homem negro fala ao microfone

Assédio no Ministério? Entenda as denúncias contra Silvio Almeida 

Circulam na imprensa relatos de supostos casos de assédio no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania

Por Redação

06|09|2024

Alterado em 06|09|2024

Nos últimos dias, a imprensa recebeu relatos de supostos casos de assédio no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Silvio Almeida, que lidera a pasta, está no centro desse episódio. Reunimos informações sobre o que sabemos até agora sobre a situação.

Denúncias de assédio moral no ministério

Reportagem publicada pelo UOL no dia 4 de setembro revela que o Ministério dos Direitos Humanos tem sido palco de denúncias de assédio moral e pedidos de demissão desde o início da gestão.

Segundo o veículo, até janeiro deste ano foram abertos dez procedimentos internos para apurar supostos casos de assédio moral no ministério. Sete deles foram arquivados por “ausência de materialidade”, e três ainda estavam em aberto até julho.

Além disso, o texto afirma que foram ao menos 31 pedidos de demissão. Os ex-funcionários relataram condutas inadequadas do próprio ministro, da chefe de gabinete Marina Basso Lacerda e da secretária-executiva Rita Cristina de Oliveira.

“Os relatos apontam episódios de ordens dadas aos gritos, prazos de trabalho inviáveis, crises de ansiedade e orientação para gravar reuniões em busca de divergências na equipe”, diz a reportagem.

Supostas acusações de assédio sexual incluem ministra Anielle Franco como vítima

Além das denúncias de cunho profissional, uma matéria publicada pela coluna do jornalista Guilherme Amado no Metrópoles nesta quinta-feira (06) afirma que Silvio Almeida foi denunciado à organização Me Too Brasil, que acolhe vítimas de violência sexual, por supostos episódios de assédio sexual contra mulheres.

A coluna diz ter recebido denúncias de que Silvio Almeida teria assediado sexualmente Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, além de outras mulheres. O movimento Me Too afirmou que as denunciantes pediram anonimato e não confirmaram se Anielle está entre elas.

“A coluna apurou com 14 pessoas, entre ministros, assessores do governo e amigos de Anielle Franco, como teriam ocorrido os supostos episódios de assédo a Anielle, que incluiriam toque nas pernas da ministra, beijos inapropriados ao cumprimentá-la, além de o próprio Silvio Almeida, supostamente, ter dito a Anielle expressões chulas, com conteúdo sexual. Todos os episódios teriam ocorrido no ano passado”, diz o texto.

Repercussões

Através de nota à imprensa, o ministro Silvio Almeida disse repudiar com veemência as acusações. “Confesso que é muito triste viver tudo isso, dói na alma. Mais uma vez, há um grupo querendo apagar e diminuir as nossas existências, imputando a mim condutas que eles praticam. Com isso, perde o Brasil, perde a pauta de direitos humanos, perde a igualdade racial e perde o povo brasileiro”, declarou.

O ministro anunciou ainda que encaminhou ofícios para Controladoria-Geral da União, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e à Procuradoria-Geral da República para que façam uma apuração do caso.

Até o momento desta publicação, a ministra Anielle Franco não se pronunciou sobre o assunto. De acordo com informações do Metrópoles, a ministra deve se reunir hoje (06) com o presidente Lula para falar sobre o caso. “Segundo aliados da ministra ouvidos pela coluna, ela está disposta a confirmar as denúncias contra Almeida diretamente a Lula”, diz a coluna.

Em nota publicada nesta quinta-feira (05), o Ministério dos Direitos Humanos declarou tentativa de interferência da Me Too na nova licitação do Disque 100. “A organização responsável pela divulgação das supostas denúncias possui histórico relacional controverso perante as atribuições desta pasta. Diante das informações amplamente compartilhadas, a equipe ministerial verificou uma sequência de fatos que merece ser elucidada, em respeito ao povo brasileiro”, diz a nota.

Hoje (06), o presidente Lula se pronunciou pela primeira vez sobre o caso. “O que eu posso antecipar para você é o seguinte: alguém que pratica assédio não vai ficar no governo. Eu só tenho que ter o bom senso de que é preciso que a gente permita o direito à defesa, a presunção de inocência, ele tem o direito de se defender”, afirmou o presidente, segundo o g1.

Também segundo informações do portal, a Comissão de Ética Pública do governo federal, vinculada à Presidência da República, decidiu nesta sexta-feira (06) abrir um procedimento administrativo para apurar a conduta do ministro dos Direitos Humanos.