Em tempos de crise, como fé e responsabilidade andam juntas?

Como equilibrar a esperança no divino e a responsabilidade pessoal com a realidade

19|09|2024

- Alterado em 19|09|2024

Por Pam Ribeiro - Bruxa Preta

Em tempos de policrise, é natural buscarmos algo além de nós mesmos para nos ancorar – seja por meio da fé em santos, deuses ou guias espirituais. Quando o mundo à nossa volta parece desmoronar, a espiritualidade se torna um refúgio, um espaço onde encontramos conforto e esperança para seguir.

Mas, é crucial entender que, por mais que depositemos nossa confiança no divino, também temos responsabilidades a assumir.

Como espiritualista e pesquisadora da área, acredito que a fé é, de fato, uma ferramenta poderosa em momentos de incerteza. Mas, ao mesmo tempo, precisamos reconhecer que nem tudo está nas mãos de forças superiores.

Muitas das mudanças e soluções que buscamos dependem de nossas ações e escolhas. A espiritualidade pode nos guiar, mas não nos exime de atuar no mundo de maneira consciente.

O equilíbrio entre o que pedimos ao divino e o que fazemos por nós mesmos é essencial para atravessarmos tempos difíceis com resiliência. A fé não deve ser uma fuga, mas uma aliada para nos fortalecer, permitindo que encaremos os desafios com clareza e determinação.

A esperança, afinal, não é passiva; ela exige movimento, coragem e responsabilidade diante do futuro que desejamos construir.

Esse pensamento nos convida a uma reflexão mais profunda: o que podemos mudar em nós e em nossas ações para enfrentar a realidade, enquanto continuamos a cultivar nossa espiritualidade?

A resposta a essa pergunta pode ser a chave para encontrar tanto conforto quanto transformação nos momentos de crise.

Pam Ribeiro - Bruxa Preta Terapeuta reikiana, taróloga, astróloga, bruxa urbana e favelada. Autora do portal "A Bruxa Preta", em que escreve sobre espiritualidade, misticismo e universo holístico numa perspectiva decolonial e subversiva.

Os artigos publicados pelas colunistas são de responsabilidade exclusiva das autoras e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Nós, mulheres da periferia.

Larissa Larc é jornalista e autora dos livros "Tálamo" e "Vem Cá: Vamos Conversar Sobre a Saúde Sexual de Lésbicas e Bissexuais". Colaborou com reportagens para Yahoo, Nova Escola, Agência Mural de Jornalismo das Periferias e Ponte Jornalismo.

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