Mulher negra transgênera veste camisa branca

11 candidaturas de mulheres para representar São Paulo

Conheça mulheres negras e indígenas que estão na disputa pelas vagas para deputada estadual e federal pelo estado de São Paulo

Por Redação

30|09|2022

Alterado em 01|10|2022

Dia 2 de outubro está logo ali e cada eleitora e eleitor precisa ter a numeração de seus candidatos e candidatas na ponta da língua.  Para contribuir na escolha das representantes para a câmera estadual de São Paulo e os possíveis representantes do estado para a câmera federal, o Nós, mulheres da periferia selecionou 10 candidaturas de mulheres negras e indígenas.

Esta tem sido uma das disputas eleitorais mais diversas dos últimos tempos. Dados recentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indicam um total de 26.073 candidaturas aptas à votação nas eleições 2022. O número de mulheres com candidaturas registradas junto à Justiça Eleitoral  é de 9.415, o que representa 33,28% dos políticos elegíveis. 

No quesito racial, 49,49% do total de proponentes se autodeclaram como pretos ou pardos. Trata-se do maior índice desde 2014, quando o registro de cor/raça iniciou, e representa  um salto de 3 pontos percentuais em comparação à eleição de 2018.  Em números absolutos, 10.079 se autodeclaram pardos (35,65%) e 3.936 se consideram pretos (13,92%). Em relação a população indígena,  175 candidatos e/ou candidatas se identificam como indígenas. 

Confira a lista  


Candidatas à Câmara dos Deputados em São Paulo
*Deputada estadual


Bancada Feminista (PSOL – 50000)

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Bancada Feminista (PSOL – 50000).

©Divulgação

Nas eleições de 2020 a bancada foi eleita e ocupou um mandato coletivo na Câmara Municipal de São Paulo. Foi a candidatura coletiva mais bem votada do país e a sétima da cidade. Agora, uma nova composição está concorrendo para ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Juntas, desejam conquistar uma vaga e, de uma só vez, eleger 5 mulheres negras. São elas: Paula Nunes, covereadora eleita em 2020 pela Bancada, é ativista do movimento de juventude Afronte e do movimento negro desde 2012; Carol Iara, covereadora eleita em 2020 pela Bancada, é mulher intersexo, travesti, negra e vive com HIV/aids, mestranda em Ciências Humanas e Sociais pela Universidade Federal do ABC; Simone Nascimento é jornalista formada na PUC-SP e mestranda na USP,  membra da Coordenação Estadual do Movimento Negro Unificado São Paulo, ativista da Marcha das Mulheres Negras de São Paulo; Mari Souza é militante ecossocialista, bissexual, vegana anticapitalista, educadora e socióloga; Sirlene Maciel é professora, sindicalista e sambista nas horas vagas! Nasceu no bairro da Penha, Zona Leste de São Paulo.  Para conhecer mais sobre as cocandidatas, clique aqui.

Monica do Movimento Pretas (PSOL – 50900) 

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Monica do Movimento Pretas (PSOL – 50900).

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São sete mulheres pretas do PSOL, lideranças em seus territórios e enraizadas em movimentos sociais. Estão juntas em uma pré candidatura-movimento que tem o objetivo de fortalecer a luta das periferias, a defesa radical da vida, as lutas da juventude, negritude, das mães e das trabalhadoras. São militantes do feminismo negro e popular, antirracistas que vêm pra abalar as estruturas. São elas: Rose Soares, moradora de Barueri, mãe solo e já foi conselheira tutelar da cidade; Mônica Seixas, foi eleita em 2018 como deputada estadual pela Mandata Ativista e, na Alesp, se posicionou como um dos mandatos mais ativos e que propôs mais projetos de lei; Ana Laura Oliveira é mãe, artista, candomblecista e coordenadora da Rede Emancipa, um movimento social de educação popular; Karina Correia é covereadora no mandato Ativoz e foi a segunda a vereadora mais votada do PSOL nas últimas eleições; Letícia Chagas é estudante de direito e militante do coletivo “Juntos!”; Najara Costa é mãe, professora, socióloga, mestra em Ciências Humanas e Sociais e autora do livro “Quem é Negro no Brasil?”; Poliana Nascimento é professora de língua portuguesa, sindicalista e militante da educação e do movimento negro. Para conhecer melhor cada uma delas, clique aqui.

