Conversa de Portão #56: o movimento de mulheres negras na saúde

No terceiro episódio da segunda temporada da série “Feminismos”, feita em parceria com a Fundação Rosa Luxemburgo, a jornalista Semayat Oliveira e a comentarista do Mulheres Negras Decidem, Fabiana Pinto, conversam com Maria Inês, especialista em saúde pública

Por Semayat S. Oliveira

30|11|2021

- Alterado em 16|03|2022

O racismo tem efeitos evidentes na saúde da população negra. Quem faz essa afirmação é a assistente social e doutora em Saúde Pública Maria Inês Barbosa. Diante de fatores históricos e da atual condição do pais, a pesquisadora reforça que é preciso considerar esse fator na formulação de políticas públicas.

Mas chegando ao final do segundo ano em que a pandemia causada pelo novo coronavírus continua a desafiar o Brasil (e o mundo), este aspecto parece ainda não ser tratado como relevante. “Ser mulher, negro, indígena e pobre impacta nas condições de nascer, viver, adoecer e morrer”, diz a assistente social.

Até agora, avalia Maria Inês, os movimentos de mulheres negras — e o movimento negro em geral — foram os que mais desenvolveram estudos e estratégicas para a saúde dessas populações no Brasil. Um dos frutos dessa articulação é a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN), instituída em 2009.

Nesta Conversa de Portão, a jornalista Semayat Oliveira e a comentarista do Mulheres Negras Decidem, Fabiana Pinto, avaliam junto com Maria Inês quais são as possibilidades de reverter o quadro atual, a partir da perspectiva e ações de mulheres negras.

Este é o terceiro episódio da segunda temporada da série “Feminismos”, feita em parceria com a Fundação Rosa Luxemburgo, o tema central da temporada é a presença de mulheres negras no centro das discussões políticas.

Como inspiração, a base para todos os episódios da série “Feminismos” é o livro “A Radical Imaginação Política das Mulheres Negras Brasileiras”, publicado pela Fundação Rosa Luxemburgo e o grupo Mulheres Negras Decidem em 2019.

Em um de seus comentários, Fabiana Pinto, sanitarista, pesquisadora e integrante do projeto Mulheres Negras Decidem, diz que o aumento da participação de mulheres negras na política tem sido fundamental para o aprimoramento de políticas públicas de saúde. “Os primeiros projetos de lei para criar uma fila única para os leitos de UTI no início da pandemia são de mulheres negras”, conta Fabiana.

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