O Papai Noel é um dos grandes símbolos natalinos, responsável por levar alegria para crianças e adultos. Em algumas regiões da cidade de São Paulo, o bom velhinho foge do convencional e se assemelha à comunidade que representa.

Leandro Paula é um desses casos; desde 2018, ele interpreta o papel de Papai Noel no grupo União Família Azul Suzano Tea. Ele não utiliza as tradicionais roupas vermelhas, mas sim uma vestimenta especial na cor azul, adornada com quebra-cabeças, símbolo do autismo. Ele explica que essa escolha visa divulgar informações sobre o autismo.

A ideia de criar um Papai Noel com roupas que simbolizam o autismo é também uma forma de conscientização

O filho de Leandro, Leonardo, está dentro do espectro autista, e ao receber o diagnóstico, sua esposa Ana Paula fundou o União Família Azul Suzano Tea, um grupo de pais de crianças autistas em Suzano, região metropolitana de São Paulo. Com a união de outros pais e voluntários, o casal prepara atividades e festas para as crianças, levando em consideração as especificidades de cada uma.

©Siqueira Fotos

Para o Papai Noel Leandro, o Natal simboliza momentos de amor e alegria. “O que me motiva é o carinho e o amor que as crianças recebem e retribuem ao Papai Noel”, conta.

Do outro lado da cidade, no bairro do Capão Redondo, zona sul de São Paulo, Luís Carlos é Papai Noel há quase nove anos. Homem negro e de ascendência indígena, Luís explica que, apesar de inesperado, a “magia do espírito natalino” prevalece nas crianças. “Elas acham diferente um Papai Noel negro e indígena, mas percebo que isso impacta positivamente na vida de cada uma”.

A caracterização de Luís acontece na Associação de Mulheres do Jd. Comercial, onde, além da figura do Papai Noel, eles montam a árvore de boas ações, na qual as crianças escrevem suas boas ações em corações de papel para serem pendurados. Durante a chegada do bom velhinho, as ações são compartilhadas, e cada criança recebe seu presente.

©Arquivo pessoal

Luís conta que o Natal é o período do ano que mais ama, pois remete à sua própria infância.

Me visto de Papai Noel para inspirar as crianças a acreditarem nas coisas boas