Neon Cunha (PSOL – 50700)

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Neon Cunha (PSOL – 50700).

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Neon dos Afonso Cunha nasceu em 24 de janeiro de 1980, em Belo Horizonte, mas mora em São Paulo desde a infância. Mulher, negra, ameríndia e transgênera questionadora da branquitude e cisgeneridade tóxica. É publicitária, diretora de arte e foi a primeira mulher trans a mudar de nome sem diagnóstico de patologia. Em 2016, a ativista pediu à Justiça o direito à morte assistida caso não pudesse mudar de nome e gênero. Além disso, reivindicou o seu direito de não ser “patologizada”. Isso porque, em 1990, a transexualidade foi considerada um transtorno mental e isso só mudou em 2019. Entre os seus trabalhos está a Casa Neon Cunha, que promove a inclusão, a diversidade e atende a população  LGBTQIA+ em São Bernardo do Campo e na região do ABC paulista. Hoje, está entre seus desejos que as mais jovens possam encontrar uma sociedade mais segura para suas vidas e sonhos. Para conhecer mais sobre suas propostas, clique aqui.

Ana Mielke (PSOL – 50075) 

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Ana Mielke (PSOL – 50075).

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Nascida e criada na periferia de Cariacica, no Espírito Santo, começou seu ativismo no movimento estudantil. Moradora de São Paulo há 14 anos, construiu uma trajetória profissional e militante em coletivos, organizações e movimentos sociais. Em 2010, ingressou no Intervozes, Coletivo Brasil de Comunicação Social. Hoje representa a entidade no FNDC, Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação. É filiada ao PSOL e atua no Setorial de Mulheres e no Setorial de Negras e Negros do partido. Compõe a Frente Povo Sem Medo e a Coalizão Direitos Valem Mais. Uma de suas bandeiras é a  saúde, a situação precária de atendimento à população e as longas filas do serviço público. Ela tem propostas na área de segurança pública, equidade racial, educação, comunicação e cultura. Para saber mais, clique aqui.

Keit Lima (PSOL – 50300)

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Keit Lima (PSOL – 50300).

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Keit Lima se afirma como uma mulher negra, gorda, periférica e nordestina. Moradora da Brasilândia, é Líder do Programa de Aceleração do Desenvolvimento de Lideranças Femininas Negras: Marielle Franco, e cofundadora do movimento Engaja Negritude, que teve por objetivo alinhar candidatas(os) negras(os) em uma pauta única. Integra a Marcha das Mulheres Negras, a Bancada Preta, o Grupo Mulheres do Brasil e Jurídico do Centro de Cultura e Acolhimento de LGBT – Casa 1. Foi a primeira mulher a residir e coordenar a escola de líderes da Educafro. Tem como propósito de vida e luta a equidade racial, de gênero e de classe. Dentre suas reivindicações está o transporte 24h para a periferia, tarifa zero nos transportes públicos, educação anti-descriminatória nas escolas, valorização da cultura negra e periférica, e independência financeira para mulheres vítimas de violência doméstica, entre outras propostas. Para saber mais, clique aqui.

Leci Brandão (PCdoB – 65035)

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Leci Brandão (PCdoB – 65035).

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Deputada estadual no terceiro mandato, a segunda mulher negra a ocupar o cargo na Alesp, Leci Brandão da Silva, nasceu no Rio de Janeiro-RJ, em 1944. Cantora, compositora e percussionista. Importante referência do samba, tem a carreira marcada pelo sucesso de público e de crítica e pelo engajamento na luta por liberdade e direitos. Em 2004, tornou-se Conselheira da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e membro do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, permanecendo nesses postos por dois mandatos (quatro anos). Em fevereiro de 2010, filiou-se ao PCdoB e candidatou-se ao cargo de deputada estadual por São Paulo, tendo sido eleita e reeleita em 2014 e 2018. Como parlamentar, Leci Brandão dedica-se especialmente à promoção da igualdade racial, ao respeito às tradições de matriz africana e à defesa da cultura popular brasileira. Na eleição deste ano, recebeu apoio de grupos e representantes da cultura nacional. Para saber mais sobre suas propostas, clique aqui.

