mulher negra fala ao celular

Potencialize: jornada de empreendedorismo para mulheres negras e indígenas

Aproveite esta oportunidade. A inscrição é online, gratuita e pode ser feita até o dia 4 de novembro

Por Beatriz de Oliveira

30|10|2024

Alterado em 30|10|2024

A Jornada Potencialize é um programa destinado a mulheres negras e indígenas que desejam transformar suas realidades através do empreendedorismo. Desenvolvida pelo Nós, mulheres da periferia, Instituto Afrolatinas e Compre de uma Mãe Preta, com o apoio da Oxfam Brasil, o curso é desenhado para reforçar habilidades em áreas como formalização de negócios, finanças, marketing digital e autocuidado para empreender

A inscrição é online, gratuita e pode ser feita até o dia 4 de novembro. Ao longo de cinco semanas, de 12 de novembro a 13 de dezembro, as participantes serão guiadas por facilitadoras especializadas, aprendendo não só a gerir seus negócios, mas também a criar estratégias digitais sustentáveis e inovadoras.

Cada módulo do programa tem o objetivo de criar espaços de aprendizado para que as participantes desenvolvam uma marca sólida e melhorem a gestão financeira de seus empreendimentos — ou dê o primeiro passo nessa jornada.

O ambiente colaborativo promoverá troca de experiências e apoio mútuo, abordando pontos importantes como a criação de uma identidade de marca, a eficiência na comunicação digital e gestão financeira, com aulas práticas e sessões de tira-dúvidas.

Pesquisas destacam a discrepância econômica enfrentada por empreendedoras negras: 52% dos empreendedores no Brasil são negros, mas estes ganham significativamente menos (32%) do que brancos. Dentre as mulheres que empreendem, 47% são negras, e muitas começaram seus negócios motivadas pela necessidade — 73% delas com dívidas e 43% com pagamentos em atraso. Com seis em cada dez faturando até R$2.500 mensais, fica evidente a urgência de programas como o Potencialize.

Além disso, 92% das empreendedoras consideram seus negócios extremamente importantes, com 81% vendo seus empreendimentos como uma extensão de suas identidades. Esta conexão profunda com seus negócios reflete a resiliência e a determinação dessas mulheres em superar os desafios e prosperar em um ambiente frequentemente desfavorável. 

A consultora de e-commerce e analista de marketing do Nós, mulheres da periferia, Laís Sanjes, reforça essa característica identitária em sua fala. “Em um país onde inúmeras mulheres com jornadas triplas não só sustentam suas famílias, mas também criam oportunidades de emprego e renda para outras, é essencial oferecer formações que considerem a interseccionalidade de raça, gênero e território. A emancipação financeira da mulher é mais um grito de liberdade e sobrevivência”, aponta.  

A formação busca atingir pessoas que queiram aprofundar conhecimentos em seus empreendimentos, além de considerar a afirmação de suas identidades e autonomia, como diz Tuanny Miller, do Compre de uma Mãe Preta. “Fortalecer o ecossistema criativo de mulheres negras e indígenas é cultivar a autonomia e prosperidade que honra a história das quitandeiras e transforma realidades em todo o país. A Compre de Uma Mãe Preta acredita na potência dessas mulheres, que, ao formalizarem e fortalecerem seus negócios, abrem caminhos e fazem o coletivo florescer, refletindo a força ancestral e a resiliência de suas jornadas.”.

O programa é um catalisador para que as participantes se tornem protagonistas em seus negócios e inspirem outras mulheres de suas comunidades. Jaqueline Fernandes, diretora geral da Rede Afrolatinas, reforça a importância dessa retomada de protagonismo. “Mulheres negras e indígenas são potentes e parte fundamental da sociedade. Promover a sua autonomia financeira é provocar mudanças estruturais e gerar riqueza para o país. Por isso, a Rede Afrolatinas se soma ao projeto Potencialize, dando materialidade a uma diretriz histórica dos movimentos de mulheres negras: ‘uma sobe e puxa a outra’”.

Para mais informações e inscrição gratuita, acesse: http://bit.ly/curso-potencialize