obra da artista periférica Afrobela com uma negra como figura mística e olhos vazados com escravos ao fundo

Festival Pangeia tem mostra virtual com obras de artistas periféricos

Obras de cinco artistas periféricos convidados retratam história e origem diaspórica africana no continente americano

Por Sâmia Teixeira

16|12|2020

Alterado em 16|12|2020

Cinco artistas periféricos fazem parte da “Exposição Origens#3“, parte da 3ª edição do Festival Cultural Pangeia.
A exibição online segue em cartaz até o dia 30 de janeiro de 2021, e tem como tema “Conexão Américas e África“.

Arte diaspórica e diversa

A mostra conta com mais de 50 obras de importantes artistas da periferia.
Os artistas convidados são Isabela Alves “Afrobela”, Cauã Bertoldo, Cassimano, Paulo Chavonga e Ione Maria.
Os trabalhos são produções com técnicas variadas de pintura, colagens, artes digitais e fotografias.

Com a curadoria de Priscila Magalhães, as obras retratam o cotidiano dos artistas e a história e origem diaspórica africana no continente americano.
Além da questão de identidade, muitos dos artistas abordam questões de gênero e sexualidade.

Mostra online

Os trabalhos ficarão expostos no site do Festival Cultural Pangeia, com acesso gratuito.
Para a curadora da mostra, que explica que inicialmente a exibição seria presencial, mudar o formato “para o ambiente virtual proporciona um alcance maior para a reflexão sobre o tema que é Conexão Américas e África”.

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Obra Banho de Esperança

©Paulo Chavonga


A diretora do festival, Pauliana Reis, complementa o comentário de Priscila, afirmando que o resultado foi custoso mas satisfatório.
“De repente nos vimos em um grande desafio de mudar completamente [para o modelo virtual], alterar cronogramas e adaptar a exposição. Ao mesmo tempo que foi trabalhoso, está sendo muito gratificante ver o alcance das ações”.

Os artistas periféricos

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Os cinco artistas periféricos convidados.

©Reprodução do site Festival


Ione Maria: 25 anos, diretamente de Vila Albertina, SP. Colagista há 5 anos, também trabalha com design e direção de arte.
Cauã Bertoldo: Artista visual, desenvolve a identidade poética de seu trabalho desde 2014. Se expressa em técnicas de pintura diversas, dentre elas a aquarela, arte digital, grafitti etc.
Isabela Alves – AfroBela: Multiartista e futurista. Reside no bairro Jd. João XXIII, e é nesse território que cria e desenvolve suas linguagens, trabalhando com colagem digital, tela e tinta acrílica, fotografia e escrita.
Cassimano: Nascido e criado na periferia de São Paulo, ainda adolescente despertou seu interesse pela fotografia nas ruas ao trabalhar como mensageiro e hoje trabalha com colagens. Em 2012 viajou para Moçambique para realizar um intercâmbio cultural e fazer o registro fotográfico dessa viagem.
Paulo Chavonga: Artista plástico autodidata, produtor cultural, muralista e arte educador angolano, teve seu início nas artes plásticas aos 7 anos de idade na cidade de Benguela – Angola, tendo a pintura em tela como sua primeira plataforma de produção.

Sobre o Festival Cultural Pangeia

O nome do festival é uma referência ao grande continente Pangeia, primeira crosta terrestre que existiu antes da separação que formou os seis continentes que conhecemos hoje: África, Ásia, Europa, Oceania, América e Antártida.
Apesar das divisões continentais, a proposta é a união das culturas, influenciada e construída a partir de intervenções artísticas com diversas atrações e o mapeamento de artistas.
O Festival Cultural Pangeia foi contemplado nos anos de 2016 e 2017 pelo Programa VAI da Secretaria de Cultura de São Paulo.
Na atual edição o festival foi contemplado em 2019 no 4º Programa de Fomento a Periferia com o projeto “Conexão Américas e África”, relacionando a influência da cultura Afrodiaspórica nas Américas.

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