Chirley Pankará  (PSOL – 50522)

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Chirley Pankará  (PSOL – 50522)

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Chirley Pankará é candidata ao cargo de deputada estadual, no Estado de São Paulo, pelo PSOL na coligação Federação PSOL REDE(PSOL/REDE). Natural de Floresta, em Pernambuco, defende que a revolução é quando uma mulher indígena ocupa e reocupa os espaços que foram escritos e demarcados a partir da lógica da branquitude. Para ela, um mandato indígena significa a luta de um povo que foi marcado para morrer, mas que resiste e não se contenta com as migalhas oferecidas pelo Estado.Entre suas principais causas está a demarcação de terras, a defesa dos direitos dos povos indígenas e o cuidado de nossos biomas. Para saber mais sobre suas proposta, acompanhe a candidata nas redes sociais.

Carmen Silva (PSB – 40300)

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Carmen Silva (PSB – 40300).

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Carmen Silva é ativista, fundadora do Movimento Sem Teto do Centro (MSTC), mãe de 8 filhos, urbanista e professora. É natural de Santo Estêvão, na Bahia, e migrou para São Paulo à procura de melhores oportunidades. Foi na capital paulista que ingressou na luta por direito à moradia. Suas propostas giram em torno de quatro eixos: direito à cidade e moradia, antirracismo e direito das mulheres, cultura e cidadania, e democracia. Para saber mais, clique aqui.


Candidaturas à Câmara Federal
*Deputada federal


Sonia Guajajara (PSOL – 5088)

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Sonia Guajajara (PSOL 5088).

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Sonia Guajajara/Tentehar habita as matas da Terra Indígena Araribóia, no estado do Maranhão, Brasil. É filha de pais analfabetos e hoje mãe de três filhos. Graduada em Letras e Enfermagem, fez pós-graduação em Educação Especial, destaca-se por sua luta pelos direitos dos povos originários e pelo meio ambiente. Em 2022, foi escolhida pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. Hoje, é candidata a deputada federal pelo estado de São Paulo pelo PSOL. Sua grande proposta é trazer as vozes dos povos originários e historicamente oprimidos e silenciados ao centro do debate político brasileiro: Indígenas, população negra, caiçaras e quilombolas. Suas principais bandeiras são a defesa da Amazônia e da Mata Atlântica, a defesa dos direitos das minorias, o respeito à diversidade e à pluralidade e a reconstrução da democracia no Brasil, que foi tão enfraquecida nos últimos 4 anos. Sônia tem voz no Conselho de Direitos Humanos da ONU e, desde 2009, leva denúncias às Conferências Mundiais do Clima (COP), ao Parlamento Europeu, entre outros órgãos e instâncias internacionais. Para saber mais sobre suas propostas, clique aqui.

Tamires Sampaio (PT – 1328)

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Tamires Sampaio (PT – 1328).

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Advogada, moradora de Guaianases, na zona leste de São Paulo, militante do movimento negro e de juventude, e sempre pautou a questão da educação. Suas pesquisas caminham pela segurança pública, justiça criminal, racismo estrutural e genocídio da população negra. Já foi Secretária Adjunta de Segurança Cidadã em Diadema, vice-presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE) e também integrou a Comissão Nacional de Acompanhamento do Prouni. É militante do Partido dos Trabalhadores (PT), parte da Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEN) e coordenadora da Frente Nacional Antirracista.  Dentre as propostas, reivindica a soberania alimentar, políticas de promoção de igualdade racial, políticas para as mulheres e populações LGBTQI+ e juventudes. Para conhecer mais sobre as propostas de Tamires, clique aqui.

Erika Hilton (PSOL – 5070)

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Erika Hilton (PSOL – 5070).

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Nasceu em Franco da Rocha e viveu em Francisco Morato, ambos na periferia da Grande São Paulo. Foi uma das nove codeputadas da Bancada Ativista na Assembleia Legislativa de São Paulo. Em 2020, foi a primeira mulher negra e travesti eleita como vereadora. Aos 28 anos, recebeu mais de 50 mil votos. Atualmente, preside a Comissão de Direitos Humanos e encabeçou a primeira CPI que investigou a violência contra pessoas trans do país. Tem como suas prioridades políticas o combate à fome e às desigualdades e uma democracia de verdade para a maioria: mulheres, negros, LGBTQIA+, jovens, idosos, trabalhadores, indígenas e pessoas com deficiência. Para mais detalhes sobre suas propostas, clique aqui.