No episódio 47 do Conversa de Portão, tratamos do assunto conversando com Bianca Pedrina, repórter que realizou a reportagem especial “Trabalhadoras sexuais das periferias” que publicamos em parceria com a Agência Mural de Jornalismo das Periferias.
E também trouxemos para a conversa Cleone Santos, ativista em defesa das mulheres em situação de prostituição, coordenadora da organização Mulheres da Luz.
Em 2010, o Brasil tinha 1,5 milhão de pessoas, entre homens e mulheres, em situação de prostituição. Os dados da Fumec (Fundação Mineira de Educação e Cultura) são os únicos disponíveis sobre esse segmento, o que mostra a dificuldade de avaliar a situação da categoria e a criação de políticas públicas.
“São mulheres e que tem uma dificuldade econômica muito grande, totalmente vulneráveis assim o sistema capitalista as pessoas não escolhem né? Está nessa situação de vulnerabilidade, ela é só empurrada pra essa situação né? E quando eu digo que são escolhidas né? Aí eu coloco que na sua grande maioria são mulheres negras né? E aí você sabe que são realmente escolhidas pra ser a subalterna, a vulnerável né? E raramente encontra outra saída”, relata Cleone.
Na reportagem de Bianca, muitas mulheres relataram os perigos e riscos de contaminação da Covid-19, que tiveram que enfrentar para se manterem trabalhando e garantindo o sustento.
Durante a pandemia, Cleone analisou que houve um aumento no número de mulheres recorrendo à prostituição para garantir sua subsistência. “A maioria delas trabalhavam em salões de beleza e bares, restaurante, casas de família e foram dispensadas e a única alternativa que restou foi a prostituição pra sobrevivência”, conta.
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