O tema não é recente. No Brasil, antes da pandemia, já havia mais de 1,7 milhão de crianças e adolescentes nessa situação. Com a chegada da crise sanitária, houve um agravamento dessa condição.

Neste episódio, a jornalista Semayat Oliveira conversa com Elisiane Santos, procuradora do Ministério Público do Trabalho. Ela explica que a pandemia fez com que mais crianças saíssem ao trabalho para ajudar nas contas dentro de casa.

“É um momento onde há uma incidência maior, uma elevação da tendência de trabalho infantil de crianças e adolescentes trabalhando pra ajudar no rendimento e no sustento da família”, disse Elisiane.

Para ela, há uma cultura que naturaliza essa condição e, assim, torna o combate um desafio ainda maior. “Existe uma ideologia que foi sendo incorporada no dia a dia das pessoas de que é normal ver crianças trabalhando. E isso se reproduz em alguns mitos, né? Do tipo: ‘ah, é melhor estar trabalhando do que estar na rua‘”, explica.

Embora a Constituição Federal afirme que “é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida”, a prática desses ideais ainda está distante do cotidiano brasileiro.

Para entender mais sobre o tema e suas consequências, ouça ao episódio do Conversa de Portão.