Pelo direito de sair sozinha e tomar uma cerveja sem julgamentos
Eu quero que o feminismo seja tão forte e imenso até que ele se torne desnecessário. Se precisamos gritar sempre por direitos iguais, é porque algo está muito errado. O feminismo ainda é necessário porque eu sendo mulher não posso sair sem estar acompanhada, ainda mais se for um bar, para sentar e beber uma […]
Por Redação
14|08|2017
Alterado em 14|08|2017
Eu quero que o feminismo seja tão forte e imenso até que ele se torne desnecessário. Se precisamos gritar sempre por direitos iguais, é porque algo está muito errado. O feminismo ainda é necessário porque eu sendo mulher não posso sair sem estar acompanhada, ainda mais se for um bar, para sentar e beber uma cerveja, sem ser julgada ou ver risinhos dos garçons. Tenho todo o direito de sair sozinha!
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Créditos: Pixabay
Sim, foi isso o que aconteceu comigo em um sábado. Fui ao cinema e depois parei para tomar uma cerveja em uma pizzaria, olha que nem bar era. Sim, quero aprender e sentir que posso ir a lugares e que vou me divertir, sem ninguém ficar julgando, “olha, mas sozinha, sem namorado e amigos, deve ser daquelas pessoas recalcadas”, “que estranha”. Quantas vezes você não pensou isso quando viu uma mulher nessa situação? Mas você pode me dizer, “penso isso de homens também”. Será?
Pare um pouco e faça uma reflexão sobre o que você já pensou de uma mulher que você viu sozinha em um bar e de um homem. Tenho quase certeza que as respostas serão diferentes, claro, não seja um hipócrita ou uma hipócrita em não admitir isso. Admita. Porque daqui para frente esse fluxo de pensamento poderá levar você a outros momentos em que julgamos o que é normal um homem fazer, mas uma mulher não.
Um homem sozinho no bar é independente, foda, corajoso, maduro e adulto, já uma mulher…Recalcada, deve ter levado um cano, sozinha, solitária, está sofrendo por amor. Por favor, alguém pode me explicar porque o julgamento é tão diferente? Vou contar: é o seu MACHISMO!
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Sim, que julga que ela está sofrendo quando pelo contrário ela está lá por uma opção de se divertir e curtir um momento dela. Fico pensando quantas mulheres estavam em casa e pensaram: “nossa eu iria num bar agora sozinha tomar uma ‘breja’ de boa e escutar uma música, mas deixa vai ficar tudo mundo olhando ”. Além dela ficar aguentando risadinha e olhares de garçons, principalmente quando ela pedir a cerveja. Bebida de homens, já que mulher gosta de “coisa doce” e não aguenta tomar uma ‘breja’.
Machistas de plantão e julgadores (as) da vida alheia se acostumem a ver mulheres independentes e lindas tomando uma ‘breja’ bem gelada no bar e escutando uma musiquinha por puro prazer!
Que mais e mais mulheres saiam de casa sozinhas para se divertir e dançar até a noite acabar e fazer amizades. Não se acanhem, saiam para tomar uma ‘breja’ ou um suco, ou caipirinha, que os gostos sejam respeitados. Se divirta quando bem entender fazer isso. Não deixe que o preconceito e o machismo te reprimam, mostre que a mulher não nasceu só para ficar em casa, mas também tem o direito de sair sozinha e fazer isso porque gosta!
Crédito: arquivo pessoal
Por Sabrina Silva Gomes, 31 anos, moradora de Embu das Artes, cidade das artes que precisa ser mais cidadã, olhar mais para os moradores e suas necessidades e entender que o caminho é Educação. Filha de uma pernanbucana arretada e um carioca, que com muita convicção e apesar das dificuldades me proporcionaram ser formada em Letras em uma universidade pública, Unesp-Araraquara. Professora, revisora de textos e tentando se aventurar no jornalismo. Um pouco irritada por causa das distâncias que precisam ser percorridas para trabalhar, estudar e se divertir, mas nunca desistindo de fazê-las.
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