O ano passou voando, né?! Essa é a última coluna com dicas culturais de 2021. Até aqui, já divulgamos muitos trabalhos, artistas, eventos produzidos ou que interessam às mulheres periféricas.

Mas é claro que tem muito mais a descobrir e divulgar, afinal, somos muitas e múltiplas. Então, em breve a gente se reencontra!

Nesta edição, indicamos alguns eventos presenciais e online que contribuem para enegrecer as nossas cidades. Bora?!

Casa Crespa

No sábado, dia 18 de dezembro, o coletivo de mulheres negras Manifesto Crespo brinda 10 anos de trajetória com a festa-sarau Di Rainha, promovida em sua sede recém-inaugurada, a Casa Crespa, no bairro da Saúde, zona sul de São Paulo.

A festa contará com a presença de 5 DJs que fortalecem o protagonismo das mulheres nas pistas do Brasil: DJ Pensanuvem, DJ K-Mina, DJ Haru, DJ Evelyn Cristina e DJ Bia Sankofa.

O coletivo tem uma história marcada pela exaltação da ancestralidade negra por meio da relação com o cabelo, conhecimentos sobre Adinkras e outros elementos.

©Reprodução

Sempre em um clima aconchegante, o evento tem pinceladas poéticas e propõe que cada convidade traga sua arte para engrossar o caldo da festa. Já é tradição que o encontro misture performance, artes visuais, literatura e microfone aberto, tendo sempre uma ação de pintura ao vivo, que desta vez dá espaço ao lambe-lambe realizado pela Amarelo Gráfico.

O bazar será aberto e conta com o acervo do coletivo, degustação de terapias alternativas  e produtos naturais de Larissa Glebova, além da presença da estilista de cabelos, Diva Green. Os quitutes e bebericos ficam por conta da cozinha afro-afetiva Flor de Obi, residente na Casa Crespa.

Os ingressos custam R$20. O acesso será permitido mediante a apresentação do comprovante de vacina e uso de máscara nas áreas fechadas. O evento acontece das 15h às 22h na Casa Crespa (Rua Catulo da Paixão Cearense, 216 – Saúde).

Encontro das Pretas

Entre 15 e 19 de dezembro acontece a 8ª edição do Encontro das Pretas, maior evento de cultura negra do Espírito Santo, promovido pelo Instituto das Pretas.

O festival acontece de forma presencial e online, com destaque para a feira de afroempreendedorismo, bate-papos, mostra audiovisual e apresentações musicais. Nas atrações, MC Tha, Morenna, Afronta MC, entre outros.

A feira de empreendedorismo acontece de sexta a domingo nos galpões do IBC, no Jardim da Penha, com a presença de 31 negócios de economia criativa.

Afro Brasileiro Puro

Na última quarta-feira foi inaugurada uma estátua em homenagem ao músico Itamar Assumpção, em frente ao  Centro Cultural da Penha,  zona leste de São Paulo. Até o dia 25 de janeiro, o centro cultural exibe a exposição Afro Brasileiro Puro, em homenagem ao artista. As peças são uma reprodução do acervo do museu virtual Itamar Assumpção.

A ação faz parte de um projeto da Prefeitura de São Paulo, que prevê a instalação de estátuas de personalidades negras em espaços públicos da cidade.

A exposição, disponível no Centro Cultural da Penha fica em cartaz até o dia 25 de janeiro.

©Lívia Lima

Para 2022, está prevista a instalação de mais quatro estátuas em outros pontos da cidade. A primeira delas, dedicada à escritora Carolina Maria de Jesus, será colocada em Parelheiros, zona sul; a do cantor e compositor Geraldo Filme,na Barra Funda, zona oeste. O atleta Adhemar Ferreira da Silva será destaque na Avenida Braz Leme, em Santana, zona norte. E a peça que reverencia a sambista e ativista Deolinda Madre ficará na Praça da Liberdade, no centro.

O evento de inauguração da estátua de Itamar, na Penha, contou com uma programação cultural. Gilberto Gil, as Pastoras do Rosário, o Bloco do Cordão da Micaela, Anelis Assumpção, filha de Itamar, junto com Rincon Sapiência e o Bloco Ilú Obá de Min, estiveram presentes no evento.

Um Brasil para Carolina

O Instituto Moreira Salles promove, dentro da programação paralela da exposição Carolina Maria de Jesus: um Brasil para os brasileiros, os ciclos de exibições de filmes online “Um Brasil para Carolina”, com curadoria de Bruno Galindo.

A mostra busca expandir e refletir, por meio do cinema e das imagens, alguns dos aspectos mais fundamentais do projeto estético, político, social e racial próprio da autora.

O documentário produzido pelo Nós, mulheres da periferia, intitulado ‘Nós, Carolinas’, fará parte da exposição.

©Nina Vieira

Ao total, serão exibidos 13 filmes, entre curtas e longas-metragens, em diálogo com a obra da escritora. A seleção inclui títulos como Alma no olho (1973), de Zózimo Bulbul, Estamira (2004), de Marcos Prado, e Carolina, quarto de despejo, homenagem (2016), primeira animação dedicada à autora, feita por alunos da EMEF Vila Atlântica.

A mostra foi dividida em três ciclos, que acontecem de dezembro a fevereiro de 2022: Ciclo Mundo de Bitita (6 de dezembro de 2021 a 6 de janeiro de 2022), Ciclo 2: Imagens de alvenaria (15 de dezembro de 2021 a 16 de janeiro de 2022) e Ciclo 3: Pedaços de cinema

(10 de janeiro a 10 de fevereiro de 2022). O nosso curta-documentário “Nós, Carolinas -vozes de mulheres das periferias” faz parte do ciclo 2 das exibições. Confira!