Flup 2020 homenageia Lélia Gonzalez e traz convidados internacionais

Programação virtual tem início nesta quinta-feira 29/10. Movimento negro e feminista na América Latina e painéis com convidados internacionais são destaque.

Por Sâmia Teixeira

29|10|2020

Alterado em 29|10|2020

A programação da 9ª edição da Flup – Festa Literária das Periferias tem início nesta quinta-feira (29) e se encerra em 8 de Novembro. Neste ano, a Festa será realizada totalmente online, via as redes sociais da Flup. Os debates serão norteados pelo trabalho da autora e ativista negra Lélia Gonzalez. A Festa também contará com lives de Slam, rodas de conversa e entrevistas.

Flup homenageia

Tendo Lélia, importante mulher do feminismo negro brasileiro, como referência literária e teórica, o conceito de “amefricanidade” fará parte das atividades previstas.

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Lélia Gonzalez aborda a luta feminista e negra na América Latina

©Fábio Donato/ Wikimedia

Esta edição também traz o lançamento de uma coletânea de ensaios, artigos e entrevistas de Lélia Gonzalez. Organizada por Flávia Rios e Márcia Lima, esta é uma maneira de fortalecer a memória de seu trabalho.

Temas como políticas afirmativas, feminismo negro, ancestralidade e arte indígenas também farão parte da programação.

#FlupPeloMundo

Os debates da Flup abarcam a realidade das periferias do mundo inteiro. Por isso, no segundo fim de semana da programação terá início a Flup pelo Mundo.

Este será o momento para discussões sobre políticas anti-imperialistas e antirracistas, a luta contra o genocídio do povo negro e indígena, e a existência e resistência do corpo negro.

Temas oportunos para a atualidade. Exemplo disso é a adesão e o apoio dos movimentos ao redor do mundo à resistência negra norte-americana e manifestações massivas contra a violência policial.

Parte do enfrentamento a esses ataques se dá também pelo fortalecimento da identidade e pela compreensão do que é viver a diáspora, assuntos fundamentais que compõem alguns desses painéis internacionais.

Convidados

No site oficial da Flup, são destacados nomes como Rita Bosaho, da Espanha, e Beatriz Gomes de Portugal, ativistas que fazem parte da primeira geração de parlamentares negras na Península Ibérica.

Nomes do feminismo negro francófono também enriquecem a programação, com a participação de Léonora Miano, Nadia Yala Kisukidi e Hélène Neveu.

Assa Traoré, do movimento dos Coletes Amarelos, e Priscillia Ludosky, do Black Lives Matter, também farão parte da programação.

​Construir pontes

Em menção à homenageada Lélia Gonzalez, a organização da Flup 2020 acredita que a autora certamente acompanharia os debates sobre a diáspora africana e a resistência negra no mundo, e que muito mudou desde 25 de maio deste ano, “quando George Floyd foi se encontrar com Lélia Gonzalez no Orum”.

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