Histórias e lutas de mulheres que buscam um mundo mais justo e cuidadoso com o meio ambiente pautam a série “Cuidadoras Ancestrais – elos entre a cidade e a floresta pela justiça ambiental”, realizada pelo Nós, mulheres da periferia em parceria com a Rede Wayuri. A iniciativa tem o apoio do fundo Puentes, através do “Narremos La Utopia” que nos convida a imaginar futuros a partir da justiça ambiental.
No primeiro episódio da série ouvimos as reflexões de duas cuidadoras ancestrais que usam a arte como meio de lutar pela justiça ambiental. Rosi Waikhon, do povo Piratapuia, vive em São Gabriel da Cachoeira (AM) e atua como ativista, poeta e doutora em Antropologia.
“Quando eu passei a participar do movimento indígena eu percebi que tinha vários povos indígenas que estavam sofrendo”, conta sobre o que a fez despertar para a luta ambiental.
De Itaquera, zona leste de São Paulo (SP), Juliana Costa atua como ativista ambiental, grafiteira e educadora. Também lidera o Lab Casa Cultural, espaço protagonizado por mulheres que dissemina cultura e arte.
“A periferia é um lugar de injustiça ambiental. As pessoas foram empurradas, perderam direitos de acesso à terra, direito à água”, afirma.
Apesar de estarem distantes geograficamente, as duas mulheres têm estratégias que se cruzam. Rosi Waikhon usa poesia e performances para tratar das problemáticas ambientais e indígenas. Juliana Costa usa o grafite para denunciar a injustiça ambiental.
O modo de vida dos povos indígenas também apareceu na conversa; Juliana aponta que quem vive na cidade tem muito o que aprender sobre sustentabilidade com quem vive na floresta. Já Rosi pontua a importância de reproduzir os ensinamos ancestrais de forma prática.