Mulheres são maioria na ciência e intelectualidade, aponta IBGE
Pesquisa traz indicadores de nível de escolaridade e rendimento da população trabalhadora, com recortes de raça, gênero e território
Por Beatriz de Oliveira
17|10|2025
Alterado em 17|10|2025
No dia 9 de outubro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados do Censo 2022 sobre trabalho e rendimento. Entre as evidências, está a de que mulheres são o maior número dos profissionais das ciências e intelectuais. Os resultados mostram também um cenário de desigualdade salarial entre homens e mulheres, diferenças marcantes de renda por raça e índices alarmantes de pobreza em grande parte das famílias brasileiras.
Confira alguns dados da pesquisa.
Mulheres têm maior escolaridade, porém recebem menos que os homens
Enquanto 28,9% das mulheres ocupadas têm nível superior completo, entre os homens ocupados este percentual é de 17,3%. Além disso, 43,8% dos trabalhadores não têm ensino médio completo, e para as trabalhadoras o percentual é de 29,7%.
Por outro lado, em qualquer nível de instrução, os homens recebem salários maiores do que os das mulheres. A maior diferença está no nível superior completo: R$ 7.347 em média para os trabalhadores e R$ 4.591 para as trabalhadoras.
Mulheres na ciência
A pesquisa mostrou que, mesmo tendo menor participação no mercado de trabalho, as mulheres superam os homens em três dos dez grandes grupos de ocupação: profissionais das ciências e intelectuais (60,8%), trabalhadores de apoio administrativo (64,9%) e trabalhadores dos serviços, vendedores dos comércios e mercados (58,9%). Já em relação a atividades ocupacionais, mulheres são mais de 90% nos serviços domésticos e mais de 70% em saúde e serviços sociais.
Desigualdades de raça nos salários
Pessoas brancas e amarelas recebem os maiores rendimentos médios no país, já as pessoas negras e indígenas têm os menores salários. Ao olhar para quem tem nível superior completo, as diferenças salariais são notáveis: amarelos (R$ 8.411), brancos (R$ 6.547), pardos (R$ 4.559), pretos (R$ 4.175), indígenas (R$ 3.799).
Em relação aos valores do rendimento mensal domiciliar per capita as diferenças se mantêm. Enquanto a média para a população branca é de R$ 2.207, entre os negros é cerca de R$ 1.190.
Brasileiros que sobrevivem com menos que o mínimo
O Censo 2022 mostrou que mais de um terço dos trabalhadores do país (35,3%) ganham um salário mínimo mais ou menos. Enquanto isso, apenas 7,6% dos empregados recebem mais de cinco salários mínimos.
Além disso, 13,3% da população brasileira sobrevive com rendimento mensal domiciliar per capita de até ¼ salário mínimo. A maior parte dessas famílias vive nas regiões Norte e Nordeste. Essa proporção é maior também entre pessoas negras e indígenas.