada pessoa deve encontrar seu próprio caminho para a conexão com essa essência. A espiritualidade pode ser encontrada em diversas formas e práticas, desde a religiosidade até a meditação, e todas podem ser utilizadas como instrumentos para a conexão com o nosso corpo e nossa sexualidade. É um caminho pessoal e único, mas que pode trazer uma sensação de plenitude e liberdade.

A partir da reconexão com nossa essência erótica, podemos compreender que a sexualidade não é algo a ser limitado, mas sim algo a ser valorizado e respeitado. A compreensão de que a sexualidade é um aspecto natural do ser humano é capaz de nos levar a uma maior auto aceitação e compreensão, e isso é fundamental para uma vida sexual saudável e feliz.

Em resumo, a relação entre espiritualidade e sexualidade é uma questão importante para a liberdade e autonomia do corpo.

A partir da conexão com a nossa essência erótica, podemos compreender que a sexualidade faz parte da nossa natureza, e que a repressão e o controle são práticas opressivas que devem ser questionadas e desafiadas.

Bruxa Preta

Como disse Audre Lorde em “Os usos do erótico: o erótico como poder”: “reconhecer o poder do erótico em nossas vidas pode nos dar a energia necessária pra fazer mudanças genuínas em nosso mundo, mais que meramente estabelecer uma mudança de personagens no mesmo drama tedioso. Pois não só tocamos nossa fonte mais profundamente criativa, mas fazemos o que é fêmeo e autoafirmativo frente a uma sociedade racista, patriarcal e anti-erótica”

Por isso, acredito que cada pessoa deve encontrar seu próprio caminho para essa conexão, mas, é fundamental que esse caminho seja trilhado, para que possamos viver plenamente e respeitar a nós mesmos e aos outros.