Oito iniciativas de meninas que estão combatendo o racismo na escola
Meninas negras de várias regiões do país mostram como fortaleceram as identidades negras em suas escolas e comunidades
Por Redação
24|07|2019
Alterado em 24|07|2019
Do nosso parceiro Criativos na Escola
No próximo dia 25 de julho, quinta-feira, é celebrado o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. A data foi criada em 1992, durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas e é considerada um marco na luta das mulheres negras em todo o mundo.
Diante da importância da data, o programa Criativos da Escola apresenta oito projetos transformadores de estudantes do ensino fundamental ou médio que promoveram reflexões sobre a luta que as mulheres negras enfrentam dia a dia em todos os seus ambientes (escola, trabalho e família), sendo impactadas por um preconceito duplo, de gênero e de raça.
Confira a lista!
- “Cabelo, autoestima e construção da identidade da menina negra”
A iniciativa surgiu com a aplicação de uma pesquisa entre colegas, e os dados levantados entre os 317 estudantes do colégio deixaram as meninas estarrecidas: 48% dos alunos afirmaram ter feito piadas sobre o cabelo das colegas, e 30% das alunas declararam ter sido vítima dessas atitudes.
O projeto fez tanto sucesso que as idealizadoras têm sido convidadas para palestrar em universidades e em seminários nas cidades vizinhas, além de firmarem parcerias com grupos como “Ponto de Cultura e Memória Ibaô” e com a “Pastoral do Negro”. Recentemente, o grupo soube que inspirou uma escola em Campinas (SP) a realizar ações semelhantes. Já a pesquisa, inicialmente um projeto escolar, virou um projeto de iniciação científica, com direito a financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), e foi expandido para outras quatro escolas de Sumaré.
- Minas na Ciência
Alunas de São Miguel das Matas (BA) criaram um aplicativo, jogo da memória e outros materiais para evidenciar o trabalho de mulheres cientistas (inclusive brasileiras e negras). Agora, ocupam diferentes eventos e espaços na cidade disseminando conhecimento.
- Meu cabelo é um ato político
Em Maracanaú (CE), as alunas, cansadas do preconceito racial de seus colegas, criaram o projeto “meu cabelo é um ato político. O racismo, infelizmente, ainda é uma realidade no Brasil. Alunas negras de Maracanaú (CE) se reúnem mensalmente e promovem ações contra o racismo dentro e fora da escola.
Integrantes do Projeto “Meu Cabelo é um Ato Político”, em Maracanaú (CE).
©Divulgação
- Lugar de mulher é onde ela quiser
Estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Mozart Lago, localizada na zona norte do Rio de Janeiro (RJ), decidiram tomar posição: a escola é, sim, um espaço para educar sobre a violência de gênero! Surgia, assim, o projeto “Lugar de mulher é onde ela quiser”, finalista do Criativos da Escola de 2017, que utiliza a arte para debater e educar a comunidade escolar sobre os direitos das mulheres.
- Bonecas Negras, Cadê?
Buscando aumentar a representatividade negra na escola, bem como combater o racismo na infância, um grupo de estudantes da Escola Municipal Flávio Mercês de Oliveira, de Serra Preta (BA), passou a confeccionar e distribuir bonecas de pano negras entre as crianças do colégio.
Crianças com suas bonecas negras durante realização do projeto.
©Divulgação
- Danças Ancestrais
Para valorizar cultura quilombola, estudantes de comunidade em Candiba (BA) criam grupo de dança de ritmos africanos. Uma das principais preocupações dos moradores é criar opções para a juventude, que vive longos períodos ociosos, exposta, por exemplo, ao consumo de álcool e drogas. Foi justamente com o objetivo de transformar esse cenário que, no início de 2017, o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) realizou uma reunião na comunidade na qual incentivou a quilombola e então estudante do 2º ano do ensino médio, Carlúcia Alves Ferreira, a reunir jovens em uma apresentação de dança no dia das mães.
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